Quem tem medo?

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Refém de um cenário cada vez mais preocupante, que passa a ser a base política/eleitoral de agentes que possuíam nas mãos o poder de mudar essa dura realidade, a sociedade macaense vive hoje o estopim de uma verdadeira guerra civil, que já acontece dentro das comunidades dominadas pelo crime organizado.

Há dois meses, o município viveu a expectativa de contar com o olhar e o aporte do governo do Estado, através da intervenção federal na segurança pública, medida que até agora não demonstrou resultados significativos para a cidade.

Se na cidade do Rio de Janeiro os indicadores da criminalidade apontam uma espécie de alívio nos números de ações da violência, no interior do Estado a situação está bem próxima dos filmes de Faroeste, onde tudo se resolvia na bala. Ou melhor, com mortes.

Com a repressão organizada dentro das comunidades cariocas, é inevitável a migração dos chefões do tráfico de drogas, que tentam recuperar o prejuízo gerado pelas operações no Rio, com o aumento dos pontos de venda montados nas cidades ricas das regiões dos Lagos e do Norte Fluminense.

Com o sucateamento das polícias, é a sociedade que paga o preço de não contar com uma infraestrutura decente de assistência a quem é vítima de um problema social que se alastra por Macaé há década, mas que nenhum gestor público foi corajoso o suficiente para solucionar.

Em quase oito anos, ao invés de ver os indicadores da segurança apontarem o mesmo alívio que se vê na cidade do Rio, a sociedade macaense se acostumou a acompanhar o crescimento das zonas de pobreza, da favelização de áreas que erguem as trincheiras necessárias para proteger os esquemas de armazenamento e distribuição de drogas, formando assim banker dignos da segunda guerra mundial. Só não sabe, quem não quer ver ou resolver o problema.

Com o processo eleitoral em andamento, o povo precisa entender de que forma essa dura realidade pode, definitivamente, ser resolvida, não apenas com medidas paliativas, mas sim com o planejamento que possa emparelhar os agentes de segurança, valorizar o que se tem dentro de casa, e devolver à sociedade a segurança de se frequentar praias, de manter a rotina de estudo e de trabalho, de ter acesso ao lazer e de se sentir orgulhoso em viver em uma das cidades mais ricas do país.