Vereadores articulam convite de secretário de Infraestrutura para discutir iluminação

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Vereadores questionam serviço de iluminação pública na cidade - Tiago Ferreira Divulgação

Frente Parlamentar mantém requerimento que ganhou força nos bastidores no parlamento municipal

Um simples requerimento, que chegou a ganhar força nos corredores do plenário da Câmara Municipal gerou ontem (27) intenso debate entre os vereadores sobre a necessidade de discutir com o governo a situação precária do sistema de iluminação pública da cidade. Ao iniciar a sessão com assinaturas suficientes para entrar em regime de urgência, com o aval da própria base do governo, o requerimento 155/2019, de autoria do líder da Frente Parlamentar Macaé Melhor, Maxwell Vaz (SD), perdeu força antes de entrar em votação.

Ao propor antes convocação, o requerimento foi alterado de última hora para convite ao secretário responsável por manter o sistema de iluminação pública da cidade, hoje atribuída de forma direta às secretarias de Infraestrutura, e adjunta de Serviços Públicos. Um dos parlamentares que chegou a assinar o pedido de urgência do requerimento, o líder da bancada de governo, Julinho do Aeroporto (MDB), mudou de posição ao declarar que a pasta responsável direta pelo serviço segue hoje sem secretário.

“Hoje a pasta ligada à iluminação pública está sem secretário, desde a exoneração de Flávio Isquierdo. O requerimento é válido, mas precisamos aguardar o prefeito nomear um novo gestor para que ele possa vir aqui se explicar”, disse Julinho.

Autor do requerimento, Maxwell apontou que o pedido visa buscar explicação do governo sobre os problemas enfrentados pela a cidade. “Há sim um responsável pela pasta, por conta disso todos os vereadores assinaram o pedido de urgência do requerimento, incluindo o líder do governo. Por que a mudança de posição? Será que ninguém vê que as ruas da cidade estão completamente escuras? Macaé se tornou um verdadeiro túnel”, disse Maxwell.

O vereador Marcel Silvano (PT) que manteve a assinatura e pedido de urgência na votação do requerimento, apontou que o governo precisa se explicar sobre os problemas.
“Há mais de um mês que o secretário foi exonerado. Se não há quem responda, a cidade vai ficar às escuras? A Câmara precisa se posicionar e não aguardar uma posição do governo enquanto as pessoas estão na escuridão”, defendeu.

Robson Oliveira (PSDB), vice-líder da Frente Parlamentar Macaé Melhor, apontou que o convite pode ser direcionado para qualquer pessoa indicada pelo governo para responder os questionamentos da Câmara sobre a precariedade do serviço. “Alguém precisa responder por isso. Se não tem secretário, que o governo indique alguém para prestar os esclarecimentos”, apontou.

Luiz Fernando (PTC) também defendeu o requerimento. “Só quem não anda por Macaé, não sabe que em qualquer rua da cidade, um poste funciona e o outro está apagado”, afirmou. Mesmo com a retirada das assinaturas, o requerimento segue em tramitação na Câmara e deve ser votado na próxima semana.

Presidente Jair Bolsonaro tem alta hospitalar

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“Alta agora. Obrigado a todos. Tudo posso NAQUELE QUE ME FORTALECE”, escreveu.

O presidente Jair Bolsonaro acaba de receber alta hospitalar. A notícia foi comunicada pelo mandatário através de suas redes sociais na manhã desta quarta-feira (5). Ele estava internado no hospital Vila Nova Star, em São Paulo, com um quadro de obstrução intestinal.

“Alta agora. Obrigado a todos. Tudo posso NAQUELE QUE ME FORTALECE”, escreveu.

Bolsonaro enfrenta problemas de saúde desde que sofreu uma tentativa de assassinato por facada do militante de extrema-esquerda Adélio Bispo. O agressor era filiado ao PSOL.

