Com subsídio ou sem? Brasil discute entrada na corrida do hidrogênio

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Audiência pública da Comissão Especial do Hidrogênio Verde (CEHV) debate o PL 2.308/2023 (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)

Senado deve votar, na próxima semana, PL que concede até R$ 13,3 bi em crédito fiscal para compradores e produtores de hidrogênio

Apresentado esta semana, o novo relatório do senador Otto Alencar (PSD/BA) sobre o PL 2308/2023 (PL do Hidrogênio) prevê a concessão de até R$ 13,3 bilhões em crédito fiscal para compradores e produtores de hidrogênio de baixa emissão de carbono e seus derivados entre 2027 e 2030.

Também estima a produção desse combustível no Brasil em pelo menos um milhão de toneladas em dois anos.

A previsão é votar o texto na Comissão de Hidrogênio Verde do Senado na próxima semana. O parecer de Otto Alencar acata em grande parte as propostas enviadas pela equipe econômica do governo – e traz de volta a discussão: subsidiar ou não? Como o Brasil deve se posicionar nesse novo mercado criado pela necessidade de substituir combustíveis fósseis?

Durante audiência pública na terça (14/5), o diretor de Programa da Secretaria de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, Gustavo Henrique Ferreira, pediu cautela na concessão de incentivos.

Ele enxerga a construção de uma cadeia de valor para o hidrogênio como um movimento de longo prazo “uma maratona, não uma corrida de 100 metros”, o que daria tempo e espaço para “fazer a corrida a passos moderados, sabendo que é uma corrida longa”.

É um contraponto à visão da indústria, que aponta uma janela de oportunidade estreita e tem pressa na definição de políticas para o setor. Leia na cobertura de Gabriel Chiappini

Competição internacional

Proximidade com a Europa e grande volume de investimentos de fundos soberanos colocam países do Norte da África e os Emirados Árabes, respectivamente, como grandes concorrentes do Brasil na exportação de hidrogênio verde, aponta Adriano Correia, sócio e líder do setor de energia da consultoria PwC Brasil.

Na visão do analista, o Brasil precisa pensar em subsídios para a produção se quiser entrar nesta corrida pelo mercado de hidrogênio verde, exportando derivados como amônia e metanol, ou mesmo produtos de maior valor agregado, como o aço verde.

Países do Norte da África, como Marrocos, Argélia e Tunísia, levam vantagem quando se fala em exportação para a Europa porque já possuem algum tipo de conexão de gasodutos com o continente ou já têm planos de construção de dutos dedicados para transporte de hidrogênio – o que reduz custos.

No caso do Brasil, o combustível precisa atravessar o oceano até a Europa na forma de derivados, o que agrega custos ao produto final.

Nesse cenário, outro potencial concorrente é o Egito que, apesar de não possuir conexão europeia via gasodutos, aposta no consumo local para produção de aço e metanol verde, que podem ser exportados pelo Canal de Suez – hoje, uma das principais vias de escoamento da produção de petróleo, gás natural e derivados do mundo.

Críticos entendem que dar subsídios para esta cadeia no Brasil seria financiar a descarbonização de países ricos na Europa. Contudo, Correia lembra que o país também poderia desenvolver um mercado doméstico de derivados de hidrogênio, a exemplo do Egito.

“A exportação vai ter que ser via algum derivado, principalmente amônia. Você pode desenvolver outras cadeias aqui”, afirma o executivo em entrevista à agência epbr.

“Siga os subsídios”

Buscar mercados que dão incentivos financeiros à energia limpa é uma das recomendações do Boston Consulting Group (BCG) em seu estudo sobre a construção de uma economia para o hidrogênio produzido a partir da eletrólise com renováveis.

A consultoria calcula que os investimentos em produção e transporte de H2 verde devem chegar até US$ 12 trilhões entre 2025 e 2050, uma “oportunidade de alta lucratividade” para investimentos focados no desenvolvimento sustentável.

Além disso, US$ 300 bilhões a US$ 700 bilhões precisam ser implantados – por governos e empresas – entre 2025 e 2030, se os países quiserem atingir suas metas líquidas de zero.

“Priorize o mercado doméstico”

A prioridade, no entanto, deve ser o mercado doméstico, recomendam a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Unido) e a Agência Internacional de Energias Renováveis (Irena) a nações emergentes como o Brasil.

