MPRJ ajuíza nova ação contra prefeito de Búzios por fraudes em licitações de contratos

0
André Granado, prefeito de Armação dos Búzios

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (GAECC/MPRJ), ajuizou, no dia 29 de novembro, ação civil pública (ACP) por improbidade administrativa contra o Município de Armação dos Búzios e 23 envolvidos em esquema de fraudes em processos de licitação de contratos, incluindo o prefeito André Granado Nogueira da Gama. Com pedido liminar de indisponibilidade de bens, a fim de ressarcir os cofres públicos, a ação aponta que as práticas ilegais causaram um prejuízo superior a R$ 26 milhões ao erário. Vale lembrar que André Granado já havia sido afastado da função em outras oportunidades, em razão de ACPs ajuizadas pelo MPRJ, destacando-se uma primeira identificação de algumas das fraudes em licitações.

A investigação do caso de que trata a nova ACP, de nº 0020217-92.2018.8.19.0078, distribuída junto à 2ª Vara da Comarca de Armação dos Búzios, teve início no Inquérito Civil nº 011/14, instaurado em fevereiro de 2014, para apurar irregularidades praticadas nas publicações dos Boletins Oficiais do município, que estariam sendo feitos em duplicidade de edição, sendo que a distribuição com aviso real das licitações ficaria restrita apenas ao âmbito interno da própria prefeitura, impedindo, assim, que outras empresas interessadas em participar da disputa pelos contratos públicos tivessem o devido conhecimento dos certames.

Dessa forma, as empresas que ganharam os contratos emergenciais no início do primeiro mandato de André Granado foram beneficiadas com prorrogações de contratos emergenciais, por três a seis meses, e posteriormente ganharam a licitação, aditivos, sendo certo que algumas até hoje continuam prestando serviços ao município. O prejuízo ao erário, por tais práticas, já somaria a cifra de R$ 26.361.258,26. Segundo o MPRJ, há fortes indícios de que, por trás da circunstância suspeita que permeia as contratações em questão, há motivação de ‘gratidão’ do prefeito para com os apoiadores de suas campanhas políticas,  incluindo a de reeleição para o cargo, como de fato ocorreu em 2016.

O esquema de beneficiamento a diversas empresas foi alvo de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara Municipal de Búzios, instaurada em 2014 e que concluiu pela veracidade do fato, isto é, a existência de prática irregular de publicar distintos boletins oficiais, com os extratos dos editais de licitação na contracapa da última página apenas das edições internas – e cuidando de fazer circular publicamente aqueles que não traziam os referidos avisos. Segundo os vereadores, as fraudes nas licitações do município não cessaram, mesmo após o término da CPI, e ocorrem até hoje.

Além do ex-prefeito e do próprio município, constam como réus da ACP o ex-secretário de Fazenda de Búzios, Renato Jesus; o representante do Conselho Municipal de Turismo, Alberto Jordão; a E.l. Mídia Editora – Diário Costa do Sol, seus sócios Everton Fabio Nunes Paes e Lilian Fernanda Peres; a Casa do Educador Comércio e Serviços; os empresários Rita de Cassia Santos de Castro e Fernando Jorge Santos de Castro; a Quadrante Construtora e Serviços, seu sócio Jordir Faria da Silva e o ex-representante, Leandro Santos Machado; a Difamarco Distribuidora de Medicamentos, Correlatos, Equipamentos Hospitalares e Insumos Laboratoriais; os empresários Manoel dos Santos Barata Jr. e Elisabeth Pereira Principe Vieira Filha; a Kit-top Comercial e Serviços, seu representante Maury Lauria Lima; a Placidos Comercial, suas sócias Márcia Helena Plácido Barreto e Helena P. Barreto; a Leal Porto Empreendimentos e Participações, seu sócio Walmir Leal Porto e a ex-sócia Priscila Vania Soares de Freitas Porto.

A todos os demandados está sendo imputada a prática de atos de improbidade administrativa correspondentes ao art. 10, VIII, da Lei nº 8.429/92, que afirma “constituir ato de improbidade que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para celebração de parcerias com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente”.