Além das várias cirurgias que já enfrentou na região da facada, Bolsonaro terá restrições alimentares para o resto da vida.

Por Portal Novo Norte

Petistas sinalizam que continuarão torrando dinheiro público em obras no exterior caso Lula vença eleições

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Segundo a revista Veja, só na Venezuela e em Cuba, o petismo enterrou cerca de 11 bilhões de reais.

Para altos caciques do PT, a farra do dinheiro público gasto com empreiteiras em obras em países socialistas foi algo normal. É o que sinaliza a fala da ex-ministra do Planejamento Miriam Belchior. Ela foi escalada para tentar defender o “legado” do ex-presidiário Lula.

Vale lembrar que empreiteiras beneficiadas pelo “esquema” caíram na malha anti-corrupção da Polícia Federal e Ministério Público Federal na Lava-jato, que prendeu executivos e fizeram com que eles devolvessem parte do dinheiro roubado, e o fato dos processos contra o chefe Lula ter sido descondenado pelo STF não apaga isso.

Segundo a revista Veja, só na Venezuela e em Cuba, o petismo enterrou cerca de 11 bilhões de reais. No início do ano, Gustavo Montezano, chefe do BNDES, revelou que o banco convivia com seguidos calotes dos países parceiros do petismo. Segundo as investigações, as operações geraram lucros para as empreiteiras e propinas para que o PT tentasse se perpetuar no poder aqui no Brasil. 

“No caso de empréstimos para outros países, são financiamentos para empresas brasileiras realizarem obras no exterior. Não é financiamento direto para outros países, a gente não empresta para eles e pronto. Não, a gente só empresta se as nossas empresas, as empresas brasileiras, forem realizar as obras, que é a modalidade chamada exportação dos serviços de engenharia”, disse Belchior, ao tentar defender o indefensável.

Por Portal Novo Nortel

Câmara aprova requerimentos para infraestrutura da cidade

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Vereador Cesinha solicita a poda de árvores na Rodovia Christino José da Silva Júnior

Requerimentos dos vereadores Cesinha e Val Barbeiro foram aprovados por unanimidade na Câmara Municipal

A Câmara Municipal de Macaé aprovou, ontem (14), uma série de propostas dos vereadores Nilton César Moreira (Pros), o Cesinha, e Valdemir da Silva Souza (PHS), o Val Barbeiro, para melhorar a infraestrutura da cidade. O Requerimento 622/2018, de Cesinha, por exemplo, solicita a poda de árvores na Rodovia Christino José da Silva Júnior que estão ocultando placas de sinalização, podendo provocar acidentes.

“Queremos que a Secretaria de Infraestrutura apresente um plano de ação para resolver esse problema”, disse o parlamentar do PROS. O vereador Paulo Antunes (MDB) apoiou. “Sugiro incluir que sejam roçadas as laterais das rodovias RJ 168 e RJ 162”. Já os requerimentos 620/2018 e 621/2018 pedem asfaltamento e outros reparos em vias do Alto Cajueiros.

O Requerimento 618/2018 questiona o Executivo sobre a manutenção na Ponte Ivan Mundim. Maxwell Vaz (SD) lembrou que um pilar da estrutura está cedendo. “Há muito estamos alertando também para mudanças que possibilitem a passagem de embarcações, hoje de maior porte, por baixo daquela ponte”.

O vereador do PHS teve aprovado o Requerimento 608/2018, que solicita ao 32º Batalhão de Polícia Militar (BPM) mais patrulhamento no entorno do Colégio Municipal Professora Maria Letícia Santos Carvalho, na Granja dos Cavaleiros, devido ao aumento do número de assaltos na área.

O Requerimento de número 617/2018 solicita aos Correios que regularizem a entrega de correspondências na Alameda Torres Porto, no Bairro Jardim Maringá. O 607/2018 requer semáforo no cruzamento entre as avenidas Humberto de Queiroz Matoso e Venezuela, no Bairro Campo d’Oeste. “Há um ponto cego ali no qual motoristas que vão numa via não veem carros que cruzam pela outra. Já vimos acidentes terríveis ali”, justificou.

