Competição, que acontece no Riocentro e tem entrada franca, simula acidentes de automóveis com feridos presos às ferragens

No Brasil, mais de 30 mil pessoas morrem vítimas de acidentes de trânsito por ano, de acordo com o DATASUS. Em 2021, no Rio de Janeiro, foram cerca de 56 mil registros de colisões, capotagens, quedas de veículo e atropelamentos, segundo dados do Sistema de Gestão de Operações do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ). Só nos primeiros cinco meses de 2022, a corporação já atuou em mais de 23 mil ocorrências deste tipo.

Nestes cenários, o trabalho das equipes de salvamento, que prestam os primeiros-socorros aos feridos, é de vital importância. A agilidade e as técnicas empregadas nos atendimentos fazem a diferença entre vida e morte. Cada segundo conta.   

A fim de aprimorar as práticas de resgate de vítimas presas às ferragens, e consequentemente salvar mais vidas, os Corpos de Bombeiros de todo o mundo participam de desafios anuais de salvamento veicular. As seletivas acontecem em níveis regional, nacional e internacional, sempre com o objetivo de reforçar o treinamento, difundir conhecimentos e consolidar as melhores doutrinas, melhorando a dinâmica dos atendimentos no dia-a-dia.

– Essas competições simulam acidentes de automóveis com feridos encarcerados. Os militares precisam liberar as vítimas com a maior segurança e no menor tempo possível. Para isso, seguem os mais modernos protocolos operacionais de salvamento veicular, alinhados com as recomendações da Organização Mundial de Resgate (WRO) – explicou o major Fábio Contreiras, porta-voz do CBMERJ e um dos organizadores do III Desafio Estadual de Resgate Veicular, que acontece nos dias 11 e 12 de junho, das 8h às 18h, no Riocentro, na Av. Salvador Allende, 6.555, Jacarepaguá.

O evento, que é gratuito e aberto ao público, contará com a participação de cerca de 120 bombeiros fluminenses, divididos em 15 equipes. A disputa vai servir como classificatória para a etapa nacional. Os melhores times representarão o país no desafio mundial.

– Os exercícios contribuem para que os profissionais desenvolvam pensamento rápido e trabalho em equipe. Os treinamentos são árduos e fazem desses militares verdadeiros atletas de alto rendimento, integrando preparo físico, técnico e psicológico. Cada vez que a equipe pratica, aperfeiçoa o atendimento nas ruas. Cada vez que simula um socorro, reduz o tempo-resposta na prática. Quem ganha é a população, a sociedade – destacou o secretário de Estado de Defesa Civil e comandante-geral do CBMERJ, coronel Leandro Monteiro.

Protocolos atualizados

O Corpo de Bombeiros RJ está alinhado com as doutrinas internacionais mais modernas no que diz respeito a Salvamento Veicular. Em 2022, a corporação atualizou o Protocolo Operacional Padrão (POP) que serve de base para atuação em ocorrências de colisões com vítimas. 

– Hoje, o CBMERJ pratica as táticas e técnicas de resgate mais atuais do mundo. A cada revisão dos procedimentos, os socorros ficam mais eficientes e mais seguros para as vítimas e para os profissionais que atuam na ponta – concluiu o comandante-geral.

– Durante o exercício, são avaliadas as habilidades e competências exercidas pelos comandantes das ocorrências. Critérios como planejamento das ações, liderança do grupo e comunicação eficiente;

– A organização projeta cenários complexos para que as equipes possam resgatar a vítima, em um tempo máximo de trinta minutos, da maneira mais segura possível;

– Ao longo da competição, são identificados os pontos fortes e as fragilidades de cada equipe.  Ao fim das provas, um relatório é fornecido para os militares,  com objetivo de promover o aprimoramento do serviço operacional.