Este mercado de trilhões de dólares depende de muitos fatores para dar certo: de tecnologia a recursos naturais disponíveis, passando por ambiente de negócios favorável e incentivos.

Países ricos na Europa, por exemplo, estão lançando mão de uma série de subsídios para incentivar a descarbonização de seus parques industriais. Mas boa parte da nova energia deve vir dos mercados emergentes, que também precisam garantir a competitividade das suas companhias.

“Os formuladores de políticas devem priorizar intervenções estratégicas e instrumentos para alcançar a diversificação industrial verde, incentivando tanto as indústrias existentes quanto as emergentes a se envolverem na produção de bens verdes e maximizar os benefícios da produção de hidrogênio de baixo carbono”, defendem as organizações.

Por EPBR

Senador fala verdade sobre  ações do Governo Lula no RS: “Muito discurso, muito barulho, pouca efetividade”

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Marcos Rogério mencionou a atuação insuficiente do Centro de Operações de Emergência (COE) no estado.

O senador Marcos Rogério (PL-RO) discursou no plenário do Senado Federal nesta terça-feira (14) sobre a crise das enchentes no Rio Grande do Sul. Ele criticou a resposta do Governo Federal, destacando que “a resposta do Governo, embora volumosa em promessas, tem sido apenas isto: muito discurso, muito barulho, pouca efetividade.”

Marcos Rogério mencionou a atuação insuficiente do Centro de Operações de Emergência (COE) no estado. “Onde está o COE? Até agora, apenas uma promessa de coordenar uma resposta efetiva às enchentes”, afirmou. Ele também questionou a quantidade de recursos humanos disponíveis, mencionando que há apenas “83 profissionais da Força Nacional do SUS atuando em seis hospitais de campanha” para mais de 380 cidades impactadas.

O senador elogiou o trabalho dos voluntários que têm ajudado no enfrentamento da crise, dizendo que “os milhares de voluntários, dos quatro cantos do Brasil e de fora do Brasil, que lá estão, merecem reconhecimento e elogio.” Ele compartilhou advertências de médicos sobre as ondas de problemas de saúde que estão surgindo devido às enchentes, como doenças infecciosas e problemas dermatológicos.

Marcos Rogério criticou ainda a tentativa do governo de controlar as narrativas sobre a situação. Ele afirmou que “o Governo Federal parece mais preocupado em controlar as narrativas de que está tudo indo certo, dentro do protocolo, do que, efetivamente, em cuidar daquilo que precisa ser cuidado.” O senador concluiu seu discurso enfatizando a necessidade de ações imediatas e comprometimento real por parte do Governo.

Por portal Novo Norte

Deputado federal do PT participa de Conferência Pró-Hamas na África do Sul, denuncia jornalista

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Lajst expressou indignação com a presença do deputado no evento e questionou a posição do PT e do presidente Lula sobre o assunto.

O jornalista André Lajst denunciou em um post no Twitter nesta terça-feira (14) que o deputado federal João Daniel (PT-SE) participou de uma conferência internacional pró-Hamas na África do Sul. Supostamente representando o presidente Lula e o Partido dos Trabalhadores (PT), o parlamentar tirou uma foto com Bassem Naim, um dos líderes do grupo terrorista.

Lajst expressou indignação com a presença do deputado no evento e questionou a posição do PT e do presidente Lula sobre o assunto. “É muito grave que o deputado federal João Daniel tenha ido à África do Sul, representando o presidente Lula e o PT, para participar de uma conferência pró-Hamas”, escreveu Lajst, questionando se o partido e seus membros apoiam essa postura.

Em um vídeo publicado junto com o tuíte, Lajst convocou membros da esquerda brasileira a se manifestarem contra a participação de João Daniel no evento. “Essa é a hora da verdade. Um deputado federal do PT foi para a África do Sul numa conferência e tirou foto com um membro do Hamas. Se vocês não condenarem, vocês estão concordando.”

Por portal Novo Norte

Deputados petistas do RS votam contra anistia da dívida do estado após tragédia das enchentes

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A emenda propunha anistiar o pagamento das parcelas da dívida do estado e dos municípios afetados pelas enchentes, com a intenção de aliviar suas finanças durante a recuperação dos danos causados pelo desastre natural.