Entre outras proposições de Val, foi aprovado ainda o Requerimento 616/2018, solicitando a construção de uma pista de atletismo para o Colégio Ciep Maringá, no mesmo bairro. “A obra vai beneficiar não só os alunos da unidade mas também os de escolas próximas”.

Marvel Maillet (Rede) elogiou a iniciativa, lembrando que há um professor de educação física muito competente na escola. Ele disse que o profissional levou equipes de atletismo a bons resultados estaduais e nacionais, com possibilidades de disputas fora do país. “E ele realiza ‘vaquinhas’ para que os alunos possam ir às competições. A pista seria um grande incentivo para esse belo trabalho”.

Justiça obriga Boulos a apagar postagens com dados distorcidos sobre pesquisa eleitoral

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O MDB acusou Boulos de tentar “manipular a opinião pública” com informações falsas, levando a questão à justiça.

Ojuiz Antonio Maria Patiño Zorz, da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, determinou na terça-feira (30) que o deputado federal Guilherme Boulos, pré-candidato à Prefeitura de São Paulo pelo Psol, remova em até 24 horas postagens que distorcem dados de uma pesquisa eleitoral. A ordem atende a uma solicitação do MDB, partido do atual prefeito e candidato à reeleição, Ricardo Nunes.

A controvérsia surgiu de publicações de Boulos que alegavam liderança nas intenções de voto “com 34% contra qualquer bolsonarista”, interpretação que o judiciário desmentiu por não corresponder aos resultados do estudo realizado pelo Instituto Real Time Big Data. O juiz Zorz esclareceu que as publicações de Boulos não refletiam os verdadeiros achados da pesquisa, que considerou diferentes cenários eleitorais.

O MDB acusou Boulos de tentar “manipular a opinião pública” com informações falsas, levando a questão à justiça. De acordo com a decisão judicial, caso as postagens não sejam excluídas no prazo determinado, Boulos, juntamente com as redes sociais Facebook e Instagram, será sujeito a uma multa diária de R$ 10 mil.

Por portal Novo Norte

Prefeito de Niterói é preso em operação da Lava Jato no Rio

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Rodrigo Neves, prefeito de Niterói

O prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, foi preso na manhã desta segunda-feira (10) na Operação Alameda, uma ação de desdobramento da Operação Lava Jato, deflagrada pela Polícia Civil, através da Delegacia Fazendária (DELFAZ) e Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE), e o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ).

O objetivo da operação é cumprir, ao todo, quatro mandados de prisão e 19 de busca e apreensão “contra uma organização criminosa acusada de corrupção ativa e passiva, através do recebimento de propina paga por empresários do transporte público rodoviário para agentes públicos de Niterói”, segundo divulgou a Polícia Civil.

As investigações apontam para desvios superiores a R$ 10 milhões dos cofres públicos para pagamentos ilegais. Também foi preso na operação Domício Mascarenhas de Andrade, ex-secretário municipal de Obras do município. Os quatro presos foram encaminhados para a Cidade da Polícia.

Segundo a Polícia Civil, os mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos nas casas dos acusados, na Prefeitura de Niterói e nas sedes de consórcios e empresas de ônibus.

Moradores da Serra protestam em plenário

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Após protesto de moradores, presidente da Câmara aciona a SIT e o governo

Situação precária de distritos como Trapiche e Serro Frio foi exposta através de manifestação

Com faixas e cartazes em mãos, um grupo formado por cerca de 10 moradores da região serrana de Macaé promoveu um protesto silencioso e ordeiro durante a sessão ordinária de ontem na Câmara de Vereadores. Juntos, eles denunciaram as condições precárias que ainda se encontram localidades da Serra, diante dos efeitos das chuvas torrenciais que atingiram a região no início do mês.