Em relação a todos os réus, o MPRJ requer a decretação de indisponibilidade de bens, com fixação de ressarcimento integral do dano, no montante de cada contrato, pagamento de multa civil no equivalente ao dano ao erário e proibição de contratar com o poder público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, pelo prazo de cinco anos. Em relação aos três agentes municipais, acrescenta-se pedidos de perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos por oito anos. Ressalta o Ministério Público fluminense ser necessário o afastamento dos agentes públicos envolvidos, por conta da notícia de que os contratos em xeque seguem sendo renovados, de modo a perpetuar as irregularidades denunciadas, com agravamento do prejuízo aos cofres municipais.

Deputado estadual eleito é preso por crimes de corrupção e fraudes

0
O ex-prefeito de Silva Jardim, Wanderson Alexandre (SD), foi eleito deputado estadual com 25.384 votos

MPRJ e Polícia Civil realizam operação para cumprir mandados de prisão contra ex-prefeito de Silva Jardim e outros envolvidos em fraudes a licitações

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atribuição Originária Criminal da Procuradoria-Geral de Justiça (GAOCRIM/MPRJ), e a Polícia Civil, por meio da Delegacia Fazendária, cumpriram, nesta sexta-feira (30/11), mandados de prisão preventiva contra o ex-prefeito de Silva Jardim, Wanderson Gimenes Alexandre, afastado do cargo em função de campanha que o elegeu deputado estadual; o presidente da Câmara de Vereadores do município, Roni Luiz Pereira da Silva; Cláudio Renato Rocha da Silva, que ocupava a função de assessor-chefe do gabinete do então prefeito; e Jorge Luiz Araújo, estrategicamente nomeado por Wanderson Gimenes como membro da equipe de apoio e substituto eventual do pregoeiro da Comissão Geral de Licitações da cidade. A ação contou com o apoio do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ)

Em denúncia apresentada em 14 de novembro deste ano, o MPRJ sustenta que os quatro teriam montado organização criminosa voltada para esquema de arrecadação de vantagens ilícitas, a partir da solicitação de valores espúrios a empresários, em troca da celebração de contratos com o município, por meio de fraudes em processos de licitação. Participariam ainda do esquema criminoso Paulo Sérgio Fonseca Antunes, ocupante de cargo comissionado junto à Secretaria Municipal de Obras, e João Rodrigues de Faria, pregoeiro e presidente da Comissão de Licitação de Silva Jardim.

As investigações sobre o caso tiveram por base o instrumento do Acordo de Colaboração Premiada. Foi apurado que houve pagamento de propina, a título de ‘doações não declaradas de campanha’, a candidatos de cargos eletivos, principalmente ao cargo de prefeito. Tais doações seriam feitas mediante o compromisso de que, caso eleitos, os prefeitos garantiriam a contratação de empresa específica para a prestação dos serviços de iluminação pública ou, eventualmente, de implementação de som e iluminação em eventos municipais. A investigação apurou que, no caso de Silva Jardim, Wanderson, em razão do exercício da função de prefeito teria solicitado a uma empresa a quantia de R$ 150 mil, além de um repasse de 10% do total de cada nota fiscal que viesse a ser emitida após sua contratação – o que, de fato, ocorreu.

Em sua decisão, o 1ª Grupo de Câmaras Criminais do TJRJ, determinou, além da prisão de Wanderson, Roni Luiz, Cláudio Renato e Jorge Luiz, a suspensão do exercício da função pública de todos os indiciados. “Indubitável a necessidade do afastamento dos indiciados de suas funções públicas, até porque, de acordo com as evidências colacionadas aos autos, todos eles utilizariam suas prerrogativas funcionais para cometer o crime de fraudar o caráter competitivo das licitações, com o objetivo de espoliar os cofres públicos”, aponta a decisão, que autorizou, a partir ‘dos indícios de prática dos delitos de associação criminosa, corrupção passiva e fraude’, a ordem de busca e apreensão, na forma requerida pelo MPRJ.