A Câmara dos Deputados rejeitou, na última terça-feira (14), a emenda proposta por Marcel van Hattem (NOVO-RS) que visava anistiar a dívida do Rio Grande do Sul e de seus municípios por 36 meses, devido à calamidade pública causada pelas enchentes recentes. Deputados petistas do RS, como Alexandre Lindenmeyer, Bohn Gass, Denise Pessôa, Marcon, Maria do Rosário e Reginete Bispo, votaram contra a proposta, contribuindo para sua derrota. O Deputado Afonso Motta (PDT-RS) também votou contra a anistia.

A emenda propunha anistiar o pagamento das parcelas da dívida do estado e dos municípios afetados pelas enchentes, com a intenção de aliviar suas finanças durante a recuperação dos danos causados pelo desastre natural. Marcel van Hattem justificou a proposta afirmando que “a suspensão simples das parcelas sem anistia traria novos problemas no futuro, acumulando montante de difícil equacionamento”.

Entre os deputados que assinaram a favor da proposta, destacaram-se nomes como Any Ortiz (CIDADANIA-RS), Afonso Hamm (PP-RS) e Lucas Redecker (PSDB-RS). A rejeição da emenda pelos representantes do PT do Rio Grande do Sul gerou insatisfação, considerando a situação crítica enfrentada pelo estado após as enchentes.

A emenda ao Projeto de Lei Complementar nº 85/2024 incluía também a redução da taxa de juros dos contratos de dívida com a União, alterando a Lei Complementar nº 101/2000 e a Lei Complementar nº 159/2017. Segundo Van Hattem, essas medidas eram urgentes para “mitigar e enfrentar os danos da calamidade pública”.

https://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/plenario/chamadaExterna.html?link=http://www.camara.gov.br/internet/votacao/mostraVotacao.asp?ideVotacao=12156

Oriovisto Guimarães critica decisões monocráticas do STF

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Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

O senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) criticou, em pronunciamento na terça-feira (14), o Supremo Tribunal Federal (STF) e as decisões tomadas …

O senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) criticou, em pronunciamento na terça-feira (14), o Supremo Tribunal Federal (STF) e as decisões tomadas de forma monocrática pelos ministros. Segundo o parlamentar, 72,4% das decisões proferidas entre 1988 e 2018 foram feitas de forma individual.

— Desse percentual, 60,65% foram em ações de controle de constitucionalidade, ou seja, suspendendo a vigência de atos normativos legitimamente aprovados pelo Legislativo, por este Congresso, por este Senado, pela Câmara dos Deputados. Uma única pessoa suspende tudo o que os senadores e deputados fizeram e que o presidente da República homologou.

Oriovisto citou decisão de 2014, do ministro Luiz Fux, que atendeu a uma ação da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e concedeu auxílio-moradia a todos os juízes federais e estaduais, mesmo aqueles que já possuíam imóvel próprio. Segundo o parlamentar, a medida foi declarada inconstitucional em 2018, mas a verba nunca foi devolvida aos cofres públicos. Para o senador, casos como esse são um desrespeito à população brasileira e ao próprio colegiado.

O parlamentar também criticou decisão tomada em 2023 pelo então ministro Ricardo Lewandowski, que suspendeu a Lei das Estatais ( Lei 13.303, de 2016 ). Em maio deste ano, a Corte decidiu que as regras estabelecidas pela lei são constitucionais e que as nomeações feitas até a finalização do julgamento devem ser mantidas.

— Coisas assim tornam o Brasil uma república de bananas, mandam a nossa segurança jurídica às favas. Eu me questiono: do que vale nós fazermos leis? Do que vale 513 congressistas aprovarem uma lei, quando um único homem suspende essa lei, e, depois, outros 11 dizem que tudo o que foi feito durante a suspensão está valendo, mesmo que a suspensão tenha sido incorreta e eles reconhecem que foi incorreta? De que vale legislar neste país? […] Não é possível que este Congresso e que este Senado continuem silenciando diante dos absurdos que as decisões monocráticas promovem.

