Pistolas, revólveres e até fuzis fabricados para prática esportiva, e quase idênticos a armas de fogo, estão sendo cada vez mais usados em crimes

Difíceis de se diferenciar, simulacros são utilizados para impor medo, têm venda regular em lojas e são mais baratos do que armamentos de fogo

O número de apreensões de réplicas de armas de fogo (simulacros) tem aumentado cada vez mais na área do 32° