Em discurso no BRICS, Lula defende solução para guerra na Ucrânia e cobra modernização de instituições multilaterais

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O presidente Lula discursa diante de líderes dos países do BRICS (além de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e de convidados na plenária ampliada em Joanesburgo. Foto: Ricardo Stuckert / PR

Para o presidente, bloco tem condições de propor novos parâmetros de financiamento e fomento com bases sustentáveis para reduzir desigualdades e auxiliar nações em desenvolvimento

presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender uma solução de paz para o conflito entre Rússia e Ucrânia, ressaltou a importância da atuação dos demais países na busca dessa articulação e indicou potenciais caminhos para uma nova abordagem nas relações multilaterais. Lula se manifestou em discurso na cúpula ampliada do BRICS, na manhã desta quarta-feira, 23/8, em Joanesburgo, na África do Sul.

Não subestimamos as dificuldades para alcançar a paz. Tampouco podemos ficar indiferentes às mortes e à destruição que aumentam a cada dia. Estamos prontos a nos juntar a um esforço que possa efetivamente contribuir para um pronto cessar-fogo e uma paz justa e duradoura. Todos sofrem as consequências da guerra. As populações mais vulneráveis nos países em desenvolvimento são atingidas desproporcionalmente”

Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República

» Íntegra do discurso do presidente Lula

» Fotos em alta resolução (Flickr)

“Não podemos nos furtar a tratar o principal conflito da atualidade, que ocorre na Ucrânia e tem efeitos globais. O Brasil tem uma posição histórica de defesa da soberania, da integridade territorial e de todos os propósitos e princípios das Nações Unidas. Achamos positivo que um número crescente de países, entre eles os países do BRICS, também esteja engajado em contatos diretos com Moscou e Kiev”, afirmou.

Para o presidente, o caminho para a paz ainda é longo, mas precisa ser trilhado. Em sua visão, não são apenas as populações dos dois países que sofrem as consequências do conflito, mas de forma indireta as de outras regiões, especialmente países em desenvolvimento, que lidam com problemas na distribuição global de alimentos.

“Não subestimamos as dificuldades para alcançar a paz. Tampouco podemos ficar indiferentes às mortes e à destruição que aumentam a cada dia. Estamos prontos a nos juntar a um esforço que possa efetivamente contribuir para um pronto cessar-fogo e uma paz justa e duradoura. Todos sofrem as consequências da guerra. As populações mais vulneráveis nos países em desenvolvimento são atingidas desproporcionalmente”.

LIMITAÇÕES – Em seguida, o presidente abordou as falhas das instituições globais evidenciadas não só pela guerra na Ucrânia, mas por invasões contra vários países ao longo das últimas décadas, à revelia do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

“A guerra na Ucrânia evidencia as limitações do Conselho de Segurança. Os países do BRICS devem atuar como força pelo entendimento e pela cooperação. Nossa disposição está expressa nas contribuições da China, da África do Sul e de meu próprio país para os esforços de solução do conflito na Ucrânia. Muitos outros conflitos e crises não recebem atenção devida mesmo causando vasto sofrimento para as suas populações. Haitianos, iemenitas, sírios, líbios, sudaneses e palestinos, todos merecem viver em paz”, ressaltou.

DESIGUALDADE – O foco em conflitos militares, segundo Lula, é um dos fatores que resulta na ampliação da desigualdade no mundo. Para ele, é inaceitável que gastos militares globais em um único ano ultrapassem 2 trilhões de dólares, enquanto a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) indica que 735 milhões de pessoas passam fome todos os dias no mundo.

Para o presidente, a questão se reflete também em outras agendas, como as do desenvolvimento sustentável, do financiamento aos países em desenvolvimento e o enfrentamento das mudanças climáticas.

“Vemos o maior aumento da desigualdade entre os países em três décadas. Em 30% das metas da Agenda 2030, estagnamos ou andamos para trás. É muito difícil combater a mudança do clima enquanto tantos países em desenvolvimento ainda lidam com a fome, a pobreza e outras violências”, completou Lula.

