Polarização política desemboca em violência

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Por Matheus Lara, com colaboração de Filipe Strazzer e Yuri Silva

O acirramento da política em meio à disputa eleitoral tem desembocado em episódios de violência física e até um assassinato. Nos últimos dias, foram registrados no País diversos casos de agressão por motivação política, o que analistas veem como uma realidade das eleições de 2018.

Até o líder das pesquisas de intenção de voto na disputa presidencial, Jair Bolsonaro (PSL) – que disputa o segundo turno contra Fernando Haddad (PT) -, foi alvo. Ele levou uma facada durante ato de campanha.

O caso mais extremo ocorreu na capital baiana, horas após a votação em primeiro turno. Depois de se envolver em uma discussão na qual defendia o candidato petista, o mestre de capoeira Romualdo Rosário da Costa, conhecido como Moa do Katendê, de 63 anos, foi assassinado a facadas dentro de um bar. Segundo a Secretaria de Segurança Pública da Bahia, o autor das facadas tinha chegado ao local gritando o nome do candidato do PSL.

O barbeiro Paulo Sérgio Ferreira de Santana, de 36 anos, autor das 12 facadas que mataram o mestre de capoeira, foi preso em flagrante. Nesta quarta-feira, 10, a prisão foi transformada em preventiva.

Bolsonaro

Na terça-feira, 9, Bolsonaro foi questionado sobre o assassinato de Moa do Katendê. “A pergunta deveria ser invertida. Quem levou a facada fui eu. Se um cara lá que tem uma camisa minha comete um excesso, o que tem a ver comigo? Eu lamento, e peço ao pessoal que não pratique isso, mas eu não tenho controle.”

Na quarta, ele voltou ao assunto em seu Twitter. “Dispensamos voto e qualquer aproximação de quem pratica violência contra eleitores que não votam em mim. A este tipo de gente peço que vote nulo ou na oposição por coerência, e que as autoridades tomem as medidas cabíveis, assim como contra caluniadores que tentam nos prejudicar.” Em uma segunda postagem, disse haver um “movimento orquestrado forjando agressões” para o prejudicar, “nos ligando ao nazismo, que, assim como o comunismo, repudiamos”.

Youtuber e agora eleito deputado estadual por São Paulo, Arthur Moledo do Val (DEM) relatou em sua rede social uma agressão durante ato de sua campanha. Ele disse que foi abordado por um homem que teria se identificado como anarquista. O então candidato conseguiu desviar da agressão, mas caiu e lesionou o braço. À reportagem, ele disse receber ameaças com frequência, mas não vê a campanha como violenta. “Sofro ameaças praticamente toda semana na minha página, mas não sofri mais violência do que as pessoas no dia a dia.”

O cineasta Guilherme Daldin registrou boletim de ocorrência em Curitiba no domingo. Ele disse estar em frente a bar onde comemorava a eleição de um deputado quando foi atropelado. Vestia camiseta com o rosto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – condenado e preso na Lava Jato – e acusa o motorista de agir deliberadamente.

“É intolerância, intransigência, falta de respeito por posicionamento. Mas é uma situação que foi criada pelos dois lados. Muita gente vem sendo hostilizada desde 2013, mas agora a situação está mais radical a partir do momento em que surge outra grande polarização, agora entre PT e Bolsonaro”, disse a cientista política Vera Chaia, da PUC-SP.

