O procurador Tarek William Saab revelou essa informação, alegando que a solicitação de prisão se baseia em investigações conduzidas por um tribunal dos Estados Unidos

Ministério Público da Venezuela emitiu um mandado de prisão para Juan Guaidó, o principal opositor do regime, na quinta-feira (5). O procurador Tarek William Saab revelou essa informação, alegando que a solicitação de prisão se baseia em investigações conduzidas por um tribunal dos Estados Unidos. Segundo o MP venezuelano, Guaidó é acusado de desvio de recursos da estatal PDVSA para fins pessoais, bem como de impor condições prejudiciais à refinanciamento de uma dívida da empresa, resultando em prejuízos estimados em US$ 19 bilhões (R$ 98 bilhões) e na quase perda irreversível da subsidiária da PDVSA nos EUA, a Citgo. O procurador classificou Guaidó como um “criminoso internacional” e líder de uma “gangue criminosa” estruturada, destacando que ele está sob investigação por traição, usurpação de funções, lavagem de dinheiro e outros crimes.

O governo autoproclamado de Guaidó, que contou com o reconhecimento de diversos países, incluindo os Estados Unidos, enfrenta mais de 25 investigações do Ministério Público venezuelano, abrangendo crimes como usurpação de funções, lavagem de dinheiro, terrorismo, tráfico de armas, traição e associação criminosa. De acordo com as autoridades, o governo de Guaidó realizou nomeações fictícias em conselhos administrativos de empresas estatais, bem como embaixadores e representantes diplomáticos para o país no exterior. As investigações já resultaram em 129 prisões e 63 condenações, segundo informações do Ministério Público.

Esses desdobramentos marcam mais um capítulo na conturbada disputa política na Venezuela, que viu Guaidó se autoproclamar como “presidente encarregado” em 2019, alegando fraude na reeleição de Nicolás Maduro. No entanto, a tentativa de Guaidó de depor o governo Maduro acabou por fracassar, e seu governo interino foi dissolvido pela própria oposição venezuelana no final de 2022. Atualmente, a oposição se mobiliza para escolher um candidato que enfrentará Nicolás Maduro nas eleições presidenciais previstas para 2024.