CAMINHOS – Além do diagnóstico, o líder brasileiro apontou caminhos. Ressaltou que o Brasil está recuperando o protagonismo na agenda ambiental. Citou a Cúpula da Amazônia, realizada no início do mês, como marco para que países em desenvolvimento com florestas tropicais atuem em conjunto nas conferências internacionais do clima biodiversidade.

Lula enfatizou que o desenvolvimento sustentável e a descarbonização das economias são meios para combater as mudanças climáticas, mas entende que essa trilha deve levar em consideração o bem-estar das populações, com empregos dignos. E cobrou dos países ricos o cumprimento de promessas de investimento e financiamento.

“Precisamos de um sistema financeiro internacional que, ao invés de alimentar as desigualdades, ajude os países de baixa e média renda a implementarem mudanças estruturais”, afirmou.

Para o presidente, o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) do BRICS é uma das peças fundamentais para oferecer alternativas de financiamento adequadas às necessidades do Sul Global. E voltou a citar a possibilidade de criação de uma moeda específica para transações comerciais e de investimento entre membros do bloco.

“Aumenta nossas opções de pagamento e reduz nossas vulnerabilidades”, disse, enfatizando que o grande interesse de outras nações em integrar o bloco é retrato da consolidação do BRICS no cenário internacional.

O QUE É – O BRICS é uma parceria entre cinco das maiores economias emergentes do mundo: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. No total, o grupo representa mais de 42% da população mundial, 30% do território do planeta, 23% do PIB global e 18% do comércio internacional.

O grupo, que não incluía a África do Sul e era chamado apenas de BRIC (termo criado por um analista da Goldman Sachs em um artigo sobre economias emergentes em 2001), se reuniu formalmente pela primeira vez às margens da Assembleia Geral da ONU de 2006, em Nova York.

A primeira cúpula dos BRICs aconteceu em 2009, na cidade de Ecaterinburgo, na Rússia. Dois anos mais tarde, durante a terceira cúpula, em Sanya (China), a África do Sul passou a fazer parte do bloco.

O diálogo entre os países se dá em três pilares principais: cooperação em política e segurança, cooperação financeira e econômica, e cooperação cultural e pessoal. Cerca de 150 reuniões são realizadas anualmente em torno desses pilares.

O principal objetivo do bloco, por meio da cooperação, é alterar o sistema de governança global, com uma reforma de mecanismos como o Conselho de Segurança da ONU, além de introduzir alternativas às instituições como o FMI e o BID para o fomento às economias emergentes, como é o caso do NDB.

Por Secom Gov Federal

Senado aprova mudanças no Código Penal Militar

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O projeto (PL 2.233/2022) teve origem na Câmara dos Deputados e não foi modificado na Casa Alta. Agora, segue para a sanção presidencial

Nesta terça-feira, 22 de agosto de 2023, o projeto de lei que contempla diversas alterações no Código Penal Militar (Decreto-Lei 1.001, de 1969) foi aprovado pelo Plenário do Senado. Originado na Câmara dos Deputados, o projeto (PL 2.233/2022) permaneceu inalterado ao passar para a Casa Alta e agora está a caminho da sanção presidencial.

Várias adaptações no texto do CPM (Código Penal Militar) foram promovidas pelo projeto, em conformidade com mudanças legais significativas desde a sua promulgação, como a Constituição Federal de 1988 e reformas ao Código Penal de 1940 (Decreto-Lei 2.848). A maioria dessas atualizações refere-se à redação, eliminando terminologias obsoletas, embora também tenha ocorrido intervenções no conteúdo.

Por exemplo, uma das inovações apresentadas é o aumento das penalidades para o tráfico de drogas cometido por militares, resultando em uma sentença de até 15 anos em vez de 5. Além disso, militares que se apresentarem para o serviço sob a influência de substâncias entorpecentes agora podem ser condenados a uma reclusão de até 5 anos. O roubo de armas e munições de uso restrito militar ou pertencentes a instituições militares também se transforma em uma forma de roubo qualificado, acarretando em um acréscimo de um terço a metade na pena (4 a 15 anos de reclusão).