Witzel diz que transição não será afetada com prisão de Pezão

0

Futuro governador do Rio confia nas ações da Polícia Federal

O governador eleito do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSL), afirmou hoje (29), em nota, que a transição não será afetada com a prisão do atual governador Luiz Fernando Pezão (MDB). Segundo ele, o esforço será para reconstruir o estado e, assim, confia nas ações da Polícia Federal.

“A transição não será afetada. A equipe do governador eleito seguirá trabalhando para mudar e reconstruir o Rio de Janeiro”, diz a nota, acrescentando que Witzel “confia na Justiça e na condução dos trabalhos pelo Superior Tribunal de Justiça e pela Polícia Federal”.

As ações que deflagraram na prisão de Pezão e assessores hoje foram movidas pela decisão do ministro Félix Fisher, do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Em 2017, Fisher foi o relator do processo que desencadeou a Operação Quinta do Ouro, da Polícia Federal, que levou à prisão provisória cinco conselheiros do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ). Eles foram acusados de receber propina para fazer vistas grossas em obras e contratos de empreiteiras com o governo estadual.

Os cinco dos sete conselheiros do TCE-RJ foram alvos da operação da Polícia Federal, que investiga um esquema de propina que pode ter desviado até 20% de contratos com órgãos públicos para autoridades públicas.

Preso no Rio, Pezão tinha esquema próprio de corrupção, diz PGR

0
Polícia Federal prende governador Luiz Fernando Pezão na Operação Boca de Lobo

A pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (MDB), foi preso na manhã de hoje (28) no Palácio Laranjeiras, residência oficial do governo fluminense. De acordo com a PGR, são nove os alvos da Operação Boca de Lobo, que, além de Pezão, mira assessores e um sobrinho. As ações são executadas pela Polícia Federal.

Entre os nomes estão José Iran Peixoto Júnior, secretário de Obras; Affonso Henriques Monnerat Alves da Cruz, secretário de Governo; Luiz Carlos Vidal Barroso, servidor da secretaria da Casa Civil e Desenvolvimento Econômico, e Marcelo Santos Amorim, sobrinho do governador.

Também estão entre os alvos Cláudio Fernandes Vidal, sócio da J.R.O Pavimentação; Luiz Alberto Gomes Gonçalves, sócio da J.R.O Pavimentação; Luis Fernando Craveiro de Amorim e César Augusto Craveiro de Amorim, ambos sócios da High Control.

“Existe uma verdadeira vocação profissional ao crime, com estrutura complexa, tracejando um estilo de vida criminoso dos investigados, que merece resposta efetiva por parte do sistema de defesa social”, disse a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, no pedido das prisões.

Fato novo

A procuradora Raquel Dodge afirmou que ficou “demonstrado ainda que, apesar de ter sido homem de confiança de Sérgio Cabral e assumido papel fundamental naquela organização criminosa, inclusive sucedendo-o na sua liderança, Luiz Fernando Pezão operou esquema de corrupção próprio, com seus próprios operadores financeiros”. As conclusões se sustentam em informações decorrentes de uma colaboração premiada homologada no Supremo Tribunal Federal e documentos apreendidos na residência de um dos investigados na Operação Calicute.

A partir daí foram realizadas diligências que permitiram aos investigadores complementarem as provas. Foram analisadas provas documentais como dados bancários, telefônicos e fiscais.

Na petição enviada ao STJ, a procuradora-geral explicou que a análise do material revelou que o governador Pezão e assessores integraram a operação da organização criminosa de Sérgio Cabral (preso há mais de dois anos e já condenado judicialmente) e que o atual governador sucedeu Cabral na liderança do esquema criminoso.

Segundo a procuradora, cabia a Pezão dar suporte político aos demais membros da organização que estão abaixo dele na estrutura do poder público. De acordo com Dodge, Pezão  recebeu “valores vultosos, desviados dos cofres públicos e que foram objeto de posterior lavagem”.

Prisões

Além de apresentar a existência de provas, segundo as quais o esquema criminoso estruturado pelo ex-governador Sérgio Cabral continua ativo, o Ministério Público Federal sustentou na petição que, solto, Luiz Fernando Pezão poderia dificultar ainda mais a recuperação dos valores, além de dissipar o patrimônio adquirido em decorrência da prática criminosa.

