É sempre importante ressaltar que o poder público e a população precisam atuar para evitar que o mosquito Aedes aegypti, transmissor da zika, se prolifere - Divulgação/ João Barreto (arquivo)

Dados são do período entre 2015 e 2019. Estudo também fala sobre casos de microcefalia e outras alterações em bebês

O Ministério da Saúde (MS) divulgou há poucos dias um balanço sobre o vírus zika e o aumento de casos de microcefalia e outras alterações em bebês no Brasil. Os dados são dos últimos quatro anos, quando o país iniciou o enfrentamento aos agravos causados pela doença.

O Boletim Epidemiológico da Síndrome Congênita associada à infecção pelo vírus zika (SCZ) foi lançado durante a 16ª Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças (Expoepi), realizada em Brasília (DF).

Apesar de uma diminuição no número de casos, o governo Federal afirma que segue monitorando a situação, investigando e investindo em ações de saúde pública.

De acordo com o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson de Oliveira, o vírus zika continua presente e afetando famílias no Brasil inteiro. “Diferente de outras doenças que também resultam em consequências graves, como a dengue e a chikungunya, o vírus zika afeta a fase mais importante da criança, que é o crescimento”, afirmou ressaltando que o enfrentamento ao zika possibilitou enxergar um universo que estava oculto: o das doenças relacionadas às anomalias congênitas, como cardiopatia e doenças neurológicas.

Para 2020, o MS pretende colocar a vigilância de anomalias congênitas e de doenças raras como prioridade do governo federal. “Nós faremos esse trabalho integrado com outros ministérios e outras instituições, buscando principalmente a integração das ações de vigilância com a Atenção Primária, que promove as ações de cuidado a esses pacientes”, concluiu.

Os dados do boletim mostram que ainda estão sendo registrados novos casos da síndrome congênita (SCZ). Em 2019, até outubro, foram confirmados 55 casos, dos quais 29 foram de recém-nascidos ou crianças nascidas neste ano; três evoluíram para óbito. Nos últimos quatro anos, no total foram confirmados 3.474 casos no país. Destes, 954 foram confirmados em 2015; 1.927 em 2016; 360 em 2017; 178 em 2018.

No Estado do Rio, entre 2015 e 2019 foram registrados 1.214 casos, sendo 305 confirmados. Já os óbitos de fetos, neonatais e infantis provavelmente relacionados ao zika, foram 107 casos, sendo 20 confirmados.

Cuidado deve ser de todos

Vale lembrar que o zika é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. A melhor forma de controlar a doença é tomando os cuidados necessários para que o mosquito não se prolifere.

O controle do vetor é de responsabilidade de todos: sociedade e poder público. A única maneira de se proteger é não deixando o mosquito nascer. Ele se prolifera em água parada, seja ela limpa ou suja. O ciclo do Aedes aegypti desde a larva até o nascimento dura apenas de oito a 10 dias.

Diante disso, faça a sua parte. Entre as dicas estão: não deixe água da chuva acumulada sobre a laje; mantenha fechados os depósitos de água como caixas d’água, tonéis e barris; encha de areia até as bordas os pratinhos de vasos de plantas; guarde garrafas viradas de cabeça para baixo; guarde pneus e outros objetos que podem acumular água tampados e em locais cobertos; coloque o lixo em sacos plásticos e mantenha a lixeira fechada. Não jogue o lixo em terrenos baldios.