No limite

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A situação social, política e econômica do país segue à flor da pele, em função de uma série de questões que envolvem especialmente o modelo corrupto, nocivo e não republicano que dominou os gabinetes de presidentes, ministérios, governadores, prefeitos e secretários.
Enquanto a Operação Lava Jato iniciou um processo de limpeza ética na gestão pública brasileira, a situação requer medidas muito mais enérgicas, que dependem diretamente do povo.
A resistência ao fim da paralisação dos caminhoneiros que possuem o apoio integral da população brasileira representa o grau de insatisfação, de pressão e de sufoco encarado por qualquer cidadão que viva a dura realidade do país. Alheios a tudo isso, seguem apenas aqueles integrantes da Ilha da Fantasia, chamada de Brasília.
Ao tentar afrouxar a carga tributária do óleo diesel, com objetivo de acalmar os ânimos dos trabalhadores que oficialmente pararam o país, o governo já afirma que uma outra parte da sociedade pagará o preço alto da manobra fiscal.
Sem se importar com o peso da carga tributária sobre o orçamento familiar, o governo estuda ajustes que visam tapar o rombo da corrupção, sem estancar as sangrias do dinheiro público, que se esvai mediante a necessidade de sustentação de projetos de poder, em um cenário pré-eleitoral.
O povo começa a acordar e a se mobilizar, relembrando os idos de 2013 e 2014, quando os centavos elevados no valor da tarifa do transporte público de São Paulo gerou uma onda de revolta, de protesto e de repúdio da população, a nível nacional.
Em se tratando de gestão pública, não é apenas a burocracia que emperra o desenvolvimento econômico, social e sustentável tão almejado por quem acredita na democracia. Está na hora dessa tríplice hélice ser a verdadeira engrenagem do sucesso do povo sobre a corrupção e a maneira inadequada de se fazer política nesse país.
Enquanto houver resistência da sociedade, o sistema precisa mudar. Ao contrário, o limite vivido hoje pela população não será mais um grito de socorro, mas sim um berro de enfrentamento e de guerra.