De acordo com eles, os problemas principais são: a interdição parcial da ponte de Trapiche, abalada por conta da cheia do Rio São Pedro; a Estrada da Turma, via de acesso situada na região do Frade, que sofre interdições constantes em função de desmoronamento de encostas e a formação de lamas.

Antes de sessão, alguns vereadores já haviam sinalizado a necessidade de dar voz aos moradores da Serra. “Precisamos sentar com o governo e avaliar quais são as medidas capazes de mudar essa realidade. A Serra merece uma atenção especial por conta da sua importância para o turismo e para setores da agricultura e da nossa pecuária”, disse Robson Oliveira (PSDB).

Após o manifesto dos moradores, o presidente da Câmara, Dr. Eduardo Cardoso (PPS), afirmou que recebeu um dos moradores da Serra em seu gabinete antes da sessão. “Nós entramos em contato com a SIT que afirmou que retornará os itinerários dos ônibus. Em relação a ponte, o prefeito informou que a estrutura está situada em uma estrada estadual e o DER já havia sinalizado a realização de uma licitação para obra, que não pode ser feita pelo município. Mas o governo afirmou que vai se empenhar em cobrar do Estado a realização do projeto”, disse Dr. Eduardo.

Durante o grande expediente, o vereador Paulo Antunes (MDB) também destacou a necessidade de agilizar o projeto. “Essa ponte sempre foi uma novela. Desde a sua inauguração até hoje. Também já pedi que a prefeitura pavimentasse a Estrada do Contorno, que serviria como um novo acesso para os moradores do Trapiche. Isso a prefeitura pode fazer. Se for esperar pelo Estado, a ponte não vai sair”, apontou o vereador.

Rede diz que será oposição a próximo governo e recomenda não votar em Bolsonaro

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Por Mariana Haubert

A Rede Sustentabilidade oficializou na madrugada desta quinta-feira, 11, a decisão de ser oposição ao próximo presidente da República, independentemente de quem vença as eleições. A sigla anunciou também que não irá apoiar Fernando Haddad, do PT, no segundo turno e recomendou explicitamente que seus filiados e simpatizantes não votem em Jair Bolsonaro, do PSL.

“Não temos identidade com nenhum dos dois projetos, mas neste momento compreendemos que o candidato Jair Bolsonaro representa um risco imediato à democracia, à defesa dos direitos humanos e à proteção do meio ambiente”, afirmou Marina Silva, presidente do partido após reunião da Executiva Nacional.

Candidata derrotada à Presidência da República nestas eleições, Marina afirmou ainda que os filiados ou simpatizantes do partido devem usar a consciência para decidir entre votar nulo, em branco ou em Haddad.

Em nota divulgada após a reunião, a Rede diz “não ter ilusões sobre as práticas condenáveis do PT, dentro e fora do governo”. “No entanto, frente às ameaças imediatas e urgentes à democracia, aos grupos vulneráveis, aos direitos humanos e ao meio ambiente, a Rede Sustentabilidade recomenda que seus filiados e simpatizantes não destinem nenhum voto ao candidato Jair Bolsonaro e, isso posto, escolham de acordo com sua consciência votar da forma que considerem melhor para o país”, diz o texto.

No documento, a sigla ressalta ainda que no primeiro turno das eleições houve um projeto alternativo à polarização política e classificou tanto Haddad quanto Bolsonaro como representantes de projetos de poder “prejudiciais ao País, atrasados do ponto de vista da concepção de desenvolvimento, autoritários em relação ao papel das instituições de Estado, retrógrados quanto à visão do sistema político e questionáveis do ponto de vista ético”.

Marina Silva culpou o PT e o PSDB pela polarização política no Brasil que, segundo ela, chegou ao “seu limite máximo de prejuízo ao país”.