‘Homofobia’

Em Porto Alegre, uma jovem de 19 anos relatou ter sido atacada na noite de segunda. A vítima, que não teve o nome revelado, disse que voltava para casa quando, aos descer do ônibus, foi seguida por três homens, agredida e teve a barriga marcada com traços semelhantes a uma suástica – símbolo do nazismo. Segundo o delegado Paulo César Jardim e a advogada da jovem, ela teria sido vítima de homofobia por usar adesivo com a bandeira do arco-íris e a inscrição #Elenão, referência ao movimento de mulheres contra Bolsonaro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Nova cirurgia de Bolsonaro deve ocorrer em janeiro, diz médico

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Por Fabiana Cambricoli e Renata Cafardo

O candidato à Presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro, deverá passar por nova cirurgia logo após uma eventual posse, caso eleito no segundo turno. É o que prevê o cirurgião-chefe da equipe médica do candidato, Antônio Luiz Macedo, do Hospital Israelita Albert Einstein, no Morumbi, onde o candidato ficou internado por quase um mês.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo na tarde desta quarta-feira, 10, o especialista afirmou que a operação para fechamento da colostomia (exteriorização do intestino para saída das fezes) só poderá ser feita após o dia 12 de dezembro, mas que, como o procedimento requer duas semanas de recuperação, se o paciente se submetesse à operação ainda neste ano não haveria garantias que ele estaria completamente recuperado para uma eventual posse, no dia 1.º de janeiro.

Dessa forma, o ideal, segundo o médico, é que o procedimento seja feito somente em janeiro. “Eu me sentiria mais seguro se a gente fechasse (a colostomia) após a (eventual) posse, em janeiro. Mas se ele quiser fazer antes, não vejo grandes dificuldades”, declarou. “Ele é muito ativo, quase impulsivo, tem muita disposição para fazer as coisas, é capaz de ele querer tirar antes. Acho que se os exames estiverem bons no dia 18 de outubro, esperando terminar o pleito eleitoral, ele decide se fecha no meio de dezembro ou em janeiro”, disse Macedo.

O procedimento

Na nova cirurgia, o abdome de Bolsonaro será aberto novamente para que as alças do intestino grosso sejam unidas e, com isso, o trânsito intestinal volte ao normal e o paciente deixe de usar a bolsa coletora de fezes.

A cirurgia requer a abertura do abdome e não pode ser feita por videolaparoscopia pelo tipo de colostomia à qual Bolsonaro foi submetido, chamada de colostomia terminal, quando o intestino é completamente separado para que uma das “bocas” seja exteriorizada até a pele para a saída de fezes na bolsa coletora

Segundo Macedo, a chance de uma complicação nessa cirurgia é menor do que nas operações anteriores à quais Bolsonaro foi submetido. “É uma cirurgia que, para um cirurgião bem treinado, não é um bicho de sete cabeças como foi aquela do dia 12 de setembro. Essa, sim, foi terrível, demorou demais. Estava tudo colado por causa do derrame de fezes na hora do trauma, excesso de sangramento, choque hemorrágico”, declarou Macedo, referindo-se à operação de emergência feita seis dias após a facada para corrigir uma obstrução intestinal provocada por aderência das alças do órgão. Segundo o médico, o procedimento durou seis horas.

A colostomia foi necessária para isolar as áreas lesionadas da passagem de fezes, diminuindo, assim, o risco de infecções. Isso porque, ao ser atacado em Juiz de Fora, em 6 de setembro, Bolsonaro sofreu três perfurações no intestino delgado e um no intestino grosso. Ele chegou à Santa Casa de Juiz de Fora em estado grave, com hemorragia interna, e passou por uma cirurgia que estancou o sangramento e reparou as lesões intestinais e vasculares.

Riscos

Embora a cirurgia de reversão de colostomia seja menos complexa do que as anteriores, ela não está isenta de riscos. Assim como em qualquer operação do sistema digestivo, pode ocasionar complicações como infecções, fístulas ou obstruções intestinais

A recuperação, no entanto, deverá ser mais rápida que a das cirurgias anteriores.

Segundo Guilherme Cotti, cirurgião do aparelho digestivo do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) do Hospital das Clínicas de São Paulo, o tempo de internação médio após cirurgias de reversão de colostomia é de uma semana.

“É uma semana no hospital e outra semana de recuperação em casa, com repouso. Se tudo correr bem, a alimentação já é reintroduzida dois ou três dias após a cirurgia”, afirmou.