Lula: BRICS não querem ser contraponto a G7 ou G20, mas propor multilateralismo mais representativo

Presidente Lula na chegada a Joanesburgo para a Cúpula do BRICS: aposta num multilateralismo mais eficaz - Foto: Ricardo Stuckert (PR)

Durante entrevista semanal nas redes sociais, presidente defende ampliação do número de membros permanentes no Conselho de Segurança da ONU e afirma que países do Sul Global merecem maior protagonismo

Ao defender o papel do BRICS na ampliação do multilateralismo nas discussões políticas e econômicas globais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou, nesta terça-feira (22/8), em Joanesburgo, que a parceria entre as nações do bloco (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) não representa ameaça ao G7 ou ao G20. O primeiro é o grupo dos países mais industrializados do mundo, composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido. O segundo é o grupo formado pelos ministros de finanças e chefes dos bancos centrais das 19 maiores economias do mundo e mais a União Europeia.

O BRICS não pode ser um clube fechado. Não queremos isso. Queremos criar uma instituição multilateral e que a gente possa propor algo diferente
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Presidente da República

“A gente não quer ser contraponto ao G7. A gente não quer ser contraponto ao G20. A gente não quer ser contraponto aos Estados Unidos. A gente quer se organizar. A gente quer criar uma coisa que nunca teve, que nunca existiu”, frisou Lula, durante o programa Conversa com o Presidente, transmitido diretamente da África do Sul nesta terça-feira, 22/8.

Ao analisar o papel do BRICS e as discussões que devem pautar o encontro entre os líderes reunidos na África do Sul, o presidente brasileiro afirmou que muitas das instituições multilaterais que hoje estão estabelecidas necessitam de adaptações e que o BRICS pode ser capaz de trazer um novo horizonte.

“O BRICS não pode ser um clube fechado. O G7 é um clube fechado. Mesmo quando o Brasil chegou à sexta economia do mundo, a gente era convidado, não participante. O G7 é o clube dos ricos. Não queremos isso. Queremos criar uma instituição multilateral e que a gente possa propor algo diferente”, explicou Lula.

Para isso, ele citou o caso da ONU e defendeu que a instituição amplie seu poder de governança para que as decisões, em especial as ligadas às questões climáticas, possam ser, de fato, implementadas.

“Temos quase 100 anos de funcionamento das instituições multilaterais. Algumas funcionaram e hoje não funcionam mais. Hoje, a ONU tem pouca representatividade. Precisamos utilizar a ONU para tentar encontrar paz no mundo. A ONU precisa ser forte. Se a ONU não tiver um poder de governança, a gente não resolve a questão climática. É preciso ter uma governança mundial que em determinadas circunstâncias decida e que a gente seja obrigado a cumprir. Por exemplo: o Acordo de Paris ninguém cumpre, o Protocolo de Kyoto, ninguém cumpre. Então, estabelecer regras para que sejam verdadeiras as nossas reuniões”.

TRANSMISSÃO | Conversa com o Presidente #11

CRESCIMENTO E OMC — Para falar sobre a importância do BRICS, Lula usou como o exemplo o crescimento das relações comerciais entre o Brasil e as outras nações integrantes. “Em 2009, a relação do Brasil com os países do BRICS era 48 bilhões de dólares. Em 2022, foi para 178 bilhões de dólares, um crescimento de 370%. É uma demonstração de como é que as coisas funcionam”, afirmou.

Em outra demonstração de que o multilateralismo pode ser eficiente se for bem praticado, o presidente brasileiro voltou a defender o retorno da Organização Mundial do Comércio (OMC) nas discussões econômicas internacionais.

“Quanto melhor for a relação de um país com outro, mais chance a gente tem de fazer bons acordos. E os bons acordos não são aqueles em que um ganha e o outro perde. O bom acordo é aquele em que os dois ganham. Esse é o mundo dos negócios que queremos criar. É por isso que o Brasil briga pela volta da OMC. Somos favoráveis a que, quanto mais instituições multilaterais tiverem, que participem todos os países, melhor”.

