O Estadão argumentou que, apesar dessa crítica pontual, o Itamaraty manteve uma postura branda, evitando condenar diretamente as práticas autoritárias do regime venezuelano.

Em editorial publicado pelo Estadão nesta terça (2), a postura do presidente Lula em relação à Venezuela foi duramente criticada. O jornal enfatizou que Lula expressou “preocupação” após o governo venezuelano impedir a candidatura da opositora Corina Yoris, considerando este gesto tardio e insuficiente dado o histórico de apoio do governo brasileiro ao regime chavista. Lula, surpreso com a situação, comentou que a medida era “grave” e sem fundamentos jurídicos ou políticos, conforme relatado pelo jornal.

O Estadão argumentou que, apesar dessa crítica pontual, o Itamaraty manteve uma postura branda, evitando condenar diretamente as práticas autoritárias do regime venezuelano. O editorial aponta que o governo Lula mostrou-se relutante em admitir as falhas democráticas da Venezuela, mantendo uma narrativa de apoio e solidariedade ao governo de Maduro, mesmo diante de evidências de repressão a opositores e manipulação eleitoral.

O jornal também relembrou declarações passadas de Lula que minimizam as questões democráticas na Venezuela, sugerindo uma continuidade de sua visão benevolente em relação ao regime chavista. Segundo o Estadão, a reação de Lula à exclusão da candidata venezuelana reflete uma “pusilanimidade” que não alinha com a realidade autoritária do país.

Em conclusão, o Estadão interpretou a postura recente de Lula como um possível jogo de cena político, destacando a contradição entre as críticas leves ao governo venezuelano e o apoio explícito a outros regimes autoritários, como os de Putin na Rússia e o Partido Comunista em Cuba. O editorial sugere que essas ações são motivadas por conveniência política, em vez de um compromisso autêntico com a promoção da democracia.

Por portal Novo Norte