Assim, se a cirurgia for realmente realizada em janeiro, o presidenciável, caso eleito, ficaria impedido de comparecer a compromissos oficiais por pelo menos duas semanas.

Após o período de reintrodução alimentar e cicatrização, o paciente já é liberado para suas atividades normais se o sistema digestivo voltar a funcionar normalmente e não for verificada nenhuma complicação, podendo viajar e ter compromissos públicos, segundo os médicos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Inflação ao consumidor sobe 0,1% em setembro ante agosto e frustra previsão

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Por Gabriel Bueno da Costa, com informações da Dow Jones Newswires

O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos avançou 0,1% em setembro na comparação com o mês anterior, inferior à previsão de alta de 0,2% da mediana dos analistas consultados pelo Broadcast. O núcleo do dado, que exclui alimentos e energia, teve ganho de 0,1%, também abaixo da expectativa de avanço de 0,2% dos economistas.

Na comparação anual, o CPI subiu 2,3% em setembro e o núcleo do índice teve ganho de 2,2%. Os resultados também vieram um pouco abaixo das previsões de altas de 2,4% e 2,3%, respectivamente.

O dado divulgado pelo Departamento do Trabalho sugere que as pressões inflacionárias seguem sob controle, enquanto o dólar forte contém os preços de importados e os custos com energia recuaram.

A alta anual do CPI, de 2,3%, é a menor desde fevereiro nos EUA. O avanço de 2,2% no núcleo do CPI na comparação anual coincide com o resultado de agosto.

O dólar mais forte deve estar atuando como um freio nos preços dos produtos, muitos dos quais vêm do exterior ou competem com importados. Os juros mais altos e o crescimento mais forte nos EUA em comparação com outras nações desenvolvidas ajudam a apoiar a moeda nos últimos meses. Além disso, os salários subiram em setembro. Após ajustes para a inflação, o ganho médio por hora subiu à taxa sazonalmente ajustada de 0,3% em setembro ante o mês anterior e avançou 0,5% ante igual mês de 2017. O relatório de hoje mostra que os preços de energia recuaram 0,5% no mês em setembro, enquanto os custos com gasolina cederam 0,2%, depois de ajustes, após uma alta de 3% em agosto. O índice de preços para carros e caminhões usados recuou consideravelmente no mês, 3%, enquanto os preços dos alimentos ficaram estáveis.

Fonte: Estadão conteúdo

Bolsonaro cogita dar 13º para beneficiários do Bolsa Família

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Na disputa com Fernando Haddad (PT) pelos votos do eleitorado de menor poder aquisitivo, a campanha do candidato à Presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro, incluiu a proposta de um 13.º salário para os beneficiários do Bolsa Família, principal programa de transferência de renda dos governos petistas.

Em vídeo divulgado por aliados do Nordeste, região que tem 6,9 milhões de famílias beneficiadas, Bolsonaro disse que o aumento de despesa será coberto por recursos que seriam gerados com a repressão a supostos benefícios irregulares. Ele não estimou valores. “Essa despesa vamos tirar da fraude no programa”, disse

O presidenciável relatou que a proposta foi apresentada pelo general Hamilton Mourão, candidato a vice na sua chapa, ao economista Paulo Guedes, conselheiro da campanha.

A estratégia do candidato foi minimizar o impacto de declarações polêmicas de Mourão, especialmente para os eleitorados nordestino e feminino. Antes do primeiro turno, o general da reserva criticou os pagamentos do 13.º salário e do abono de férias. Também declarou que filhos criados por mulheres estão mais propensos a serem cooptados pelo tráfico.

O presidente do PSL, Gustavo Bebianno, chegou a fazer um anúncio oficial da proposta logo após uma conversa com Bolsonaro. “Nós não soltaríamos essa notícia agora, soltaríamos mais para frente, mas o capitão decidiu que seria assim. É uma proposta que foi desenhada, costurada e pensada até mesmo pelo general Mourão, que é a implementação de um 13.º do Bolsa Família”, afirmou.