Por que preciso ter dólar para fazer negócios com a China? O Brasil e a China têm tamanho suficiente para fazer negócios nas suas moedas ou em outra unidade que a gente possa fazer, sem desvalorizar a moeda da gente”

MOEDA COMUM — Ainda sobre comércio, Lula ressaltou que é favorável à criação de uma moeda comum na relação com outros países, de modo que a dependência do dólar possa ser flexibilizada.

“Nós defendemos a questão de uma unidade de referência. Na verdade, é uma moeda que seja referência de fazer negócio para que você não precise de uma moeda de outro país. Por que preciso ter dólar para fazer negócios com a China? O Brasil e a China têm tamanho suficiente para fazer negócios nas suas moedas ou em outra unidade que a gente possa fazer, sem desvalorizar a moeda da gente e sem negar. Ela continua existindo”, destacou.

“O que é importante é que a gente não pode depender de um único país que tem o dólar, de um único país que bota a maquininha para rodar dólar, e nós somos obrigados a ficar vivendo da flutuação dessa moeda. Não é correto”, prosseguiu o líder brasileiro.

SUL GLOBAL — O termo Sul Global é usado para se referir a diversos países localizados na parte sul do hemisfério que, muitas vezes, são descritos como “em desenvolvimento”. O presidente Lula também analisou essa situação e disse que as discussões do BRICS podem ajudar a guiar o processo de fortalecimento político e econômico dessas nações.

“A gente sempre foi tratado como se fôssemos a parte pobre do planeta, como se não existíssemos. Sempre fomos tratados como se fôssemos de segunda categoria. E, de repente, a gente está percebendo que podemos nos transformar em países importantes”, ressaltou Lula.

“Se você falar da questão climática, quem é que tem força hoje para negociar? É o Sul Global. São os países da parte de baixo do globo terrestre. Se falar de minérios, vai perceber que é o Sul Global que tem. Se quiser falar de possibilidade de desenvolvimento, de possibilidade de crescimento, é o Sul Global. Estamos apenas dizendo: ‘Existimos, estamos nos organizando e queremos sentar numa mesa de negociação em igualdade de condições com a União Europeia, com os Estados Unidos, com todos os países. O que a gente quer é criar novos mecanismos que tornem o mundo mais igual do ponto de vista das decisões políticas”.

Lula voltou a citar o exemplo do Conselho de Segurança da ONU e questionou por que o Brasil e outros países como Índia, África do Sul, Alemanha, não podem fazer parte como membros permanentes. “O BRICS significa isso. O BRICS não significa tirar nada de ninguém. Significa uma organização de um polo forte, que congrega muita gente. Se entrar a Indonésia, com mais 200 milhões de habitantes, vamos ter mais da metade da população (do mundo) participando dessa organização. E isso é importante porque vai permitir que a gente tenha um certo equilíbrio nas discussões”.

Por Secom Gov Federal

Lula: um novo mundo é possível e a luta contra desigualdades deve estar na ordem do dia

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Na África do Sul para reunião do BRICS, presidente defende em Live semanal o fim da fome, a construção de um futuro mais solidário e o foco brasileiro na economia verde

Antes de iniciar os encontros oficiais da 15ª Cúpula dos chefes de Estado do BRICS, grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender de forma enfática o fim da fome e das muitas desigualdades existentes no mundo. Segundo ele, um  novo mundo é possível, em que todos vivam com decência e dignidade, e sua construção deve estar na ordem do dia e ser tema principal de encontros como o G-20 e o próprio BRICS.

O tema principal é a gente acabar com as desigualdades racial, de gênero, na educação, na saúde, de salário. Vou tentar que essa discussão seja tema do próximo encontro do BRICS, do encontro do G-20, para que a gente coloque essa questão da diferença entre a humanidade na ordem do dia”

Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República

“O tema principal é a gente acabar com as desigualdades racial, de gênero, na educação, na saúde, de salário. É tudo desigual, num mundo em que poucos têm muito e muitos não têm nada. Eu vou provocar essa discussão. Vou tentar que essa discussão seja tema do próximo encontro do BRICS, do próximo encontro do G-20, para que a gente coloque essa questão da diferença entre a humanidade na ordem do dia”.