Fonte: Estadão conteúdo

Senado aprova corte em fundo para Educação

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Senado
O presidente do Senado, Eunício Oliveira durante sessão plenária, para apreciar e votar o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2019
Por Anne Warth

O Senado cortou pela metade uma das fontes de recursos do Fundo Social do Pré-Sal, destinado a investimentos em saúde e educação. Por meio de um projeto de lei, os senadores destinaram 50% dos recursos vindos da comercialização do petróleo do pré-sal, que iriam integralmente para o Fundo Social, para outro fundo, voltado para expansão de gasodutos e para o fundo de participação de Estados e municípios. A proposta ainda precisa passar pela Câmara.

O Brasduto contará com 20% dos recursos da comercialização do petróleo do pré-sal. Outros 30% serão destinados aos fundos de participação de Estados e Municípios. O fundo dos gasodutos ainda poderá contar com recursos do Orçamento.

O acordo para a votação do texto, que estava em um projeto de lei sobre o pagamento de multas indenizatórias a usuários de energia prejudicados por distribuidoras, teve apoio do líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE).

Na quarta-feira, 7, os senadores retiraram da proposta o item que privilegia a seleção e construção de gasodutos que já obtiveram licenciamento ambiental. Agora, o critério de escolha será definido pelo comitê gestor do Brasduto. A rede de novos gasodutos já licenciados ampliaria a rede em 6,7 mil km. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Pautas anticorrupção colocam Moro em rota de colisão com Lula a partir de 2023

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Moro: existe uma insatisfação com a prestação da Justiça no país, e o Senado é um dos campos para que isso seja enfrentado - Reprodução/Tv Senado

Identificado com as pautas anticorrupção e da segurança pública, o ex-juiz Sérgio Moro (União-PR) garante que não será senador “de uma nota só”. El…

Identificado com as pautas anticorrupção e da segurança pública, o ex-juiz Sérgio Moro (União-PR) garante que não será senador “de uma nota só”. Eleito pelos paranaenses com quase dois milhões de votos, o ex-ministro da Justiça (2019-2020) na gestão Jair Bolsonaro declara abertamente sua oposição ao atual governo.

— O combate à corrupção e a integridade na política, duas questões indissociáveis e, igualmente, a segurança pública. Mas vou estar envolvido em todos os assuntos que sejam relevantes para o país: economia, política social, saúde, educação. Ou seja, podem esperar um senador muito presente nas atividades políticas dessa Casa.

Moro teve grande projeção de imagem nos últimos anos, sobretudo por causa da Operação Lava Jato, força-tarefa do Ministério Público Federal e da Polícia Federal que entre 2014 e 2021 investigou lavagem de dinheiro e crimes de corrupção na Petrobras, em outras estatais e em grandes empreiteiras. Cerca de 100 pessoas foram condenadas a partir dessas investigações, entre elas, em 2017, o então ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva. Ele permaneceu preso por 580 dias em Curitiba entre 2018 e 2019, mas teve as ações penais nas quais era acusado anuladas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2021. O Supremo entendeu que os processos relativos aos casos do triplex do Guarujá, do sítio de Atibaia e do Instituto Lula (sede e doações) não tinham correlação com os desvios de recursos da Petrobras e com a Operação Lava Jato. Não eram, portanto, da competência da 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba.

Quando eleito senador, Moro postou nas redes sociais: “A Lava Jato vive”. Para ele, sua eleição, de certa maneira, representa a confiança que as pessoas têm na pauta do combate à corrupção.

— Agora vamos poder defendê-la diretamente no Congresso Nacional. Antes, como juiz, eu não interferia na atividade política, tinha uma série de limitações do que eu podia falar, do que eu podia fazer. Depois, como ministro da Justiça, embora a gente tivesse uma relação de dinâmica com o Senado, com o Congresso, não é exatamente a mesma coisa — explica em entrevista à TV Senado.