Há registros documentais, nos autos, do pagamento em espécie a Pezão de mais de R$ 25 milhões no período 2007 e 2015. Valor absolutamente incompatível com o patrimônio declarado pelo emedebista à Receita Federal. Em valores atualizados, o montante equivale a pouco mais de R$ 39 milhões (R$ 39.105.292,42) e corresponde ao total que é objeto de sequestro determinado pelo ministro relator.

Em relação ao sequestro de bens, a procuradora-geral destacou que “é dever do titular da ação penal postular pela indisponibilidade de bens móveis e imóveis para resguardar o interesse público de ressarcimento ao Erário e também aplacar os proventos dos crimes”.

Desdobramentos

De acordo com a PGR, a ação de hoje é mais uma uma operação decorrente dos desdobramentos da Lava Jato. Resultados de petição apresentada pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, ao relator do caso do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Félix Fisher.

No total são 30 mandados cumpridos pela Polícia Federal nas cidades do Rio de Janeiro, Piraí, Juiz de Fora, Volta Redonda e Niterói. Além das prisões, o ministro Felix Fischer, autorizou buscas e apreensões em endereços ligados a 11 pessoas físicas e jurídicas, bem como o sequestro de bens dos envolvidos até o valor de R$ 39,1 milhões.

Investigações

De acordo com as investigações que embasaram as medidas cautelares, o governador integra o núcleo político de uma organização criminosa que, ao longo dos últimos anos, cometeu vários crimes contra a Administração Pública, com destaque para a corrupção e lavagem de dinheiro.

Ao apresentar os pedidos, a procuradora Raquel Dodge ressaltou que a organização criminosa desviou verbas federais e estaduais, inclusive, com a remessa de vultosas quantias para o exterior –, vem sendo desarticulada de forma progressiva, com o avanço das investigações.

A procuradora enfatizou ainda que Luiz Fernando Pezão foi secretário de Obras e vice- governador de Sergio Cabral, entre 2007 e 2014, período em que já foram comprovadas práticas criminosas como a cobrança de um percentual do valor dos contratos firmados pelo Executivo com grandes construtoras, a título de propina.

‘A Lei de Recuperação Fiscal está funcionando e deverá ser mantida’, diz Witzel 

0
O governador eleito do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, e o governador Luiz Fernando Pezão fizeram, na última terça-feira, no Palácio Guanabara, a primeira reunião temática de transição. Com a participação de futuros secretários e de técnicos que integram a transição, atuais secretários de Estado apresentaram relatórios de suas áreas e tiraram dúvidas do governo de transição.
O governador eleito falou com a imprensa após a reunião: “Nós estamos fazendo regularmente algumas reuniões e hoje eu estive com o governador Pezão para assistir às apresentações de dados de algumas secretarias do atual governo. Foram apresentados relatórios das secretarias de Saúde, Educação, Transportes e Fazenda, além da Cedae. O principal recado da equipe econômica é que a Lei de Recuperação Fiscal está funcionando. Portanto, deverá ser mantida no nosso governo. Estão cumprindo as metas e nós vamos continuar cumprindo essas metas”, afirmou Witzel.
Participaram do encontro, pelo Governo de Transição, os futuros secretários: José Luiz Zamith (Governança), Lucas Tristão (Desenvolvimento Econômico e Geração de Emprego e Renda), Edmar Santos (Saúde), Luiz Cláudio Rodrigues de Carvalho (Fazenda), Gutemberg Fonseca (Governo), e Marcelo Lopes da Silva (PGE). Alguns levaram integrantes de suas equipes na transição.
Representando o atual governo, além do governador Pezão e do vice, Francisco Dornelles, estiveram presentes os secretários de Fazenda, Luiz Cláudio Gomes, de Saúde, Sérgio Gama, de Educação, Wagner Victer, de Transportes, Rodrigo Vieira, de Obras, José Iran, além do presidente da Cedae, Jorge Briard.