Em entrevista ao jornalista Marcos Uchôa, no Conversa com o Presidente, Lula disse não ser aceitável que 735 milhões de pessoas passem fome no mundo, segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), se há alimentos suficientes para alimentar a todos. Segundo ele,  num contexto de distribuição de riqueza mal feita no mundo, o que falta é dinheiro para comprar.

“Algo está errado e o algo errado é a falta de recursos para comprar. O algo errado é a distribuição de riqueza que é mal feita no mundo . Apenas meia dúzia tem tudo e milhões, bilhões não têm nada. Temos alimento para isso, temos dinheiro para isso.  O que precisa é ter disposição política. Você não pode continuar num mundo em que 1% mais rico tenha mais dinheiro do que 50% da população mundial mais pobre. Não podemos continuar assim”.

NOVOS PAÍSES – O presidente brasileiro destacou o papel dos Brics na construção de um novo mundo, disse que o grupo não pode ser fechado como o G7, que reúne as nações mais ricas, e defendeu a entrada de outros países no grupo.

A questão climática ganha peso importante e nesse aspecto o Brasil é imbatível. É imbatível no biodiesel, em etanol, em energia eólica e solar. Temos um jeito de fazer indústria verde nesse país, produzida por energia limpa, que não jogue gás carbônico no mundo, que não polua o  mundo”

“Eu sei que a China quer, eu sei que a Índia quer, eu sei que a África do Sul quer, eu sei que a Rússia quer, e nós queremos. Se todo mundo quer, não é difícil entrar. Obviamente que você tem que estabelecer determinados procedimentos para que as pessoas entrem”, disse, defendendo especificamente a entrada da Argentina e destacando a importância do desenvolvimento do país vizinho para o crescimento do Brasil.

Lula disse ter fé de que o Brasil vá entrar num novo ciclo de desenvolvimento, com uma política industrial mais arrojada, e aproveitando a combinação de seu potencial de enfrentar as mudanças climáticas, num momento em que o mundo quer se livrar da poluição.

“A questão climática ganha peso importante e nesse aspecto o Brasil é imbatível. É imbatível no biodiesel, em etanol, em energia eólica e solar, e vai ser no hidrogênio verde. Temos um jeito de fazer indústria verde nesse país, produzida por energia limpa, que não jogue gás carbônico no mundo, que não polua o  mundo. Esse é um grande trunfo do Brasil”.

COMPENSAÇÃO – O presidente voltou a destacar o papel das nações ricas, que se industrializaram destruindo suas matas, nesse processo de compensação aos países que têm florestas de pé. “Quem tem de pagar um pouco mais são os países industrializados há 200 anos. É razoável”.

Segundo ele, é preciso garantir emprego, comida, educação, lazer, acesso à cultura e qualidade de vida para as pessoas que vivem na Amazônia. “Não posso olhar o mundo e ver só as copas das árvores da Amazônia. É preciso pensar no povo. O mundo desenvolvido precisa fazer isso. pagar uma espécie de pedágio”.

Por Secom Gov federal

Macaé: Welberth se reúne com Igor Sardinha e entrada do PT no Governo é alinhada para construção de moeda social

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De olho não só nas eleições do ano que vem, mas, principalmente, na construção de novas políticas em seu primeiro mandato como prefeito de Macaé, Welberth Rezende (CIDADANIA) se reuniu com o ex-vereador, atual secretário de Desenvolvimento Econômico de Maricá e membro do diretório estadual do PT, Igor Sardinha. Na pauta a entrada do Partido dos Trabalhadores na administração municipal.

O objetivo é que o partido lidere a construção do que se tornou uma das prioridades do prefeito: a realização de um programa que garanta uma renda básica à população mais necessitada da cidade com os pagamentos dos benefícios sendo feitos em moeda social local. 

O PT, através dos governos em Maricá, se tornou referência dentro e fora do país nesse tema. Fontes do Blog que participaram da reunião garantem que as conversas foram boas e tem tudo para avançar. A conferir!