Como parte da estratégia em prol de mudanças estruturais, o futuro senador pelo Paraná destaca, por exemplo, a eleição do ex-procurador da República Deltan Dallagnol (Podemos-PR) — coordenador da força-tarefa da Lava Jato — para a Câmara dos Deputados. Também iniciará um mandato na Câmara a mulher do ex-juiz, Rosangela Moro (União-SP).

— Então a ideia é a gente pegar os parlamentares envolvidos nessas causas de combate à corrupção e reunir, aglutinar essas pessoas, para a gente poder construir uma posição coletiva forte. Tem aquela velha frase: o preço da liberdade é a eterna vigilância. Eu diria que o preço da integridade também é a eterna vigilância. O Congresso tem o papel essencial na fiscalização do Executivo — lembra.

O ex-juiz reconhece que há muitas lendas em relação à Lava Jato, mas assinala o papel transformador que a força-tarefa teve. O Brasil, ressalta, tem uma tradição de impunidade para a grande corrupção e outros crimes praticados por pessoas poderosas:

— A Lava Jato, juntamente com o [processo do] Mensalão, rompeu essa tradição de impunidade para casos de grande corrupção. Eu tenho absoluta certeza que quem foi preso, condenado na Lava Jato, foi porque ou pagou suborno ou recebeu suborno. Em qualquer país do mundo, é um passo civilizatório importante você responder com consequências a um crime de corrupção.

Na avaliação do próprio Moro, o trabalho que ele desenvolveu no Ministério da Justiça foi do mesmo modo importante, principalmente no combate ao crime organizado e na redução da criminalidade violenta.

Fiscalização 

Moro afirma que será um senador independente. Agora com quatro anos na política, o ex-juiz adianta que pretende adotar uma postura de humildade, necessária, em sua opinião, por ser ele “um marinheiro de primeira viagem”. Chega, porém, muito disposto a trabalhar e a ocupar o espaço do debate de forma combativa, embora respeitosa e construtiva. O essencial numa casa parlamentar é o respeito o ponto de vista alheio, entende o representante pelo Paraná. Na definição de Moro, “quem diverge não é seu inimigo, apenas não compartilha da mesma ideia”.

Apesar de estar na oposição, o futuro senador assegura que, como todo brasileiro, deseja o sucesso do Brasil: “gostaríamos de ter um governo eficiente e que tome as decisões certas”.

— O papel do Parlamento é ser fiscalizador, [fazer] esse contraponto. Vamos receber as propostas, vamos analisar. Claro que se vierem propostas positivas para o país, você endossa aquilo que entende favorável. Agora, pelo perfil ideológico pelo PT, eu certamente estarei na oposição e contrário a boa parte dos projetos. Mas não vamos apitar o pênalti antes da falta, vamos esperar vir as propostas para ver o que acontece.

Economia

Ao se declarar um liberal na questão econômica, Moro afirma que, no âmbito que for possível, o Congresso pode tentar adotar um protagonismo, se as reformas não vierem do Poder Executivo. Ele destaca como essencial a reforma tributária, que tramita entre as duas Casas por cerca de duas décadas:

— É uma reforma importante para melhorar a produtividade da nossa economia. Claro que a gente pode ter divergências relevantes em cima de detalhes, como por exemplo a distribuição desses recursos, mas uma reforma simplificadora é importante para dinamizar a nossa economia.

Abrir a economia é fundamental, segundo Moro:

— O Brasil é um país relativamente fechado em termos de sua interação comercial com o exterior. Se não inserirmos nossas empresas nas cadeias produtivas globais, nós perdemos competitividade. Também temos de buscar abrir mercado para o país lá fora. Acredito na dinâmica de uma sociedade aberta, plural, democrática.

O ex-ministro defende ainda a reponsabilidade fiscal. Com o descontrole, observa, há aumento da inflação e o concomitante aumento de juros. O Brasil, país emergente, com gigantesco potencial, tem limitações orçamentarias muito significativas, justamente por conta de alto endividamento.