Witzel participa do Fórum de Governadores eleitos em Brasília

0
Wilson Witzel foi um dos idealizadores do evento, que reuniu 20 governadores e os futuros ministros da Fazenda e da Casa Civil

Evento contou com a presença do presidente eleito Jair Bolsonaro, além dos presidentes da Câmara e do Senado

O governador eleito do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, destacou a importância de uma nova modelagem de Parcerias Público-Privadas (PPPs) para que os estados possam atrair grandes investimentos estrangeiros para programas de concessão de serviços em diversas frentes, sobretudo nas áreas de infraestrutura e mobilidade urbana. Ele falou sobre as prioridades do Estado do Rio durante o Fórum dos Governadores, na manhã desta quarta-feira (14), em Brasília.

“Nós temos uma amarra na Constituição que prevê exploração direta de muitos serviços, como radiodifusão, portos, aeroportos etc. É hora de uma emenda constitucional para que os estados possam fazer as concessões por meio de PPPs com novas modelagens, inclusive com prazos maiores, que se adequem a cada caso. Com essa modificação, vamos incentivar que o capital estrangeiro traga grandes investimentos, gerando mais emprego e renda e promovendo a recuperação econômica dos estados e do Brasil”, afirmou Witzel.

O governador eleito do Rio também citou as reformas da Previdência e tributária como prioridades, tanto para o país como para os estados. “A reforma da Previdência é algo que este ano está sendo difícil de ser conduzida, mas é fundamental que ela seja uma prioridade, assim como a reforma tributária, para que nós tenhamos uma condição melhor na distribuição de recursos. Conforme indicado pelo governador João Doria ao chegar ao encontro, uma boa alternativa seria a revisão do pacto federativo”, disse Witzel, segundo a falar no evento, logo após a abertura feita pelo anfitrião Ibaneis Rocha, governador eleito do Distrito Federal.

Witzel falou ainda da importância do turismo como fomentador da recuperação econômica dos estados, atraindo recursos e gerando emprego e renda: “O turismo é o novo petróleo do Brasil. Nós temos um potencial gigantesco, mas não estamos conseguindo aumentar o fluxo de turistas para o nosso país, que ainda é muito pequeno em comparação com grandes destinos turísticos no mundo. Aumentando o turismo, traremos mais recursos e aumentaremos as nossas receitas, que é o grande problema de todos os estados”, explicou.

No encerramento do encontro, foi redigida a Carta dos Governadores, elaborada a partir das propostas convergentes de todos os eleitos presentes ao evento. O documento, que foi lido pelos três idealizadores da reunião (Witzel, Doria e Rocha), foi entregue ao presidente eleito, Jair Bolsonaro.

Governador eleito Wilson Witzel quer que turismo seja ‘novo petróleo’ do Rio

0
Por Roberta Pennafort

O governador eleito do Rio, Wilson Witzel (PSC), disse nesta sexta-feira, 9, que quer transformar o turismo no “novo petróleo” do Estado, e que a TurisRio, a empresa pública do setor, seja uma “nova Petrobras”. Ele estabeleceu como meta que o número anual de visitantes chegue a R$ 12 milhões – dez vezes maior do que o volume atual de estrangeiros no Rio e quase o dobro dos turistas que chegam ao Brasil inteiro.

“O turismo do Rio é o nosso novo petróleo. É um PIB que cresce 4,5%, 5% no mundo. O desafio que temos é gigantesco. O Rio tem potencial de receber um milhão de turistas por mês. Podemos ter ao longo do ano 12 milhões, o que ainda ficaria muito aquém de cidades como Nova York e Paris, com mais de 20 milhões”, disse Witzel, ao anunciar, em entrevista no auditório da Federação do Comércio do Estado (Fecomércio), seu secretário de Turismo: o deputado federal Otávio Guedes (PSDB), que não se reelegeu em outubro.

“O Rio não é só Copacabana e carnaval. Muitas cidades têm locais extremamente interessantes. A Turisrio deve ser a nova Petrobras Vai captar recursos através do mercado de ações, de títulos que possam ser lançados para fomentar a atividade de turismo”, afirmou, referindo-se à centralidade da exploração do petróleo para a economia fluminense.

