Coluna Espaço Aberto - Odebateon

Escolhidos os membros das mesas diretoras do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, enfim, parece que vai ser dada a partida para a classe política ficar de olho no eleitor (porque os eleitores já estão de olho neles), legislando e aprovando leis que realmente sejam de interesse maior da sociedade.

Evidente que sempre existe a turma do a favor, do contra e outra que talvez não saiba o que quer mas, com a pressão das ruas, agora através das redes sociais, o deputado ou senador não vai ter vida fácil, se agir na contramão daquilo que os eleitores desejam, que são mudanças para recuperar a economia e em consequência, os empregos, aprovar a reforma da previdência que continua estragando a vida dos mais pobres, diferente do que anunciam os “periguetes” que preferem o “quanto pior melhor”, medidas mais eficazes para a segurança do cidadão, melhorar a educação, a saúde, uma nova reforma tributária, política, colocando um fim no “jeitinho brasileiro”, tão habitual nas ações políticas.

Pelo que se viu até agora, com o ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro propondo alterações na legislação e tornando mais duras as ações e penas, com o governo que pretende enviar ao Congresso nos próximos dias a nova reforma da previdência que deve ser aprovada em até três meses, com o decreto que já permite, evidente que cumprindo uma série de exigências, o cidadão ter a posse de arma (não o porte que fique claro), as coisas começam a entrar no eixo. Levamos tanto tempo acostumados a viver no lero- lero dos políticos que quando chegam em Brasília viram as costas para o Brasil, que o fenômeno das redes sociais promete não dar descanso aos parlamentares. O Kajuru, por exemplo, faz pesquisa pela internet para saber como votar. Mundo diferente, agora?

Alerj na contramão?

Quem dos brasileiros nos mais diferentes rincões deste país, não conhece a já famosa “rachadinha”? Ou seja, todo mundo sabe que os famosos cargos comissionados com valores exorbitantes, parecem ter o objetivo de enriquecer mais quem não precisa de tanto dinheiro. O esquema, segundo centenas de investigações que vão sendo desencadeadas, resume-se da seguinte forma: o político (que tem o subsídio já elevado), tem direito a nomear vários assessores para cargos comissionados. Embora não todos, mas parece que, a maioria, exige do contemplado que devolva parte do dinheiro recebido, ação que ficou conhecida como “rachadinha”.

Acontece só aqui? Não. Acontece no país inteiro e ninguém sabe porque os cargos comissionados – aquele que não exige nenhuma qualificação – são em maior número do que os de cargos para servidores concursados. Se alguém for corajoso e no Congresso Nacional apresentar um projeto extinguindo todos os cargos comissionados e exigindo concurso público também para exercer esta função, o que acontecerá com o autor? Será linchado e, com medo de perder as eleições futuras, prefere deixar tudo como está.

Um exemplo, por sinal, nada justificado, foi a decisão da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa que ano passado devolveu aos cofres públicos cerca de R$ 200 milhões que sobraram no orçamento, e agora pretende criar novos cargos com salário de R$ 25 mil para cada deputado. Ou seja, R$ 25 mil vezes 70 deputados vão chegar a R$ 1,750 bilhão, a pagar a partir desta legislatura. Você aí, que está reclamando do SUS, da educação, do transporte, do meio ambiente… por que não usa as redes sociais para protestar contra essa iniciativa que vai “engordar a rachadinha”? Tentar dizer que não existe, impossível. Agora, com a transparência exigida aos poderes públicos, fica mais fácil para o povo fiscalizar os seus eleitos, já que eles não fiscalizam o governo.

 

PONTADAS

Pelo que se viu, pelo que se está vendo, e pelas previsões dos técnicos em barragens que agora estão de olho para evitar novas catástrofes, todos sabem – e as imagens exaustivamente mostradas – demonstram que houve pouco caso das autoridades. Agora, correr atrás do prejuízo não adianta muito. Que novas medidas severas sejam exigidas para que não aconteçam mais Mariana e Brumadinhos pela frente.

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E por falar em catástrofes em barragens e também em muitas cidades atingidas pelo temporal, é bom não esquecer que o município de Macaé ainda não se recuperou da quase tragédia que também deixou os macaenses aflitos. Não basta comissão de investigação para ver como estão locais de eventos e concentração de pessoas. O que é necessário e exigir que as obras sejam bem feitas e conservadas. Se for listar aqui…

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Lamentavelmente, faleceu vitimado por um câncer, aos 67 anos, o jornalista Martinho Santafé, como registrado por este jornal esta semana. Além de passar pelo quadro de profissionais de O DEBATE, Martinho acumulava a função como correspondente de outros jornais cariocas e fluminense. Depois, criou a Revista Visão Social, além de promover a Feira de Responsabilidade Social. Ele foi sepultado quarta-feira em Campos, sua terra natal.

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Até domingo.