Por Blog do Daniel Galvão

“A lei autorizava”, diz defesa de Bolsonaro sobre vender joias

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Advogado reagiu à notícia de que o ex-ajudante de ordens Mauro Cid venha a confessar ordem do ex-presidente para comercializar as joias sauditas nos EUA

Sob a representação da defesa de Jair Bolsonaro (PL), foi enfatizado pelo advogado Paulo Cunha Bueno que o direito à comercialização das joias, recebidas como presente do regime da Arábia Saudita durante a Presidência, estaria garantido.

A resposta de Bueno ocorreu como reação à notícia veiculada ontem, quinta-feira (17), revelando que a confissão iminente de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens, poderia implicar uma ordem de Bolsonaro para a comercialização das joias sauditas nos Estados Unidos em junho de 2022.

“Estava amparado pela lei”, enfatizou Bueno à Folha, invocando a Lei 8394/91, regulamentadora do acervo presidencial, para sustentar que as joias se enquadravam no âmbito dos designados “objetos tridimensionais” do “acervo presidencial privado”. Tais objetos, segundo Bueno, constituíam propriedade do presidente da República, viabilizando inclusive sua transmissão por meio de herança, doação ou venda.

O referido advogado também destacou que as joias em questão haviam sido devidamente catalogadas no acervo pessoal do presidente, antes mesmo da consumação da venda.

Ciro fala em punir deputado caso ele vire ministro de Lula

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André Fufuca deve aceitar convite feito pelo petista e passar a integrar o governo

Sob a sombra de uma possível adesão ministerial do deputado federal André Fufuca (PP-PB) ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, surgem tensões dentro do Partido Progressistas. O presidente nacional da sigla, senador Ciro Nogueira (PI), fez questão de ressaltar que, caso tal convite seja aceito, Fufuca enfrentará uma suspensão imediata de suas funções diretivas na legenda. Nogueira, um crítico ferrenho do governo petista, enfatizou que o partido permanecerá à margem da base aliada governista.

As palavras do líder partidário delineiam uma clara divisão interna sobre a possível integração do PP ao governo de Lula. Durante um evento em São Paulo, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que compartilha espaço com Nogueira, delineou uma perspectiva mais alinhada à cooperação com o governo. Lira defendeu a viabilidade de ministros provenientes do PP e de outros partidos, destacando a necessidade de uma coesão governamental integral, sem concessões.

Divergências também surgiram a respeito do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), atualmente sob a égide do petista Wellington Dias. Lira negou um enfoque específico no MDS por parte do PP, afirmando que o partido busca ampliar sua base e participação nas discussões governamentais. Nesse cenário, Ciro Nogueira endossou a abordagem de Lira para articular a inserção do partido no governo. No entanto, Nogueira ressaltou a necessidade de Lira exercer seu papel de presidente da Câmara de forma independente e não como um mero filiado partidário.

As tensões entre as facções do PP deixam claro o desafio de conciliar perspectivas diversas dentro da agremiação. O embate entre a inclinação para a coalizão governamental e a reticência em aderir ao governo de Lula torna evidente que o futuro do partido está envolto em um enigma complexo, com os líderes tentando equilibrar agendas concorrentes em meio a um ambiente político tumultuado.

Delgatti: Código-fonte permite programar urna para alterar voto

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Programação permitiria apertar um voto e resultar em outro, disse o hacker

No depoimento à CPMI ocorrido em 8 de janeiro, na última quinta-feira (17), uma revelação intrigante emergiu das palavras proferidas por Walter Delgatti Neto, reconhecido como o hacker da Lava Jato. Delgatti, ao ser inquirido, mencionou que um fenômeno singular poderia ocorrer com aqueles que tivessem acesso ao código-fonte das urnas eletrônicas: a possibilidade de um voto ser pressionado, mas o resultado se manifestar de forma distinta. A declaração foi entregue no contexto em que Delgatti compartilhou que indivíduos no poder procuravam que ele fabricasse um “código-fonte fictício”. Tal ato visava, aparentemente, demonstrar ao público que a segurança das urnas eletrônicas era notavelmente vulnerável.

