Passados pouco mais de cinco anos de um dos episódios mais tristes da Saúde Pública Fluminense, a história das crianças que nasceram com microcefalia provocada pelo Zika vírus é desconhecida. A epidemia que se instalou no estado às vésperas das Olimpíadas Rio 2016 ficou apagada no tempo. As arboviroses provocadas pelo Aedes aegypti, no entanto, não desapareceram.

No Rio de Janeiro, o acompanhamento delas é pouco claro. Sem atualização dos dados públicos pelo estado, o Ministério da Saúde aponta, em boletim de outubro que, em 2021, foram notificados 2.682 casos prováveis de Dengue. Há ainda a notificação de 506 infectados por Chikungunya e 53 de Zika. Fato é que os fluminenses vivem um verdadeiro apagão sobre o tema.

Com o início da temporada das chuvas, o perigo da multiplicação dos Aedes aegypti é enorme. Isso porque, após aproximadamente 15h da postura, os ovos dos mosquitos conseguem resistir a longos períodos de baixa umidade, podendo ficar até 450 dias no seco. A situação se torna ainda mais perigosa diante de um aparente cenário de subnotificação, provocado até mesmo pela gravidade da pandemia da Covid-19.

Campanhas de conscientização e aspersão de veneno são os caminhos básicos, mas sem resultados permanentes a curto prazo. Pesquisas com material genético e estudo do ambiente são algumas alternativas. A biotecnologia já tem respostas assertivas, comprovadas e sem agredir o ambiente ou expor a comunidade a riscos.

O Projeto Controle Natural de Vetores, desenvolvido pela Forrest Brasil Tecnologia, com o trabalho de cientistas brasileiros e israelenses, se mostrou eficiente. Em Ortigueira (PR), numa parceria com a empresa Klabin e o município, a ação já comprovou seus melhores resultados no Paraná. Implantado em novembro de 2020, em seis meses, a redução foi de 92% da população local de mosquitos. O número de pessoas doentes também caiu, de 120 para 4, quase 97%. Não foram registradas mortes.