O STF também tirou da eleição de 2026 o principal candidato de oposição: o ex-presidente Jair Bolsonaro, que mesmo assim deve ser figura central na próxima disputa presidencial

O recente editorial do Estadão, publicado nesta quinta-feira (1), lança luz sobre uma questão alarmante na Venezuela: a confirmação da inelegibilidade de María Corina Machado pelo Tribunal Supremo de Justiça, um movimento que ressalta a continuada erosão da democracia sob o regime de Nicolás Maduro. Este fato não é isolado, sendo parte de uma série de ações que visam consolidar o poder de Maduro, afastando qualquer ameaça significativa à sua permanência como líder da nação.

Vale lembrar que, por aqui, o STF também tirou da eleição de 2026 o principal candidato de oposição: o ex-presidente Jair Bolsonaro, que mesmo assim deve ser figura central na próxima disputa presidencial.

O caso de Machado, uma figura central na oposição venezuelana e candidata principal nas primárias contra Maduro para as eleições presidenciais de 2024, é emblemático das táticas autoritárias empregadas pelo governo. A decisão do tribunal, dominado por aliados de Maduro, não apenas elimina uma das poucas esperanças de uma competição eleitoral legítima, mas também sinaliza uma recusa em cumprir promessas de eleições livres e justas – compromissos esses feitos em troca de benefícios econômicos, como a retomada do comércio de petróleo e gás com os Estados Unidos.

Além disso, o editorial destaca como o governo Maduro tem manipulado o sistema judiciário, legislativo e as forças de segurança para suprimir a oposição, evidenciando um padrão de governança que se afasta cada vez mais dos princípios democráticos. A prisão de opositores sob acusações questionáveis e a inelegibilidade de figuras políticas proeminentes como Henrique Capriles reforçam essa percepção.

A reação internacional a essas medidas autoritárias, particularmente dos Estados Unidos, que impôs sanções econômicas em resposta, reflete a crescente preocupação global com a situação na Venezuela. No entanto, o editorial aponta para a relativa inação do Brasil, sob a liderança do Presidente Lula, que mantém um silêncio questionável frente às violações de Maduro. Esse posicionamento sugere uma tolerância implícita ao autoritarismo e uma falta de disposição em defender os valores democráticos na região.

O editorial do Estadão traz à tona a crítica situação da democracia venezuelana, questionando a integridade do processo eleitoral e a crescente centralização de poder nas mãos de Maduro. A cobertura jornalística e a reação internacional são cruciais para manter o foco na luta pela democracia na Venezuela e na necessidade de uma postura mais assertiva por parte de países vizinhos, incluindo o Brasil, no apoio aos direitos humanos e princípios democráticos.