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Vereadores discutiram segurança com autoridades de segurança pública na Câmara Municipal - Tiago Ferreira Divulgação 

Polícias Civil e Militar atuam de forma integrada para apurar crimes e reduzir violência

O comandante do Batalhão da Polícia Militar (BPM) em Macaé, o tenente-coronel André Henrique, e o delegado da 123ª Delegacia de Polícia da cidade, Felipe Poyeis, destacaram no plenário da Câmara de Vereadores, que o apoio da sociedade é fundamental para vencer as dificuldades estruturais que atrapalham na apuração de ocorrências e na redução dos índices de violência do município.

Com espaço aberto no grande expediente, na sessão ordinária de ontem, o comandante da PM apresentou os desafios e destacou as estratégias focadas em garantir ao cidadão maior tranquilidade no dia a dia. “Os nossos focos são ampliar a polícia de proximidade, estabelecendo uma relação direta com o cidadão, através das nossas redes sociais. Buscamos também parcerias para suprir a ausência de recursos, visando recuperar a frota e melhorar a condição de trabalho do policial”, disse o comandante.

Na apresentação, números sobre a atuação do Batalhão em Macaé, que atende a seis municípios da região Norte Fluminense, também foram apresentados pelo comandante, como o efetivo atual de 594 policiais que atuam em regime de escala, o que dá em média 180 soldados em atuação por dia.

O Batalhão conta com 169 veículos, sendo 13 viaturas novas e outras que precisam ser reformadas. Dados sobre a criminalidade foram apresentados por representante do Instituto de Segurança Pública (ISP), como a média mensal de 12 casos de homicídios em 2018, caindo para 9 neste ano. Já roubo de veículos, a média de 2018 era de 22 casos. Neste ano, caiu para 15.

O destaque foi o número de roubos de rua, cuja a média do ano passado era de 87 por mês. Em 2019, houve aumento para 108 casos nos dois primeiros meses. “Estamos lutando muito contra esse delito, um desafio para nós e para a Polícia Civil. Há um grupo que atua no roubo de celulares. Nós já conseguimos identificar alguns autores, mas estamos em busca de outros denunciados”, afirmou o comandante.

O tenente-coronel André Henrique apresentou estratégias montadas para reduzir a criminalidade, como o Projeto Arrastão do Bem, ações de fiscalização contínuas em pontos de maior movimentação da cidade. Com o apoio da secretaria de Mobilidade Urbana, a Polícia Militar também tem conseguido realizar operações que ajudam identificar autores de crimes de roubos em rua.

Já o delegado da Delegacia Legal de Macaé, Felipe Poyeis, afirmou que as principais dificuldades do setor é na questão de efetivo para atendimento, o que influencia no mapeamento da criminalidade da cidade. O delegado destacou ainda que há um trabalho de medição de produtividade, o que auxilia no andamento de trabalhos de investigação e solução de casos.

“A nossa delegacia ficou em segundo lugar neste levantamento que é realizado de acordo com portaria do Estado. Estamos na classificação de delegacia de grande porte, que reúne 10 unidades no interior. Mesmo com as dificuldades, nós produzimos muito”, explicou.

Poyeis informou que, no ano passado, foram registrados 7.901 casos. Neste ano, já foram registradas 1.932, com uma média de 24 boletins dia. “No mapeamento que realizamos desde 2016, identificamos que há redução nos índices de violência na cidade. E com a ajuda da sociedade, vamos conseguir melhorar ainda mais o nosso trabalho”, apontou.

Vereadores questionam índices

Após a apresentação, os vereadores presentes na sessão de ontem apresentaram questionamentos sobre os índices de criminalidade na cidade. Maxwell Vaz (SD) perguntou aos agentes de segurança qual é o efeito dos problemas da iluminação pública sobre o registro de casos de violência na cidade.

Já Marvel Maillet (REDE) também perguntou se o abandono dos espaços públicos, especialmente as praças, ajuda a ampliar a ação de roubos e do tráfico de drogas. Robson Oliveira (PSDB), presidente da Comissão Permanente de Segurança Pública, afirmou que a falta de estrutura do Estado para manter as atividades das Polícias Civil e Militar prejudica as ações na cidade. E perguntou se esse déficit não atrapalha o registro de ocorrências, o que geraria a redução dos índices.

O comandante da PM explicou que a escolha dos bandidos em realizar os assaltos tem relação com a escuridão e a situação degradada dos espaços. O tenente-coronel André Henrique afirmou que o Conselho Municipal de Segurança já enviou essas demandas ao governo municipal. Ele também apontou que ações de fiscalização nas ruas visam suprir o déficit no atendimento à população.