Às vésperas do primeiro turno, Haddad chegou a dizer, em entrevistas a rádios do Recife, que o concorrente acabaria com o programa, o que foi negado por Bolsonaro. Agora, a equipe de campanha do PSL prepara peças publicitárias sobre o Bolsa Família para as redes sociais e material para ser usado no horário gratuito eleitoral.

Tradição

A proposta de um 13.º salário para as famílias atendidas pelo Bolsa Família virou tradição em disputas eleitorais. A ideia já foi apresentada pelos candidatos Marina Silva, então no PSB, em 2014, e por José Serra, do PSDB, em 2010. Neste ano, o candidato do PSB ao governo de Pernambuco, Paulo Câmara, também prometeu conceder um 13.º aos beneficiários no Estado, que seria pago pelos cofres estaduais.

O projeto também entrou em discussões nos governos dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. A estratégia adotada por Marina, Serra e, agora, por Bolsonaro, é pelo menos conter o discurso dos petistas de que uma derrota do partido significaria o fim do programa. “Acabar com o Bolsa Família seria uma desumanidade”, disse ontem Bolsonaro.

Lista

Atualmente, 13,7 milhões de famílias recebem um benefício médio de R$ 178 do Bolsa Família. O programa custa cerca de R$ 2,4 bilhões por mês aos cofres federais. Além das famílias nordestinas, a lista de cadastro do programa inclui beneficiários do Sudeste (3,5 milhões), Norte (1,7 milhão), Sul (836 mil) e Centro-Oeste (653 mil). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Bolsonaro sinaliza que não quer privatizar setor elétrico, BB e Caixa

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Por Mateus Fagundes

O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, voltou a sinalizar ser contrário às privatizações do setor elétrico e de bancos estatais, como o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal.

Em entrevista à RecordTV, Bolsonaro disse que “botou na mesa” a questão para Paulo Guedes, economista que o assessora.

“Eu cheguei e disse: ‘Paulo, o que a gente precisa é de um dólar compatível, uma taxa de juros menor possível, pagar a dívida interna, privatizar alguma coisa, não é tudo. Vamos preservar aqui o setor elétrico, Furnas, Banco do Brasil, Caixa Econômica'”, contou o candidato à emissora.

O candidato se colocou ainda disposto a fazer parcerias com “países de primeiro mundo”, como por exemplo no setor minero-metalúrgico.

“Estamos prontos a fazer parcerias, nós não temos recursos para pesquisa na área mineral e quem diga até criar uma siderúrgica específica neste setor. Mas, com parcerias, o que nós temos de recursos naturais e com tecnologia deles dá para gente agregar valor naquilo que a gente está produzindo. Não dá pra gente continuar mandando para fora um navio de minério de ferro e receber em troca uma jangada de aço. Até porque estes recursos minerais tem uma vida útil, daqui a pouco não temos mais no Brasil”, disse o capitão.

Fonte: Estadão conteúdo

Rede deverá liberar filiados para decidirem sobre apoio a Haddad ou voto nulo

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Por Mariana Haubert

A Rede Sustentabilidade, partido de Marina Silva, deverá bater o martelo em reunião na noite desta quarta-feira, 10, para liberar seus filiados a apoiarem Fernando Haddad, do PT, no segundo turno das eleições 2018 ou para decidirem pelo voto nulo O partido, no entanto, deverá anunciar que aqueles que optarem por apoiar Jair Bolsonaro, do PSL, serão punidos.

Fontes da legenda disseram ao Estadão/Broadcast que a decisão será formalizada ainda nesta noite. Os integrantes da Executiva Nacional do partido têm realizado diversas reuniões desde segunda-feira, 8, para tomar uma decisão. De acordo com pessoas próximas a Marina Silva, ela não se sente confortável em apoiar Haddad neste momento devido à forma como o PT a tratou nas eleições de 2014. A forte desconstrução da sua imagem naquela época ainda teve consequências no pleito deste ano, conforme avaliou a campanha.

