Biden, que então venceu Trump nesses estados, agora lidera apenas em Wisconsin por uma estreita margem de dois pontos percentuais

Em uma sondagem recente do New York Times em parceria com a Universidade Siena, o presidente Joe Biden mostra-se em posição delicada frente ao seu mais provável adversário republicano, Donald Trump, no cenário eleitoral de 2024. A pesquisa realizada por telefone com 3.662 eleitores registrados entre 22 de outubro e 3 de novembro, aponta Trump à frente em cinco dos seis estados-chave que foram decisivos na eleição de 2020. Biden, que então venceu Trump nesses estados, agora lidera apenas em Wisconsin por uma estreita margem de dois pontos percentuais, enquanto enfrenta desvantagens que variam de três a dez pontos nos demais, incluindo Nevada e Arizona com significativas populações hispânica e Geórgia com forte presença afro-americana.

O panorama para o partido democrata é desafiador não apenas na disputa estadual, mas também no âmbito demográfico. A pesquisa revela uma notável erosão do apoio entre os eleitores que anteriormente compunham a coalizão multirracial e multigeracional de Biden. Com uma aprovação vacilante entre os jovens eleitores, os latinos e as áreas urbanas, o presidente democrata enfrenta um cenário onde até mesmo eleitores afro-americanos demonstram um inédito apoio de 22% a Trump nos estados-chave. Este possível realinhamento político-étnico pode estar ligado à desilusão com a gestão econômica de Biden, já que a confiança na capacidade do presidente de gerir a economia é superada pela de Trump entre quase todos os grupos pesquisados.

A pesquisa, portanto, expõe uma significativa rejeição ao presidente Biden, agravada pela percepção de que suas políticas econômicas prejudicaram pessoalmente os eleitores de diferentes níveis de renda. Questões como a idade do presidente, que completará 81 anos este mês, e dúvidas sobre sua acuidade mental são citadas como obstáculos adicionais para Biden, que tem apenas um ano para reconquistar a confiança do eleitorado e solidificar sua posição frente a Trump, que, apesar de também carregar índices de impopularidade significativos e enfrentar batalhas legais, pode estar se encaminhando para uma vantagem no Colégio Eleitoral em 2024.