Durante uma audiência em junho, presidida pela juíza Larissa Almeida Nascimento e representando o ministro Alexandre de Moraes, Cleriston revelou que sofria de vasculite aguda, o que lhe causava desmaios e falta de ar

Cleriston Pereira da Cunha, preso desde 9 de janeiro por invasão ao Congresso Nacional e falecido nesta segunda-feira na Penitenciária da Papuda, havia alertado o Supremo Tribunal Federal (STF) sobre sua precária condição de saúde. Durante uma audiência em junho, presidida pela juíza Larissa Almeida Nascimento e representando o ministro Alexandre de Moraes, Cleriston revelou que sofria de vasculite aguda, o que lhe causava desmaios e falta de ar. A Procuradoria Geral da República (PGR) havia emitido um parecer favorável para sua saída do presídio em setembro, porém, o STF não despachou a decisão até o ocorrido fatal.

Em seu depoimento, Cleriston detalhou os desafios enfrentados desde a prisão. Ele mencionou um episódio de desmaio e incontinência urinária após ser detido em janeiro e relatou ter passado 17 dias sem alimentação adequada na Papuda. A sua saúde debilitada foi confirmada por uma médica que, em documento enviado ao STF, atestou o quadro grave de vasculite de múltiplos vasos e miosite devido à covid-19. A médica alertou sobre o risco de morte por imunossupressão e infecções, solicitando urgência no julgamento de seu caso.

A morte de Cleriston gerou indignação na sua família. Seu irmão, Cristiano Pereira da Cunha, criticou o que considerou um descaso do STF em não conceder a liberação do detento apesar do parecer da PGR. A família, abalada, lamenta a perda e questiona a demora na apreciação do caso, que culminou no trágico desfecho já alertado pelos médicos.