Em 2017, o País recebeu 6,5 milhões de estrangeiros, sendo o Rio o segundo Estado mais procurado, atrás de São Paulo (com 2,1 milhões). O novo governo quer fomentar não só o turismo internacional, mas também o nacional e o que se dá dentro do Estado. Witzel estuda dar incentivos fiscais para companhias aéreas aumentarem seus voos para o Rio.

O novo governo será norteado por “boas práticas da gestão empresarial”, com uma área de compliance (que garanta que todas as ações estejam dentro das leis) e a cobrança de metas das secretarias, que serão enxugadas, segundo seu coordenador da transição, o empresário José Luiz Cardoso Zamith.

“A ideia é de implementar na gestão pública boas práticas do mercado privado, da gestão empresarial: uniformizar indicadores de performance e governança e gerar cobrança em todas as pastas com base naquilo que o governador espera e naquilo com que se comprometeu com a população”, apresentou Zamith.

Gutemberg de Paula, árbitro de futebol que trabalhou na comunicação digital da campanha, assumirá a secretaria de governo. De acordo com Witzel, de Paula tem relação de proximidade com o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL); a presidência do Procon será assumida pelo advogado Cássio Coelho

O governador eleito não divulgou ainda os nomes mais aguardados: o do secretário de Fazenda e Planejamento e os dois responsáveis pela área da segurança pública – um da Polícia Civil e outro da Polícia Militar (ele quer extinguir a estrutura da Secretaria de Segurança). O procurador-geral do Estado deve ser divulgado semana que vem. Witzel afirmou que irá requerer o ressarcimento do erário por prejuízos da corrupção. Sobre o Ministério Público, sinalizou simpatia pela permanência do procurador-geral de Justiça, Eduardo Gussem, e disse que irá aceitar a lista ou o nome único que lhe for encaminhado.

Operação Furna da Onça

Instado a comentar a devassa na Assembleia Legislativa, com a prisão de dez deputados acusados de corrupção, cinco reeleitos, pela Operação Furna da Onça, da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, na quinta-feira, 8, o governador eleito afirmou que espera que não haja “novos sobressaltos” na Casa, para que sejam apreciados pelos parlamentares o orçamento para 2019 e a situação de calamidade financeira do Estado.

Segundo a PF, os parlamentares lotearam o Estado, em especial o Detran, num esquema de propina com o ex-governador Sérgio Cabral (MDB). Um deputado de seu partido, Chiquinho da Mangueira, está entre os presos. Sobre isso, Witzel disse confiar no poder judiciário e que sua postura diante da Alerj é de “neutralidade” Outro deputado preso, André Correa (DEM), era pré-candidato à presidência da Alerj e até então contava com o apoio da base de Witzel como possível nome.

Witzel reafirmou ter “tolerância zero” com corrupção e que em seu governo haverá um setor de “governança corporativa” para que haja o “máximo de transparência”. Declarou também que a transição não está sendo afetada pela prisão de Affonso Monnerat, secretário de Governo de Luiz Fernando Pezão (MDB), também capturado na operação da PF de quinta-feira. Monnerat liderava a transição pelo lado do governo atual.

Ao tratar das negociatas no Detran, confirmou que as vistorias veiculares como existem hoje serão extintas. “Vamos passar a fazer na rua. Aleatoriamente, vamos escolher veículos para serem vistoriados, como o poder de polícia permite. A circulação de veículos em má conservação deve ser fiscalizada pelo Estado. Podemos fazer junto com a blitz da Lei Seca. Quando fizer a verificação do teor alcoólico do motorista, verifica a capacidade de rodagem do veículo.”

Ex-juiz federal, Witzel fez campanha com discurso de “outsider”. Foi a primeira disputa para um cargo eletivo. Depois de vencer, disse que “estava” governador. Ele sempre prometeu um secretariado de “perfil técnico”, sem indicações políticas, sustentando que seu “único compromisso” é com o povo do Estado, e não com partidos, e argumentando que escolheria os secretários após análise de currículos e de declarações públicas.

