Dirceu, cujo nome se tornou sinônimo de corrupção devido ao mensalão e às posteriores encrencas na Operação Lava Jato, reaparece no cenário político, banhado em audácia, como se suas máculas judiciais fossem meros arranhões.

A reentrância teatral de José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil, no palco do Senado para um suposto ato em “defesa da democracia” é um insulto à inteligência e à moral dos brasileiros. Após 19 anos, esse artífice do mensalão, cujas condenações nos permitem estampá-lo como corrupto, desfila sua presença no Congresso, numa cena que beira o grotesco. Essa participação não é apenas um retorno; é uma afronta cínica à justiça e à memória pública.

Dirceu, cujo nome se tornou sinônimo de corrupção devido ao mensalão e às posteriores encrencas na Operação Lava Jato, reaparece no cenário político, banhado em audácia, como se suas máculas judiciais fossem meros arranhões. A celebração de sua volta, com honrarias e aplausos, como se observou durante a sessão, é uma demonstração clara de que, no teatro político brasileiro, a moralidade relativa dos petistas prevalece sobre a responsabilidade ética.

Não faltaram bajuladores neste espetáculo. Randolfe Rodrigues, que o saudou com fervor, deu um tapa na cara da sociedade que ainda clama por justiça e integridade na política. A cena de Dirceu, assediado para fotos e conversas como se fosse uma celebridade, não só é um absurdo, mas também um lembrete doloroso de que, no Brasil, a infâmia, por vezes, é recompensada com holofotes em vez de cadeia.

A presença de Dirceu na celebração da democracia não passa de uma ironia amarga, um teatro do absurdo onde o condenado por corrupção é elevado ao posto de estrela. É um episódio que destila o veneno da hipocrisia no sistema político brasileiro, revelando que, para alguns, a democracia é apenas uma palavra vazia.

Por portal Novo Norte