Governistas conseguiram blindar o governo e impedir a convocação do ex-ministro Gonçalves Dias

A apuração dos atos radicais de 8 de janeiro ganhou um novo capítulo na terça-feira (13), quando a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) aprovou um pedido para acessar os dados do celular do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Este pedido veio como parte de uma investigação mais ampla, conduzida pela Polícia Federal (PF), para examinar informações encontradas nos telefones de Mauro Cid e Ailton Barros. Ambos são suspeitos de tramar um golpe em mensagens trocadas após a vitória eleitoral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O senador Rogério Carvalho (PT-SE) apresentou os dois pedidos. Ele solicitou ao diretor-geral da PF, Andrei Passos, que compartilhasse os dados reunidos pela Operação Venire. Essa operação tem como objetivo desvendar possíveis fraudes nos cartões de vacinação da família Bolsonaro.

Os aliados de Bolsonaro no Congresso tentaram bloquear o pedido, alegando que ele se desviava do escopo de investigação da CPMI. No entanto, o presidente da comissão, deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), rejeitou essas reivindicações e enviou a proposta de Carvalho para votação. O pedido de Carvalho foi aprovado por 20 votos a 11.

Outro revés para Bolsonaro ocorreu quando a comissão aprovou a convocação de três de seus ex-ministros: Anderson Torres, da Justiça, Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e Walter Braga Netto, ex-chefe da Defesa e da Casa Civil, além de ter sido candidato a vice na chapa de Bolsonaro nas eleições de 2022. Mauro Cid, ex-assistente de ordens do ex-presidente, e Ailton Barros, conhecido como “01 de Bolsonaro”, também foram convocados.

Na mesma sessão, os parlamentares aliados ao presidente Lula conseguiram proteger o governo, rejeitando vários pedidos da oposição para convocar o ex-ministro Gonçalves Dias. Dias renunciou ao GSI após a divulgação de vídeos em que ele aparece caminhando pelo Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro.

Por portal Novo Norte