A ex-senadora também considera que Haddad não é o candidato ideal neste momento porque representa um dos polos da polarização que o País vive.

Marina teve um péssimo desempenho na corrida presidencial deste ano. Ela acabou a disputa em 8º lugar, obtendo pouco mais de 1 milhão de votos, o que corresponde a 1%.

 

Fonte: Estadão conteúdo

TSE vai tratar de fake news com WhatsApp e quer lançar aplicativo para denúncias

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Por Rafael Moraes Moura

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vai marcar uma reunião para os próximos dias com representantes do WhatsApp com o objetivo de discutir a disseminação de fake news na campanha eleitoral brasileira, especialmente aquelas que atingem a imagem da Justiça Eleitoral e a segurança do sistema.

O TSE também pretende utilizar o próprio site do tribunal para catalogar notícias falsas dirigidas à instituição, para desmistificar ataques e reiterar que não há comprovação de fraude em 22 anos de utilização das urnas eletrônicas.

Em outro esforço para rebater boatos e falsas acusações, a Corte Eleitoral está trabalhando em um aplicativo em que os próprios usuários poderão denunciar fake news, mas ainda não se sabe se a ferramenta será concluída antes do segundo turno, marcado para o dia 28 de outubro.

Esses assuntos foram debatidos durante reunião nesta quarta-feira, 10, com os integrantes do Conselho Consultivo sobre Internet e Eleições, que se encontrou pela primeira vez durante o período eleitoral – a última reunião havia sido em 4 de junho, antes de a ministra Rosa Weber assumir a presidência do TSE.

As plataformas WhatsApp, Facebook e Google não foram convidadas para a reunião, mas deverão participar do próximo encontro do conselho, previsto para o dia 22 de outubro. Antes disso, auxiliares do TSE pretendem conversar com representantes do WhatsApp para tratar da utilização da plataforma para a proliferação de notícias falsas.

Nesta quarta, o ministro do STF Alexandre de Moraes disse que fake news não tiveram influência na eleição.

Assustador

Em rápida conversa com jornalistas, conselheiros apresentaram visões divergentes sobre o impacto das fake news no primeiro turno das eleições. “Existem notícias falsas circulando desde o início da campanha. O volume de conteúdos falsos pra provocar dano aumentou assustadoramente, sobretudo nos últimos dias que antecederam a eleição”, avaliou o conselheiro Thiago Tavares, presidente da associação SaferNet Brasil.

“Eu vejo com muita preocupação a ação deliberada e provavelmente coordenada de algumas campanhas em produzir conteúdos deliberadamente falsos com o objetivo de desestabilizar o processo eleitoral e desacreditar a Justiça Eleitoral”, completou Tavares, que não mencionou nomes de candidatos.

Tavares também destacou que a produção de conteúdo falso “é muito maior do que a capacidade das agências” de checar a informação. “A fraude custa pouco, mas a checagem exige profissionais qualificados, e muitas vezes o resultado da checagem não tem o mesmo alcance que teve o conteúdo falso”, comentou Tavares.

Riscos. Para Luiz Fernando Martins Castro, do Comitê Gestor da Internet no Brasil, as “ofensas praticadas foram muito menores” do que o imaginado.

“O TSE entendeu que é importante mapear os riscos e está tranquilo quanto ao fato dessa prática no ambiente da internet. Há preocupação específica com o que circula no WhatsApp, porque não é uma rede monitorada”, disse Martins Castro.

“Não há nenhuma intenção de controle de conteúdo. Há preocupação com agressões infundadas contra a instituição da Justiça Eleitoral”, completou.

