Os depoimentos no segundo dia consecutivo da CPI revelam um padrão alarmante de abuso e controle no seio do MST.

A violência perpetrada por líderes sem-terra é exposta por ex-integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em depoimento à CPI do MST nesta quarta-feira (9). Durante o testemunho, um relato perturbadora foi compartilhado por Noemia dos Santos, assentada de uma fazenda em Goiás. Dona Maria, uma senhora idosa, teria sido envolvida em um colchão com a intenção de ser incendiada viva.

A atrocidade relatada por Noemia revela um quadro de covardia impactante: “Fizeram tanta covardia, mas tanta covardia! Uma senhora lá, dona Maria, que estava junto comigo, eles enrolaram ela num colchão para botar fogo. Ai o que que aconteceu… O sogro dela pediu a eles, implorou para eles e falou: ‘Não faz isso não, ela tem um filho deficiente’. Aí eles soltaram ela, pegaram as coisas dela também e levaram para a margem da rodovia”, detalhou.

Joviniano Rodrigues, outro depoente e também assentado na mesma fazenda, ressaltou o temor enraizado do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em relação ao MST. Ele destacou: “O Incra não podia fazer nada porque o Incra morria de medo dessa organização. Até hoje o Incra morre de medo!”. Joviniano ainda apontou para sua ação em denunciar o MST à Polícia Federal, resultando em sua perda de influência: “Eles dizem assim: ‘nós temos dez inimigos no Brasil, dez que nos traíram, o número 1 é Joviniano porque nunca ninguém fez com nós na justiça o que ele fez.’”

Os depoimentos no segundo dia consecutivo da CPI revelam um padrão alarmante de abuso e controle no seio do MST. Vanuza Souza, assentada que depôs no dia anterior, também denunciou maus-tratos, destacando a falta de liberdade de escolha política e criticando os deputados da comissão. A série de relatos perturbadores lança luz sobre uma realidade obscura que merece uma investigação minuciosa.