Estreada em 2005, ‘A Descoberta das Américas’ coloca o ator Julio Adrião sozinho em cena, sem cenário, figurino e iluminação. Foto Maria Elisa Franco

O Teatro Sesi Macaé apresenta o espetáculo ‘A Descoberta das Américas’, no próximo sábado (10)

O monólogo que rendeu a Julio Adrião o Prêmio Shell de Melhor Ator, em 2005, ganha aplausos na cidade. Trata-se da peça ‘A Descoberta das Américas’, que estará em cartaz no Teatro Sesi Macaé no próximo sábado (10), colocando em evidência as aventuras de um personagem esperto, que acompanhou a chegada dos espanhóis às Américas
O espetáculo terá início às 20h, sendo destinada ao publico adulto. Os ingressos custam o valor de R$ 22 (inteira). A classificação etária é de 16 anos. Os interessados devem adquirir os ingressos na Bilheteria do Teatro Sesi Macaé, que fica na Alameda Etelvino Gomes, 155 (Bairro Riviera Fluminense).

Merece destacar que ‘A Descoberta das Américas é um monólogo do italiano Dario Fo, com interpretação de Julio Adrião e direção de Alessandra Vannucci. A peça conta a história de Johan Padan, um cidadão sem importância na sociedade espanhola no final do século XV e que, em 1492, foge da fogueira da Inquisição embarcando em uma das caravelas de Cristóvão Colombo rumo às Américas e vivencia aventuras nesta chegada à terra desconhecida.

‘A Descoberta das Américas’

A peça ‘A Descoberta das Américas’ conta a história de um Zé ninguém de nome Johan Padan, rústico, esperto e carismático, que escapa da fogueira da inquisição embarcando, em Sevilha, numa das caravelas de Cristóvão Colombo. No Novo Mundo, nosso herói sobrevive a naufrágios, testemunha massacres, é preso, escravizado e quase devorado pelos canibais. Com o tempo, aprende a língua dos nativos, cativa-os e safa-se fazendo “milagres” com alguma técnica e uma boa dose de sorte. Venerado como filho do sol e da lua, catequiza e guia os nativos numa batalha de libertação contra os espanhóis invasores.

Detalhes do espetáculo

Estreada em 2005, ‘A Descoberta das Américas’ coloca o ator Julio Adrião sozinho em cena, sem cenário, figurino e iluminação. Ele usa o mínimo de texto para interpretar o personagem central da trama, considerando toda a crueza e o estado emergencial que o circunda. Para dar vida aos demais personagens – índios, espanhóis, cavalos, galinhas, peixinhos, Jesus e Madalena -, estabelece com o público um código gestual, mímico e sonoro que aos poucos substitui a fala. A atuação lhe rendeu o Prêmio Shell de Melhor Ator no ano de estreia da peça.

Há mais de uma década em circulação, ‘A Descoberta das Américas’ foi eleita como uma das 10 melhores peças de 2005. Participou de festivais no Brasil e exterior, representou o Brasil no Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica, o FITEI, e no MITO, realizado na cidade portuguesa de Oeiras, e no festival MindelAct em Cabo Verde.

União de talentos

Julio Adrião é ator, produtor e diretor teatral. Carioca nascido em 1960, formou-se em Teatro pela CAL, Casa das Artes de Laranjeiras, em 1987, e depois partiu para a Itália, onde trabalhou nas companhias italianas Teatro Potlach, de Fara Sabina, Abraxa Teatro e Qabaloquá. Na volta ao Brasil, em 1994, integrou o trio cômico Cia do Público, no qual atuou até 2002. Tem uma extensa trajetória no teatro, atuando e dirigindo espetáculos como O casamento de Hermelinda (2010) e Blefes excêntricos (2013). Sua trajetória traz, ainda, trabalhos no cinema, em longas como Tropa de Elite 2, de José Padilha, Nise, O Coração da Loucura, de Roberto Berliner, e O Homem que Matou John Wayne, de Diogo Oliveira e Bruno Laet.

A dramaturga e diretora italiana Alessandra Vannucci vive desde 1996 entre o seu país e o Brasil, onde fundou o selo Leões de Circo com Adrião e Sidney Cruz, e se doutorou em Letras e se formou professora de Interpretação e Teoria do Teatro da UFRJ. Na Itália, como dramaturga, assinou as últimas sete peças do Teatro Cargo, de Gênova, e foi indicada ao Prêmio UBU de Melhor Dramaturgia em 2009. No Brasil, além de A Descoberta das Américas (2005), dirigiu espetáculos como Ruzante (2002), Pocilga (2006) e Café de Carlo Goldoni (2010). Ativista de Teatro do Oprimido, onde desenvolve projetos de cidadania com não-atores em bairros desfavorecidos, escolas e presídios, recebeu o Prêmio de Interações Estética e Residências Artísticas em Pontos de Cultura 2009/2010 pelo projeto Madalena – Teatro das Oprimidas.

Ficha técnica

Tradução e adaptação: Alessandra Vannucci e Julio Adrião
Direção: Alessandra Vannucci
Atuação: Julio Adrião
Figurino: Gabriella Marra
Iluminação: Luiz André Alvim
Montagem e operação de luz: Guiga Ensá
Fotografias: Maria Elisa Franco
Produção e Design: Fernando Alax
Realização: Julio Adrião Produções Artísticas