Já o coordenador do conselho e secretário-geral do TSE, Estêvão Waterloo, afirmou que o cenário poderia ser “bem pior”. “A avaliação do conselho é a de que o cenário seria infinitamente pior. Não é um cenário simples, não é um cenário fácil, é um cenário preocupante no mundo inteiro”, minimizou Estêvão.

Conforme o jornal O Estado de S. Paulo informou nesta quarta-feira, a falta de uma definição por parte do TSE sobre a estratégia a ser adotada para prevenir a disseminação de notícias falsas e a ausência de uma tipificação penal para enquadrar a proliferação delas abriu caminho para um grande número de fake news distribuídas no primeiro turno das eleições, na avaliação de investigadores e conselheiros do TSE. Para conselheiros ouvidos reservadamente pela reportagem, a Corte Eleitoral subestimou o impacto da proliferação de notícias falsas durante a campanha. Para um deles, o TSE “está atuando a reboque dos fatos”.

Fonte: Estadão conteúdo

Paulo Guedes diz que investigação contra ele é para confundir eleitor

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Foto: Secom/PGR
Por Fabio Serapião

Por meio de nota divulgada por seus advogados, o economista Paulo Guedes, conselheiro do candidato Jair Bolsonaro (PSL), afirmou ter recebido com perplexidade a notícia sobre a abertura de uma investigação criminal contra ele pelo Ministério Público Federal (MPF).

O MPF abriu no último dia 3 uma Procedimento Investigatório Criminal (PIC) para apurar a suspeita de que Guedes cometeu os crimes de gestão fraudulenta e temerária à frente de dois fundos de investimentos (FIPs) que receberam R$ 1 bilhão, entre 2009 e 2013, de fundos de pensão ligados a empresas públicas.

Na nota divulgada pelos seus defensores, Guedes diz que a abertura da apuração é “uma afronta à democracia” cujo principal “objetivo é o de confundir o eleitor”.

“Causa perplexidade que, às vésperas da definição da eleição presidencial, tenha sido instaurado um procedimento para apurar fatos apresentados por um relatório manifestamente mentiroso. Resta claro que essa iniciativa é uma afronta à democracia cujo principal objetivo é o de confundir o eleitor”, diz a nota.

O relatório citado por Guedes é o produzido pela Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc).

O relatório da Previc, segundo o MPF, aponta que há “relevantes indícios de que entre fevereiro de 2009 e junho de 2013, diretores/gestores dos fundos de pensão Funcef, Petros, Previ, Postalis (todas alvos da Operação Greenfield), Infraprev, Banesprev e FIPECQ e da sociedade por ações BNDESPar possam ter se consorciado com o empresário Paulo Roberto Nunes Guedes, controlador do Grupo HSM Brasil, a fim de cometerem crimes de gestão fraudulenta ou temerária de instituições financeiras equiparadas e emissão e negociação de títulos mobiliários sem lastros ou garantias, relacionados a investimentos no FIP BR Educacional.”

De acordo com Guedes, o FIP Educacional, citado pelo MPF, não trouxe qualquer prejuízo aos fundos de pensão. “Ele apresentou retorno substancialmente acima do objetivo estabelecido no regulamento firmado entre os cotistas. Da mesma forma, não houve, ao longo da operação, qualquer conduta antiética ou irregular por parte de Paulo Guedes”, diz a nota.

Fonte: Estadão conteúdo40

Bolsonaro tem 58% dos votos válidos no 2º turno e Haddad, 42%, diz pesquisa

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Por Daniel Bramatti

O candidato do PSL Jair Bolsonaro aparece com 58% dos votos válidos na primeira pesquisa Datafolha no segundo turno da eleição presidencial, divulgada nesta quarta-feira, 10. Fernando Haddad (PT) tem 42%.

O cálculo desconsidera os eleitores que pretendem votar nulo ou em branco, ou seja, se refere aos votos válidos.

Nas intenções de votos totais, Bolsonaro tem 49% e Haddad, 36%. Brancos e nulos somam 8%, enquanto 6% disseram estar indecisos.