Por portal Novo Norte

Girão: ‘Votar bingos e cassinos agora é uma tragédia em cima de outra tragédia’

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Em pronunciamento nesta terça-feira (14), o senador Eduardo Girão (Novo-CE) demonstrou preocupação com a votação do projeto que autoriza o funciona…

Em pronunciamento nesta terça-feira (14), o senador Eduardo Girão (Novo-CE) demonstrou preocupação com a votação do projeto que autoriza o funcionamento de cassinos e bingos, legaliza o jogo do bicho e permite apostas em corridas de cavalos ( PL 2.234/2022 ). O projeto autoriza a instalação de cassinos em polos turísticos ou em complexos integrados de lazer, como hotéis de alto padrão com pelo menos 100 quartos, restaurantes, bares e locais para reuniões e eventos culturais. A proposta está na pauta da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) desta quarta-feira (15).

O senador ressaltou sua indignação com o fato de o Senado estar discutindo a legalização da jogatina em um momento de calamidade pública no Rio Grande do Sul, devido às intensas chuvas que assolam o estado. Para Girão, o retorno de bingos e cassinos representa uma “tragédia” para o país, relacionada à lavagem de dinheiro, corrupção e perdas financeiras para as famílias.

— Desde 1991, quando começou a tramitar o PL 442, na Câmara dos Deputados, em que o poderoso lobby dos jogos de azar vem fazendo muita pressão, inclusive no Congresso Nacional, principalmente sobre os parlamentares, só que sem sucesso nesses últimos 30 anos, porque tanto a Câmara como o Senado nunca deixaram de estar em sintonia com a grande maioria do povo brasileiro, que sempre rejeitou os jogos de azar. Brasileiro é contra porque sabe o que é ter um viciado em casa, um familiar que perde tudo. O endividamento chega no teto e ele perde o emprego, perde o casamento, perde a família e perde a vida, porque acaba atentando contra o maior bem que Deus nos deu que é a vida — disse.

O senador destacou que essas práticas não geram emprego, renda ou benefícios para o turismo. Ele afirmou que em outros países onde os jogos foram liberados houve aumento nos índices de criminalidade, furtos e busca de recursos para pagar dívidas contraídas com o vício em jogos de azar.

— Se a situação já está ruim, com essa proposta que escancara a jogatina tudo deve piorar, para a satisfação da ganância de poucos, porque quem ganha é o dono da banca, milhões de vidas de brasileiros serão destruídas. O Brasil não precisa disso! Está em nossas mãos defender e aprovar leis que melhorem a qualidade de vida do povo brasileiro e rejeitar completamente iniciativas tão danosas como a legalização de jogos de azar, ainda mais num momento como esse, de tragédia do Rio Grande do Sul. Jamais poderíamos debater um assunto desse e espero que o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) Davi Alcolumbre (União-AP), tire esse assunto de pauta — sugeriu.

Por portal Novo Norte

Gustavo Gayer denuncia manobra do governo Lula para tentar aprovar PL da Censura. Veja o vídeo

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No vídeo, Gayer alega que o governo busca censurar e regulamentar o conteúdo audiovisual produzido no Brasil.

O deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) publicou um vídeo nas redes sociais na tarde desta terça-feira (14), criticando a tentativa de aprovação do PL 889 de 2017, que, segundo ele, regulamenta a produção de conteúdo nas redes sociais e impõe taxações a plataformas de streaming. “Eles estão tentando hoje ou amanhã enfiar goela abaixo, mais uma vez, o PL da fake news, mas agora com uma nova cara, uma nova maquiagem”, disse Gayer.

No vídeo, Gayer alega que o governo busca censurar e regulamentar o conteúdo audiovisual produzido no Brasil. “Toda produção de conteúdo, de vídeo, que a gente faz no TikTok, Instagram, YouTube, em qualquer lugar, vai ficar debaixo de uma agência reguladora que é a Ancine”, afirmou. Ele também criticou a taxação das plataformas de streaming, como Netflix e Prime Video, argumentando que isso deixaria as assinaturas mais caras.

Gayer expressou preocupação com a inclusão de cotas para minorias e questões de gênero na produção de conteúdo, o que, segundo ele, representa uma intervenção estatal excessiva. “Querem colocar basicamente tudo o que a gente produz nas redes sociais debaixo de uma agência nacional completamente esquerdista”, afirmou. Além disso, o deputado acusou o governo de usar a medida para arrecadar mais dinheiro, alegando que “esse governo está quebrando o Brasil e está buscando todas as formas de colocar mais dinheiro dentro do cofre”.

