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Davi Pires, José Carlos e Raquel Melo Mota, foram vítimas de crimes banais no trânsito - Arquivo Pessoal 

Último crime foi registrado no dia 2, quando o jovem de 20 anos, David Pires, foi morto atropelado por um motorista após esbarrar no vidro do retrovisor na RJ 106

A cada dia aumentam os casos de intolerância no trânsito. Depois que um jovem de 20 anos, identificado como David Pires, morto atropelado no último dia 2, na Rodovia Amaral Peixoto (RJ 106), em Rio das Ostras, a sociedade demonstra preocupação por crimes fúteis.
Segundo informações de testemunhas, David estava na motocicleta quando esbarrou no retrovisor de um carro que, em seguida, o motorista – que é um idoso de 63 anos -, seguiu o jovem até atropelar e depois fugiu. A vítima morreu no local.

O autor do possível homicídio, que é considerado foragido, está sendo procurado pela Polícia Civil de Rio das Ostras, porém o veículo envolvido no crime foi localizado na Rua Minas Gerais, no bairro Cidade Praiana. O carro foi rebocado e levado para a 128ª DP, onde passou por perícia.

A família do jovem pede justiça e agilidade na investigação. “Meu filho era tão jovem, um trabalhador. Tiraram a vida de um ser humano por motivo tão fútil, a troco de nada”, desabafou o pai, Alex Matos.

Em Macaé, uma discussão pela disputa de uma vaga de estacionamento levou , segundo a polícia, a morte de José Carlos, de 62 anos. O comerciante foi morto a tiros no bairro Ajuda de Baixo, no último dia 3.

Em novembro de 2017, a empresária Raquel Melo Mota foi morta por Islay Cristina Pereira. As duas discutiram após Raquel ter sido fechada no trânsito por Islay. A vítima foi seguida pela autora do crime até a entrada do condomínio na Barra de Macaé, onde morava. As duas brigaram novamente e nas imagens de circuito interno do guarita de segurança do condomínio é possível observar o momento em que Raquel é atingida por vários golpes de estilete.

O que mais chama atenção nesses três casos é que os crimes ocorreram após discussões no trânsito. Especialistas revelam que a sociedade vive um momento de extrema intolerância.

A psicóloga Gláucia Pinheiro explica que o estresse vivido no trânsito pode desencadear ataques de fúria. Para ela, os testes psicotécnicos aplicados aos candidatos a Carteira Nacional de Habilitação também precisam ser mais rigorosos.

Só quem já viveu uma situação como essa sabe como é perder alguém próximo. Desde a morte de Raquel Melo Mota, Vanderson Fernandes analisa forma banal como a esposa foi morta e não consegue entender. “Infelizmente a humanidade está perdendo amor e respeito pelo próximo. A intolerância está muito presente em cada esquina, e principalmente no trânsito”, enfatiza o viúvo da Raquel.

O número de condutores cresce a cada dia e as imprudências ajudam a deixar o trânsito, que já é pesado e estressante, mais violento. A dose extra de paciência é a ferramenta ideal para que todos cheguem aos destinos com tranquilidade.