A única região em que Haddad ganha de Bolsonaro é o Nordeste (52% x 32% dos votos totais). No Sudeste, região mais populosa do País, o candidato do PSL vence por 55% a 32%; no Sul, sua maior vantagem, por 60% a 26%. A vitória também seria tranquila no Centro-Oeste (59% a 27%) e um pouco mais apertada no Norte, com 51% a 40%.

A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo BR-00214/2018 e foi contratada pelo jornal Folha de S. Paulo e pela Rede Globo. Foram ouvidas 3.235 pessoas em 227 municípios do País. A margem de erro é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos, e o grau de confiança é de 95% – o que quer dizer que há 95% de chance de os resultados representarem a realidade.

Como foi a votação Bolsonaro x Haddad no primeiro turno

No primeiro turno, Bolsonaro obteve 46,03% dos votos válidos (49,2 milhões de votos), tendo saído vencedor em 16 Estados e no Distrito Federal. Haddad obteve 29,28% dos votos válidos (31,3 milhões de votos) e seu desempenho no Nordeste impediu uma definição da disputa já no primeiro turno.

Fonte: Estadão conteúdo

Witzel acusa Paes de ‘andar com presidiário’, referindo-se a Cabral e Lula

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Por Roberta Pennafort

A troca de farpas entre os candidatos ao governo do Estado do Rio continuou nesta quarta-feira, 10, dia em que ambos tiveram agenda na Baixada Fluminense. O candidato do PSC, Wilson Witzel, disse que Eduardo Paes (DEM) “anda com presidiários”, referindo ao ex-governador Sérgio Cabral (MDB) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ambos presos pela Lava Jato.

Foi uma resposta do ex-juiz federal à acusação de Paes de que ele tem relações com o advogado Luiz Carlos Azenha, que defendeu o traficante Antonio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, e o escondeu num carro para facilitar sua fuga em 2011. Fotos dos dois circulam em redes sociais. Azenha teria sido aluno de Witzel no curso de direito. Paes disse que o advogado foi um coordenador da campanha do oponente. “É ou não é?”, indagou o ex-prefeito da capital.

“Sobre andar com gente que não presta, quem tem que explicar é o Eduardo. Ele tem um passado com dois presidiários, Sérgio Cabral e Lula. Os companheiros dele de partido e que andaram com ele estão presos. Quem tem que dar explicações de vida pregressa envolvendo inquérito de lavagem de dinheiro é ele. Estou discutindo propostas, melhores condições para o Rio”, afirmou Witzel, em agenda de campanha na Baixada Fluminense.

Ele negou que a campanha esteja marcada por ofensas. “Da minha parte não foi ofensa alguma. Sempre fui um juiz equilibrado. Em 17 anos em que eu fui magistrado, as audiências sempre ocorreram com equilíbrio, nunca fui acusado de abuso de autoridade, nunca dei soco em ninguém na rua, nunca dei carteirada”, declarou.

Questionado sobre apoios no âmbito da corrida presidencial, Paes ratificou sua neutralidade, embora tenha elogiado Jair Bolsonaro (PSL). Ele criticou o que considera uma associação direta que Witzel busca junto ao presidenciável. “Eu não trabalho com bengala. Sou candidato pelo que eu fiz, e represento, não me escondo atrás de ninguém. A gente está vendo o que significou a entrada de uma pessoa inexperiente (na Prefeitura). Não podemos ter um (Marcelo) Crivella arrogante no governo do Estado”, disse, em alusão a seu sucessor.

“O Witzel fica querendo dar uma de Bolsonaro, mas o Bolsonaro sempre debateu, nunca vi gesto de arrogância ou de impetuosidade O sujeito fica tentando construir um estereótipo sem justificativa. Não vou apoiar Haddad nem fazer oposição à candidatura do Bolsonaro de forma alguma. Boa parte dos meus aliados votam nele”.

Fonte: Estadão conteúdo