Carlos Augusto deixa prefeitura por decisão da Justiça nas mãos do aliado político Carlos Afonso

Município deve definir novo governo em dois meses, após decisão da Justiça Eleitoral
A mudança de gestão na prefeitura de Rio das Ostras, que passa a ser conduzida temporariamente pelo presidente da Câmara, o vereador Carlos Afonso Fernandes (PSB), abre uma lacuna política no município que já movimenta alianças e espectativas sobre quais serão os candidatos ao novo pleito, que deve ser agendado pela Justiça Eleitoral para até dois meses.

Por decisão do Tribunal Regional Eleitoral, a eleição suplementar na cidade já está garantida, seguindo assim um novo calendário, que poderá se confundir também com os prazos previstos para as eleições gerais deste ano.

Na última quinta-feira (2), Carlos Augusto Balthazar (MDB) deixou o cargo de prefeito, que passou a ser representado por Carlos Afonso, de acordo com a tramitação prevista pelo TRE.

Eleito em 2016, Carlos Augusto teve o registro eleitoral indeferido por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em função de uma condenação relativa a processo, de abuso de poder econômico, referente às eleições de 2008.

Até mesmo essa condenação, que mudou os rumos da administração de Rio das Ostras, ainda implica em dúvidas sobre o novo processo eleitoral suplementar.

É que há a indefinição sobre se Carlos Augusto, condenado pela Justiça Eleitoral, poderá participar do novo pleito. Em sua defesa, pesa que a condição de inelegibilidade de 2008 possa ter vencido ao longo de quase 10 anos da decisão.

Por outro lado, juristas apontam que a cassação do registro de 2016 impediria o ex-prefeito a concorrer ao pleito. A Justiça ainda não se manifestou sobre o caso.

A transição do governo na cidade ocorreu de forma pacífica, já que Carlos Afonso pertence ao mesmo grupo político que Carlos Augusto. “Temos que estar preparados para essas mudanças de percurso e devemos cuidar para que sejam menos traumáticas para a população. É importante trabalhar com serenidade, principalmente, nesse primeiro momento, para minimizar os impactos que essas mudanças possam causar”, destacou Carlos Afonso, segundo nota oficial no portal da prefeitura da cidade.

Ainda não há prazo para que as eleições suplementares sejam realizadas, mas as expectativas apontam que a disputa ocorra em julho deste ano.

Até que a data seja definida, a população da cidade especula quais serão os candidatos ao novo pleito. Além de Carlos Augusto e possivelmente Carlos Afonso, prefeito em exercício, outros nomes já estão “habilitados” naturalmente.

Entre eles, surge o do ex-vereador Deucimar Talon, que ficou na segunda colocação nas eleições de 2016. Há também o empresário Flávio Poggian, que apresentou uma nova proposta política na cidade em 2016, obtendo a terceira posição entre os candidatos a prefeito que tiveram os votos validados.

Seguindo a linha da “terceira via”, Poggian possui uma carreira política nova na cidade, e se apresenta como uma nova alternativa para o município.