Quando ele diz que “o MST será protagonista no meu governo”, ele sabe que está dizendo adeus a milhões de votos dos produtores rurais e da cadeia de agronegócio

A maior evidência de que Lula já pressente a sua derrota é a radicalização de seu discurso.

Quando ele diz que “o MST será protagonista no meu governo”, ele sabe que está dizendo adeus a milhões de votos dos produtores rurais e da cadeia de agronegócio.

Porque ele faz isso então? Para segurar os votos da esquerda, não para ele, mas para seus parlamentares – a essa altura o PT caminha para jogar a toalha nas eleições presidenciais, mas quer se manter forte no Congresso e no Senado.

Surge, então, outro problema. Vejam o que Lula disse ontem:

“O Congresso Nacional brasileiro nunca esteve tão deformado como está agora. Nunca esteve tão antipovo como está agora. Ele nunca esteve tão submisso aos interesses antinacionais como está agora. Esse Congresso é talvez o pior Congresso que nós já tivemos na história do Brasil.”

Aí o ‘stress’ fez Lula escorregar de novo e o senador, Ciro Nogueira (PP-PI), não perdoou e respondeu na lata:

“Congresso deformado? Pior da História? Esqueceu do Mensalão? Nunca na história desse país Câmara, Senado e um governo, do presidente Bolsonaro, se relacionam tantos anos sem nenhum escândalo de corrupção. O povo conhece o presente e não esquece o passado.”

As declarações foram tão cínicas que até o “isentão”, presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, se sentiu na obrigação de responder, dizendo que as críticas de Lula ao Congresso foram “ofensivas, sem fundamento” e que o Brasil está cansado de “discursos oportunistas”.

Em nota, o parlamentar declara que a afirmação de Lula ocorre em um momento de início da disputa eleitoral, quando se tornaria “interessante” falar mal do Parlamento.

Nervoso, pressionado pela força popular do seu adversário, Jair Bolsonaro, o candidato Lula ataca até aliados.

O próximo passo é a debandada de aliados.

Sem querer, Lula deu a desculpa que o fisiológico PSD de Kassab queria para recuar e tentar uma aproximação com Bolsonaro.

Vamos aguardar.

Por Ponto e Vírgula