O deputado convocou a população a se mobilizar contra a aprovação do projeto. “Fale com os seus deputados para votar contra isso tudo aqui. Nós vamos dar um superpoder a uma agência que nem deveria existir mais”, concluiu.

Por portal Novo Norte

Diante do apelo de prefeitos, Senado busca solução para desoneração

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Marcos Oliveira/Agência Senado Fonte: Agência Senado

O Senado deve propor uma solução para evitar que os municípios de até 156 mil habitantes, que hoje pagam 8% de impostos sobre a folha salarial, passem a pagar 20% a partir de 20 de maio conforme decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). A ideia, sugerida pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, nesta segunda-feira (13) durante sessão de debates temáticos sobre a situação financeira das prefeituras, é resolver a questão da desoneração junto com outros pleitos dos municípios, como a revisão da dívida previdenciária e um novo modelo de quitação de precatórios.

Na semana passada, o governo federal e o Congresso anunciaram um acordo sobre a desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia, mas a desoneração da folha dos municípios ficou fora do acerto. Segundo Pacheco, senadores vão se reunir para chegar a uma proposta que contemple os municípios. A sugestão sobre desoneração deve envolver um escalonamento da alíquota previdenciária para prefeituras até 2028, quando seria adotada a “alíquota cheia” de 20%.

— Havendo uma posição ou uma pretensão da manutenção da alíquota de 8% tal como está na Lei 14.784 [de 2023], qual é a proposta para os anos seguintes? Em que termos viria essa proposta para os anos seguintes de 2025, 2026 e 2027, com o restabelecimento definitivo em 2028? Então, é essa proposta que nós precisamos conceber para encaminhar ao governo federal — disse Pacheco.

O presidente do Senado ressaltou que apesar da indefinição em torno da desoneração, os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, sinalizaram favoravelmente a algumas das pautas municipalistas em reunião nesta segunda-feira. Um dos caminhos seria apresentar um texto alternativo à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 66/2023, que estabelece medidas para aliviar as contas dos municípios e está pronta para votação no Plenário.

— O governo está sensível a outras questões que interessam ao municipalismo, inclusive um programa de regularização previdenciária e de pagamento da dívida dos municípios. Isso é um ingrediente, um elemento também importante. Eu considero que nós podíamos encaminhar a solução do acordo via um substitutivo à PEC 66  — apontou.

Autor do projeto que deu origem à lei da desoneração (PL 334/2023), Efraim Filho (União-PB) disse que, ao contrário do que alega o governo, há medidas compensatórias para viabilizar a desoneração para os municípios. 

— Qual foi o argumento? Não existiram medidas compensatórias. Mas, espera aí. Nós aprovamos a nova Lei do Carf, aprovamos a taxação das bets on-line e apostas esportivas; aprovamos a taxação das offshores; aprovamos a taxação dos fundos exclusivos; aprovamos a mudança com as novas regras do ICMS; aprovamos o arcabouço fiscal, a reforma tributária; aprovamos, a pedido do governo, a PEC da Transição, que deu R$ 180 bilhões de espaço orçamentário para o governo — disse. 

O senador Angelo Coronel (PSD-BA), que foi relator da proposta, reforçou que o aumento da alíquota atinge fortemente o orçamento dos municípios, mas não teria tanto impacto para a União.

—  Nós vamos ter uma solução até o dia 20. Solução essa para manter os 8% da desoneração este ano de 2024, e a gente trabalhar para 2025. Não há impacto fiscal no setor público, pois se trata de um aperfeiçoamento do pacto federativo, a União deixa de arrecadar a contribuição dos municípios, tendo efeito líquido neutro no outro setor — disse. 

O presidente da Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos (FNP), Edvaldo Nogueira, apontou que o prazo para se chegar a uma solução é curto.

— Pela lei, são 8%. A partir do dia 20, vai para 20%. Não tem receita, não tem planejamento que consiga superar esse fato. Por isso que eu acho também que nós temos que enfrentar esse tema. Nós temos que discutir esse tema rapidamente, o mais rapidamente possível — afirmou.

Marcelo Barbieri, presidente da Associação Paulista de Municípios, pediu o apoio do Senado na resolução do problema.

