O fio de Ariadne

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O mito grego nos conta sobre o fio de Ariadne que conduz à saída do labirinto, onde um minotauro está sempre à espreita. No caminho do labirinto podemos perder a orientação para onde seguimos, de onde viemos e onde iremos chegar. O fio de Ariadne é o fio que nos conduz à orientação para descobrirmos a saída dos labirintos de nossas vidas.

Podemos nos perguntar? Quais são as situações na vida onde nos sentimos num labirinto, sem sabermos qual direção seguir? Como perder a orientação das decisões? Como é tomar decisões sem certezas? Como nos sentimos nestas situações? Como é viver num tempo onde tudo precisa ser resolvido com pressa e quase de forma instantânea? Quais são os afetos que nascem destas ocasiões?

As experiências de vida são fundamentais. Elas se transformam, de pouco a pouco, num patrimônio de referências de onde podemos nos orientar. Assim, uma situação no presente pode ganhar a sua orientação a partir daquilo que já foi vivido. Uma experiência com alguém pode servir de orientação para aquilo que vivemos no presente de nossa história.

No entanto, as experiências já vividas podem não responder às questões que se apresentam no presente de nossas vidas. O que acontece aqui-e-agora pode ser tão novo, impedindo que as situações que, antes, considerávamos como nossas referências, não dão conta do que se passa no presente. Decorre daí a necessidade de aprendermos a nos orientar em meio às situações que nos aparecem como grandes novidades, ou seja, como situações inéditas. Mas, alguém poderá indagar: “toda experiência é inédita, é singular?”.

Responderemos: sim! Não existe uma situação exatamente como a outra. Mesmo que estejamos num mesmo lugar, com uma pessoa conhecida, falando sobre um assunto que conversamos num encontro anterior, viveremos, nós dois, uma situação inédita. Do encontro anterior ao encontro presente, nem ele, nem eu, somos os mesmos. Nós vivemos outras situações que podem, de alguma forma, ter modificado nossos pontos de vista sobre o assunto que conversamos; podemos ter ficado ‘mais rígidos’ em nossos pontos de vista; podemos ter vivido outras experiências que modificaram, de alguma forma, o ‘afeto’ daquilo que nós tínhamos como ‘verdadeiro’ e ‘correto’, ao final do nosso último encontro.

Retornando à questão da necessidade e nos orientarmos em meio às situações inéditas e ‘nunca’ vividas anteriormente. Desenvolver capacidades de criação de novas formas de lidar com as situações é uma arte. Em Gestalt-Terapia, esta capacidade se chama: “ajustamentos criadores”. Através das experiências podemos aprender a dar novas formas ao que acontece em nós na relação com as situações. As situações são sempre inéditas. Como lidar com aquilo que se transforma diante de nós? Como lidar com o imprevisível? Como lidar com o desconhecido? Daí a necessidade de aprender a dar formas ao que acontece conosco na relação com as inúmeras situações da vida.

Desenvolver as capacidades de se orientar no presente, dando direções, dando novas formas é uma arte que desenvolvo no ‘Atelier de Vida’, onde acompanho as pessoas que procuram como terapeuta. Em meio a um mundo em permanente transformação, em meio às inúmeras exigências que o mundo produz sobre as pessoas, torna-se preciso desenvolver capacidades de ‘ajustamentos criadores’ para lidar com as incertezas, com os imprevistos, com o insólito, com aquilo que não pode ser medido com nenhuma régua de certezas. Poder-se-á desenvolver capacidades de fazer ‘leituras’ através da lógica das emoções aliada a uma razão sensível.

Desenvolver capacidades de orientação para a tomada de decisões é uma das possibilidades de crescimento humano dos potenciais e virtudes que podem ser dirigidas, não-somente, para o campo profissional, mas, para todos os campos de nossas vidas. Venha desenvolver suas capacidades de orientar-se de forma criadora e potente na vida.

Contato: paulo.tarso.peixoto@gmail.com

Abraço forte,
Paulo-de-Tarso