Audiência Pública do Porto cria expectativa na população

0
odebateon-tepor-macae
A Petrobras informou a ocorrência de um rompimento de mangote na Plataforma P-58, durante operação de transferência de óleo para navio aliviador na madrugada do último sábado (23), causando o vazamento de óleo em um volume inicialmente estimado em 188m³. - Reprodução

Apresentação do Terminal Portuário de Macaé acontece nesta quarta-feira, às 19h, no Centro de Convenções

Aguardada com ansiedade desde o início do mês de outubro, quando a Comissão Estadual de Controle Ambiental – CECA, publicou o edital e marcou para o dia 7 de novembro, às 19 horas, a Audiência Pública para apresentação e discussão do Relatório de Impacto Ambiental – RIMA, com relação ao requerimento de Licença Prévia da empresa TEPOR – Terminal Portuário de Macaé Ltda, para a implantação do complexo no bairro São José do Barreto, a população macaense vive a expectativa de, finalmente, ver chegar a mais uma etapa, o processo capaz de mudar os rumos do desenvolvimento de Macaé.

Empresários ligados a diversas instituições e entidades baseadas não só em Macaé mas, também, em localidades situadas na região com grande interesse no projeto, estão mobilizados para estar presentes a este evento no Centro de Convenções Jornalista Roberto Marinho, que poderá ser considerado um dos mais importantes dos últimos tempos, após a crise na indústria do petróleo, principalmente.

Empresário Cliton da Silva Santos vive a expectativa do projeto sair do papel.

Para o empresário Cliton da Silva Santos, da Associação Comercial e Industrial de Macaé (ACIM), são cerca de nove anos vivendo esta expectativa de ver deslanchar este projeto sonhado não só pelos macaenses, mas também por moradores de municípios vizinhos que veem neste processo uma alavanca para abertura de mais empregos. “Tenho certeza que vamos participar de uma audiência pública que vai contar com o apoio de todos os segmentos sociais. Estaremos abrindo as portas para o futuro de Macaé. E essa expectativa cresceu no dia 22 de outubro, quando dezenas de empresários e representantes de instituições diversas, estiveram reunidos na sede da Associação Comercial para assistir a exibição do projeto que vai mudar a cara da cidade, considerando as exigências ambientais e estruturais de todo o complexo logístico, ocasião em que foi lançado a campanha Somos Porto”, disse.

O Terminal Portuário de Macaé terá dois terminais. O primeiro, voltado à movimentação de petróleo e contará com dois berços para atracagem, com calado natural de 27 metros de profundidade. Esse terminal terá capacidade para atender navios ULCC (Ultra Large Crude Carrier) e será interligado por dutos ao polo de armazenagem na retroárea do Tepor que terá capacidade de bombeamento de dois milhões de petróleo por dia.

O segundo terminal, direcionado à movimentação de líquidos e de apoio offshore, será interligado à terra por uma ponte com potencial para operações ship to ship (navio para navio). Com calado de 16 metros de profundidade, também será interligado por tudos ao polo de armazenagem da retroárea do Tepor.

Ontem, era grande a movimentação em algumas instituições e, principalmente na Associação Comercial, onde foram distribuídas camisas com o slogan “Somos Porto” e a recomendação é de que as pessoas se preocupem em chegar um pouco mais cedo, devido ao interesse despertado na população, para quem estará sendo disponibilizado todo tipo de transporte, além de lanches, nos intervalos da discussão.

Líder do movimento “Macaé Porto Já”, que há dois anos batalha para mobilizar a sociedade em defesa do licenciamento do novo terminal marítimo de São José do Barreto, o vereador e presidente da Comissão Permanente de Meio Ambiente da Câmara, Maxwell Vaz (SD), conclama a participação dos macaenses na audiência pública sobre o Tepor.

“Teremos uma audiência pública que vai mudar a história de Macaé. Por isso, todo mundo que deseja ver a cidade se desenvolver, desde o desempregado ao empresário, precisa dar voz a um projeto que vai contribuir para esta nova fase da economia da cidade. Por isso precisamos permanecer unidos nesta corrente, Macaé Porto Já”, disse Maxwell.