— Dia 20 é segunda-feira que vem. Temos uma semana para tomar essa decisão. Estamos depositando esperança nesta Casa para fazer a intermediação. Manter 8% este ano e escalonar a partir de 2025. Não podemos permitir que essa bomba recaia sobre os municípios. Vai aumentar a inadimplência das prefeituras — acrescentou.

Desoneração

A desoneração foi aprovada no Senado e na Câmara dos Deputados e o Congresso Nacional derrubou o veto do presidente Lula ao projeto. Depois da rejeição ao veto, o governo entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) questionando a constitucionalidade da desoneração e o ministro Cristiano Zanin julgou procedente a demanda. 

Pelo acordo fechado na semana passada, o governo vai pedir ao STF uma modulação da decisão, para que seja mantida a desoneração para os 17 setores durante o ano de 2024, mas os municípios ficaram de fora. Assim, pequenos municípios terão uma elevação da contribuição previdenciária patronal que incide sobre os salários dos funcionários. A medida atinge cerca de 3 mil municípios.

Outras medidas

De acordo com dados da Confederação Nacional de Municípios (CNM), 49% dos municípios brasileiros terminaram o ano de 2023 com déficit. São quase R$ 500 bilhões em dívidas. Além da discussão da desoneração, representantes de prefeitos sugerem medidas como parcelamento especial das dívidas previdenciárias dos municípios; um novo modelo de quitação de precatórios pelos municípios; e a equiparação das regras de benefícios dos regimes próprios de previdência.

As sugestões dos municípios foram apresentadas no Senado por Alessandro Vieira (MDB-SE) na forma de uma emenda à PEC 66/2023. Para o presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), a desoneração é fundamental, mas é apenas “a ponta do iceberg”. Ele pediu ao presidente do Senado que a PEC seja votada com urgência.

— Nosso sonho de verão é que o senhor colocasse na semana que vem, durante a marcha dos prefeitos, em votação essa proposta [PEC 66]. A dívida dos municípios, hoje no Brasil, do sistema geral, é de R$ 248 bilhões; 4,3 mil municípios devem essa dívida. Na questão dos precatórios, R$ 198 bilhões em 2.340 municípios que devem, têm mais seis anos para poder pagar e não ter mais como fazer isso. E quem tem o fundo próprio, 2.180 municípios do Brasil, têm uma dívida direta de 50 bilhões. Então nós estamos falando em R$ 500 bilhões — calculou.

Amália Barros

Na abertura da sessão, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, manifestou pesar pelo falecimento da deputada Amália Barros (PL-MT). Amália morreu na madrugada deste domingo (12), aos 39 anos. Ela estava internada desde 1º de maio no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, após a retirada de um nódulo no pâncreas. Senadores e demais presentes prestaram um minuto de silêncio em homenagem à ex-deputada.

– É com profundo pesar que participo à Casa, o falecimento ontem, dia 12, aos 39 anos de idade, da Deputada Federal Amália Barros, do Partido Liberal, da representação do estado de Mato Grosso. A deputada federal Amália Barros foi uma figura notável da política brasileira, com trajetória marcada pela superação, coragem e dedicação às causas que defendia, em especial, a da visibilidade e inclusão — disse Pacheco.

Eleito pelo mesmo estado de Amália Barros, o senador Wellington Fagundes (PL-MT) também prestou homenagem à deputada ao final da sessão.

Fonte: Agência Senado

CCJ analisa castração química voluntária de reincidente em crimes sexuais

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Proposta apresentada por Styvenson Valentim prevê que criminosos possam optar pelo tratamento hormonal - Foto: Pedro França/Agência Senado

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) deve analisar, nesta quarta-feira (15), sete projetos relacionados a criminalidade e segurança pública d…

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) deve analisar, nesta quarta-feira (15), sete projetos relacionados a criminalidade e segurança pública dentre os 20 itens da pauta. Um deles é o Projeto de Lei (PL) 3.127/2019 , do senador Styvenson Valentim (Podemos-RN), que permite castração química voluntária para condenados reincidentes por crimes de estupro e violação sexual mediante fraude. A proposta recebeu alterações no relatório do senador Angelo Coronel (PSD-BA). A reunião está prevista para as 10h.

