Arquipélago é considerado um santuário ecológico. Cuidados devem ser tomados a fim de garantir a preservação da APA localizada a 8 quilômetros da costa macaense - Arquivo O DEBATE (Kanã Manhães)

Essa é a única do Arquipélago de Sant’Anna liberada para o público em geral. Restrições aos frequentadores visam garantir a preservação do ecossistema local

Considerado um dos santuários ecológicos de Macaé, o Arquipélago de Sant’Anna é um destino procurado por várias pessoas nessa época do ano. Localizado a apenas 8 km da costa da Capital do Petróleo, ele é formado por três ilhas: Ilhote Sul, Santana e Francês (única liberada para visitação), que são rodeadas pelas águas verdes e transparentes do Oceano Atlântico.

Considerada uma Área de Proteção Ambiental (APA), as ilhas são compostas por uma extensa biodiversidade. A existência de animais como o sanhaço, sabiá-da-praia, canários, fragatas, galinhas-d’água, preás, pacas e o sagui diversificam a fauna do local.

Com o intuito de proteger essa região, proporcionando à população uma opção de lazer sustentável, existem regras para a visitação. O objetivo das restrições é garantir que o ecossistema seja preservado.

Entre as normas está o número limite de visitantes, que não deve ultrapassar 200 pessoas por vez. Como forma de preservar as espécies da fauna e da flora, há restrições para a prática esportiva no local.

As embarcações devem respeitar o limite, mínimo, de distância de 15 metros das praias para embarque e desembarque dos passageiros.

Como o local abriga espécies da fauna silvestre, é proibido levar animais de estimação para a ilha. Outra questão que deve ser respeitada é o horário de visitação, que é das 8 às 18 horas.

Quem pretende aproveitar as praias da ilha, deve estar atento a algumas proibições. Não é permitido ao visitante o ingresso no arquipélago portando objetos de vidro, aparelhos de sons, churrasqueiras, barracas de acampamento, produtos que possam causar incêndio e óleos bronzeadores.

Lembrando que, para preservação do santuário, é indispensável que cada um seja responsável pelo recolhimento de seus dejetos. Como já foi alertado muitas vezes aqui no jornal, apesar de parecer um gesto inofensivo, os resíduos deixados na areia acabam sendo levados para os oceanos através de correntes de vento e do mar, quando a maré fica alta.

Vários estudos no mundo inteiro mostram a grande quantidade de lixo encontrado nos estômagos dos animais. Entre as espécies que mais sofrem estão as marinhas, como tartarugas, que confundem o plástico com algas. Muitas morrem sufocadas e acabam surgindo na costa, casos que já foram encontrados em Macaé nos últimos anos. Mas além dela, outras espécies de animais também ficam ameaçadas, caso dos golfinhos e das baleias.

Para nós, o tempo de utilização dos resíduos muitas vezes são de minutos, porém, quando se trata de decomposição, esse tempo é significativamente muito maior. O tempo de decomposição no mar é diferente do tempo no solo, devido a diversos fatores. Um plástico, por exemplo, leva mais de 100 anos para se desfazer nos oceanos. Já o papel leva em torno de três a seis meses, o pano de seis meses a 1 ano, a ponta de cigarro e o chiclete em média de 5 anos, o nylon mais de 3 anos, o metal mais de 100 anos, o vidro cerca de 1 milhão de anos e a borracha dura tempo indeterminado.