Witzel instala gabinete de transição na sede da Firjan

0
Eduardo Eugenio recebeu o governador eleito, Wilson Witzel, na sede da Firjan

O governador eleito do Estado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, aceitou convite da Firjan e instalou um gabinete de transição na sede da federação. A equipe já iniciou seus trabalhos desde a última quarta-feira, 31/10. Tradicionalmente a Firjan oferece um espaço para o vencedor das eleições ao Governo do Estado e à Prefeitura do Rio, antes da posse no cargo.

“Estar na Firjan e contar com o apoio dessa instituição, que tem uma produção consistente de estudos na área econômica, é um privilégio para que o governo eleito se prepare rumo ao grande desafio que teremos pela frente”, afirmou Witzel.

“Precisamos retomar o desenvolvimento econômico e social do estado do Rio, onde a recessão foi mais grave que no resto do país. E a Firjan, com seus diagnósticos e pesquisas, está à disposição do futuro governo estadual, que tem pela frente desafios como assegurar o equilíbrio fiscal e atrair investimentos. É imprescindível aumentar a geração de emprego e de renda”, destacou o presidente da Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira.

Logo após o segundo turno das eleições, e já como contribuição, a federação divulgou o Diagnóstico do Estado do Rio e a Pesquisa Orçamento Firjan-Ibope, sobre as expectativas da população com relação aos gastos do governo estadual. A conclusão foi a de que, enquanto o Estado do Rio concentra seus gastos em previdência e na máquina pública, o cidadão fluminense quer prioridade para saúde e educação.

Nesta segunda (05), Witzel e equipe assistiram à apresentação das duas pesquisas. Segundo o coordenador de Estudos Econômicos da Firjan, Jonathas Goulart, o governador eleito indicou que irá considerar os resultados dos estudos em seu programa de governo. “A reunião foi muito proveitosa. Esperamos ter uma série de encontros com as equipes técnicas sobre diversas áreas, a fim de contribuir com a retomada da economia fluminense”, disse Goulart.

Também como contribuição para a sucessão no governo, a Firjan realizou, em parceria com o grupo Band, dois debates: um com os cinco candidatos a vice-governador melhor pontuados nas pesquisas, no primeiro turno, e outro com os dois classificados para o segundo turno. Está prevista, ainda, uma sabatina com Witzel, ainda em novembro, na Casa Firjan.

Moro diz adeus à Lava Jato e nem vai interrogar Lula no dia 14

0
Antonio Cruz/Agência Brasil
Por Constança Rezende, Marcio Dolzan, Vinicius Neder, Fausto Macedo, Julia Affonso e Ricardo Brandt

Em nota oficial, o juiz federal Sérgio Moro afirma que aceitou nesta quinta-feira, dia 1º, o convite para assumir o superministério da Justiça de Jair Bolsonaro (PSL). No texto, o magistrado diz que a Operação Lava Jato “seguirá em Curitiba com os valorosos juízes locais’

Na nota oficial, Moro disse que já está deixando a Lava Jato. Como aceitou o convite do presidente eleito para assumir o ministério, Moro comunicou publicamente que “para evitar controvérsias desnecessárias, desde logo afasta-se de novas audiências”.

No próximo dia 14, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva iria ser interrogado por Moro no processo sobre o sítio de Atibaia (SP) – o petista é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro. A audiência, agora, deverá ser realizada pela substituta de Moro, a juíza Gabriela Hardt.

Moro conduziu a Lava Jato desde o início da operação, deflagrada em sua fase ostensiva em março de 2014, levando à condenação de políticos, empreiteiros, doleiros e administradores da Petrobras

Sobre o convite de Bolsonaro, que aceitou após reunião na manhã desta quinta, Moro anotou. “Fui convidado pelo sr. presidente eleito para ser nomeado Ministro da Justiça e da Segurança Pública na próxima gestão. Após reunião pessoal na qual foram discutidas politicas para a pasta, aceitei o honrado convite.”

Moro deixa a toga após mais de duas décadas de carreira, mas se dizendo entristecido. “Fiz com certo pesar pois terei que abandonar 22 anos de magistratura.”