Coronel retirou a possibilidade de castração física — “intervenção cirúrgica de efeitos permanentes” — da proposta original, que poderia acarretar também a extinção da punibilidade do agressor que optasse por ela. O relator propõe ainda o aumento de um ano nas penas mínimas desses crimes.

O projeto será analisado somente na CCJ, de forma definitiva. Se aprovado, irá direto à Câmara dos Deputados, salvo se no mínimo nove senadores requererem análise também em Plenário.

Intolerância política

Outro projeto que só tramitará no colegiado, também em decisão terminativa, é o PL 2.885/2022 , que torna crime a intolerância política, definida como a prática de violência, hostilidade ou qualquer forma de discriminação motivada por orientação política ou partidária. Do senador Renan Calheiros (MDB-AL), o texto cria punições para diversas condutas associadas à intolerância política em áreas do ensino, do acesso a bens e serviços, entre outras.

O relatório do senador Eduardo Braga (MDB-AM) é favorável à medida com emendas que alteram penas e incluem novas condutas proibidas.

Maus tratos

Os integrantes do colegiado também debaterão o PL 4.626/2020 , que endurece as penas de crimes de maus-tratos e abandono de incapaz e de exposição de pessoas idosas a perigo de saúde e à integridade física ou psíquica. O projeto da Câmara dos Deputados recebeu relatório favorável do senador Carlos Viana (Podemos-MG) com emendas para alterar também o Estatuto da Pessoa com Deficiência ( Lei 13.146, de 2015 ) e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA – Lei 8.069, de 1990 ).

O projeto já foi aprovado na Comissão de Direitos Humanos (CDH) na forma do relatório da senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS). Se aprovado na CCJ, irá a Plenário.

Indenização

Também está prevista a análise do PL 1.107/2023 , do senador Weverton (PDT-MA) para criar uma indenização por tempo de serviço aos servidores comissionados do Senado. Esses cargos, que não exigem concurso público para serem ocupados, poderão ser indenizados com uma remuneração bruta a cada 12 meses trabalhados, com o limite de 15 remunerações.

O relator, senador Jorge Kajuru (PSB-GO), é favorável ao projeto. Segundo ele, a Consultoria de Orçamento do Senado estima impacto de R$ 20 milhões em 2025 aos cofres públicos. Se for aprovado, o projeto segue para a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).

Por portal Novo Norte

Trump cada vez mais perto de voltar

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Pesquisas mostram Trump liderando em cinco dos seis estados-chave, enquanto Biden enfrenta desafios crescentes.

Donald Trump está cada vez mais próximo de retornar à presidência dos Estados Unidos, conforme revelam pesquisas divulgadas pelo The New York Times nesta segunda-feira (13). As pesquisas, realizadas de 28 de abril a 9 de maio em parceria com o Siena College e The Philadelphia Inquirer, mostram Trump liderando em cinco dos seis estados decisivos: Michigan, Arizona, Nevada, Geórgia e Pensilvânia. Joe Biden mantém vantagem apenas em Wisconsin.

A reputação de Biden está sendo afetada pelo desejo de mudança entre os eleitores, insatisfação com a economia e sua política externa, especialmente em relação à guerra na Faixa de Gaza. O jornal aponta que eleitores jovens, negros e hispânicos, que são uma parte significativa da base de Biden, estão cada vez mais insatisfeitos. Cerca de 70% dos eleitores afirmam que os sistemas político e econômico dos EUA precisam de grandes mudanças ou até mesmo de uma reforma completa.

Apesar de suas vulnerabilidades, como a questão do aborto – com 64% dos eleitores nos estados disputados afirmando que o aborto deve ser sempre ou quase sempre legal, incluindo 44% de seus próprios apoiadores – Trump tem conseguido vantagem significativa em estados como Arizona, Geórgia e Nevada. Essas pesquisas indicam uma alteração temporária no mapa eleitoral a seu favor.

Para Biden, os desafios são amplificados pela política no Oriente Médio, com 13% dos eleitores que votaram nele na última eleição dizendo que não o farão novamente devido à sua postura em relação à guerra em Gaza. Esses fatores destacam a crescente dificuldade de Biden em manter seu apoio enquanto Trump se aproxima cada vez mais de um possível retorno à Casa Branca.

Por portal Novo Norte