— A gente não pode fazer grandes liberalidades, generosidades com o orçamento público. Até porque, quem paga por isso é o contribuinte. Já ficou claro aqui no Brasil que não há aceitação a qualquer proposta de aumento de tributo. Temos que ganhar produtividade na nossa economia, sim, criando aquele ambiente favorável para os negócios, sem capitalismo de compadrio, fomentando a livre competição, privatizando. Claro que o governo que entrou tem uma pauta diferente, mas o Congresso é um Poder independente.

Prisão em segunda instância

Para o senador eleito, a prisão em segunda instância é uma questão de justiça, acima de tudo, seja no caso dos crimes de corrupção, seja no caso de outros crimes:

— Quando eu era ministro, a gente conseguiu aprovar uma mudança na lei para ter execução em primeira instancia para crimes de assassinato, homicídio e feminicídio, julgados pelo tribunal do júri. Foi um avanço importante. Infelizmente não conseguimos a aprovação da prisão em segunda instância [para crimes na esfera da Administração Pública]. Mas se a gente quer ter um processo efetivo, seja cível, seja criminal, temos de ter um processo que não seja interminável. Esse é um tema essencial para a diminuição da impunidade no Brasil.

O fim do foro privilegiado é outra questão que transcende a questão partidária, em uma agenda necessária para modernizar o Brasil, de acordo com Moro:

— Não é porque agora fui eleito senador, que eu vou passar a defender [o foro privilegiado]. Ao contrário, defendo a supressão total. Claro que tem argumentos que podem ser colocados a favor do foro privilegiado — evitar que as autoridades fiquem sujeitas a ações judiciais frívolas — e elas existem —, mas os danos causados pelo foro privilegiado são muito maiores que esses benefícios.

O terceiro ponto a ser discutido é autonomia das agências responsáveis pela investigação e combate ao crime, conforme o parlamentar. Ele defende, por exemplo, um mandato fixo de quatro anos para o diretor da Polícia Federal, com a possibilidade de demissão apenas por má conduta ou manifesta insuficiência de desempenho:

— Colocar esses temas na pauta do dia significa mobilizar a sociedade civil, despertando a atenção dela via imprensa, debate, discurso.

Judicialização da política

Para Moro, o Senado vai ter oportunidades de tratar a questão da judicialização da política quando da definição das próximas duas vagas que abrem no Supremo Tribunal Federal em 2023. A indicação dos nomes para ministros do STF  é do presidente da República, mas a sabatina e a aprovação cabe aos senadores.

— Historicamente, o Senado não tem feito um crivo rigoroso. Isso é exemplificado pelo fato de que, em 131 anos, desde a primeira constituição republicana, apenas um nome foi rejeitado, e ainda na época do Floriano Peixoto, que vivia às turras com o Supremo, e indicou Barata Ribeiro, um médico. Para ministro do Supremo tem que ser um jurista — opina.

Desde então, nenhum nome foi rejeitado, o que revela, nas palavras do ex-juiz, “passividade do Senado na aferição desse mérito”. O senador eleito defende a discussão da reforma do Judiciário, em diálogo com o STF, com o Superior Tribunal de Justiça (STJ) e com as instancias ordinárias:

— Porque existe, sim, uma insatisfação em relação à prestação da Justiça no país, e o campo para que isso seja enfrentado, um dos campos, é o do Senado, é o do Congresso.

Liberdade de expressão

Cabe ao Congresso discutir ainda sobre limites à liberdade de expressão, na opinião de Moro:

— É uma liberdade fundamental, não só para a expressão da dignidade da pessoa humana, mas igualmente para o próprio funcionamento da democracia. A gente precisa ter a liberdade de adotar um discurso veemente no âmbito político, inclusive muitas vezes, com críticas às autoridades. (…) Qualquer remédio nessa área tem que ser muito bem estudado para que a gente não vá nem para a censura, nem para o lado da permissividade.

Por Portal Novo Norte