Macaé conta com o atendimento especializado do Ceam a mulheres vítimas de violência - Foto: Wanderley Gil

Macaé tem em média quatro registros do crime por mês, enquanto Rio das Ostras chega a cinco mensal

Uma parada de ônibus, a cama dividida com o marido, o quarto de um amigo ou a saída de templos religiosos. Não há espaço seguro para ser mulher. Qualquer lugar pode se transformar no cenário do pior pesadelo feminino, o estupro.

Nas cidades da Região dos Lagos e Norte Fluminense esse medo não é menor nem o único. O medo do abuso, da agressão e do homicídio também andam lado a lado. De acordo com os dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), nos primeiros quatro meses do ano de 2016, Macaé registrou 16 estupros; em 2017 aumentou para 19 casos, e este ano caiu para 8.

Os números de violência contra a mulher ainda são alarmantes principalmente no município de Rio das Ostras, segundo dados do Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro (ISP), em 2015 o município registrou 53 casos de estupros, número que supera Macaé, que registrou 46 casos e possui praticamente o dobro de habitantes.

Dados do ISP mostra que a cidade de Rio das Ostras apresentou queda no crime de estupro nos três últimos anos referente aos primeiros quatro meses de 2016 a 2018. Segundo o órgão, de janeiro a abril deste ano, foram registrados 18 casos de estupro, enquanto no mesmo período do ano passado o número chegou a 20, e em 2016 foram contabilizados 26 registros de violência contra à mulher no município, de um pouco mais de 141 mil habitantes.

A cada cinco minutos uma mulher é agredida no Brasil, 48% das mulheres agredidas declaram que a violência aconteceu em sua própria residência; 56% dos homens admitem que já cometeram alguma dessas formas de agressão: xingou, empurrou, agrediu com palavras, deu tapa, deu soco, impediu de sair de casa, obrigou a fazer sexo. 77% das mulheres que relatam viver em situação de violência sofrem agressões semanal ou diariamente. Em mais de 80% dos casos, a violência foi cometida por homens com quem as vítimas têm ou tiveram algum vínculo afetivo: atuais ou ex-companheiros, cônjuges, namorados ou amantes das vítimas. É o que revela o Balanço do Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher , da Secretaria de Políticas para as Mulheres.

Mesmo com os números em 2018 estarem mais baixos, o perigo nas ruas ainda existe. Macaé é a segunda cidade da Área Integrada de Segurança Pública com maior índice de estupros. Em primeiro lugar está Rio das Ostras.

Como citado, Macaé tem avançado no combate à violência contra a mulher. Apesar de ainda não disponibilizar às vítimas uma delegacia especializada, ou seja, “Delegacia da Mulher”, a Prefeitura de Macaé, dispõe o atendimento no Centro Especializado de Atendimento à Mulher (Ceam), vinculado a Secretaria de Desenvolvimento Social. No local, as mulheres vítimas de violência recebem apoio psicológico, jurídico e social. O Nuam da 123ª DP encaminha ao Ceam casos em que precisam ser feitos esses acompanhamentos.

Estupros em Macaé

Janeiro a abril

2016 = 16
2017 = 19
2018 = 08

Estupros em Rio das Ostras

Janeiro a abril

2016 = 26
2017 = 20
2018 = 18