O ex-hacker, com seu semblante imperturbável, narrou a sugestão peculiar que recebeu: “Uma urna seria gentilmente emprestada pela OAB, imagino, e eu, com minhas habilidades, incorporaria uma aplicação personalizada, exibindo à sociedade a concebível realidade de que ao pressionar um voto, outro resultaria.” Delgatti esclareceu a natureza do código-fonte, salientando que este constitui o próprio conjunto de instruções subjacentes ao sistema. Ele explicou que, quando compilado, o código resultava em uma única unidade que correspondia àquilo que residiu nas urnas eletrônicas. Contudo, o intrigante pormenor estava na possibilidade de inserção de linhas de código antes da compilação, capazes de engendrar a transformação de um voto apertado em um resultado divergente.

De maneira contundente, Delgatti revelou que lhe havia sido feito um pedido singular: criar, na prática, uma manipulação que evidenciasse a fragilidade do sistema. Dessa forma, o objetivo subjacente seria desafiar a integridade digital das eleições. “Requisitaram que eu concebesse um código-fonte próprio, alheio ao oficial do TSE. Nesse código, eu inseriria tais linhas, denominadas maliciosas, uma vez que o propósito que encerram é de ludibriar e semear dúvidas no processo eleitoral,” esclareceu o depoente, enquanto os olhares atentos na sala de audiência testemunhavam a complexa teia de intrigas que envolviam o sistema eleitoral do país.

Nikolas pede quebra de sigilos e laudo psiquiátrico de Delgatti

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Deputado também pediu que o “pai das urnas” Giuseppe Janino seja ouvido no colegiado

Após o depoimento de Walter Delgatti Neto, o hacker, na quinta-feira (17), perante a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos ocorridos em 8 de janeiro, três requerimentos foram protocolados no colegiado pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG). A divulgação desses requerimentos foi realizada nas redes sociais pelo próprio parlamentar.

Os requerimentos incluem a solicitação da quebra do sigilo telefônico e telemático do hacker, a proposta de realização de uma perícia voltada à elaboração de um laudo psiquiátrico de Delgatti e também a convocação de Giuseppe Janino, conhecido como o “pai da urna eletrônica”, com o objetivo de verificar os relatos feitos pelo depoente.

No perfil do antigo Twitter, Nikolas escreveu: “Hoje foi um dia desafiador, entretanto, conseguimos desmascarar todas as inverdades concebidas em conluio pelo depoente e pela ala esquerdista. Perseveraremos em nossa missão de trazer à luz a verdade para o povo brasileiro. Sigamos resilientes.”

Em relação à convocação de Janino, que ocupou o cargo de Secretário de Tecnologia da Informação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante 15 anos, Nikolas baseou-se nas declarações de Delgatti, nas quais o hacker admitiu ter realizado tentativas de invasão ao sistema das urnas eletrônicas.

“Bolsonaro argentino” lidera pesquisas para a corrida presidencial na Argentina

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Patricia Bullrich, ex-ministra da Segurança, aparece em segundo lugar na pesquisa, com 40,9% de avaliação positiva

Javier Milei, o candidato de direita que venceu as primárias argentinas, aparece na liderança na pesquisa eleitoral para a presidência, com 44,5% de aprovação entre os eleitores, de acordo com um estudo realizado pela CB Consultora Opinión Pública divulgado nesta quinta-feira (17). Suas propostas liberais na economia, incluindo o fechamento do Banco Central e a adoção do dólar americano, o destacam como um “anarcocapitalista” e “libertário”. 

Patricia Bullrich, ex-ministra da Segurança, aparece em segundo lugar na pesquisa, com 40,9% de avaliação positiva, seguida pelo ministro da Economia, Sergio Massa, com 26,1%. Enquanto isso, 74,7% dos entrevistados reprovam o governo do presidente Alberto Fernández.

Javier Milei, aos 52 anos, conquistou a liderança com 30,4% dos votos nas primárias de agosto de 2023, representando a coalizão “La Libertad Avanza”. Ele se destaca como uma figura de orientação direitista e é elogiado por suas ideias ultraliberais, incluindo a proposta de substituir o peso argentino pelo dólar americano. Patricia Bullrich, de “Juntos por el Cambio”, surge em segundo lugar, com 40,9% de avaliação positiva. 

O governo de Alberto Fernández enfrenta uma ampla reprovação, com 74,7% dos entrevistados expressando descontentamento.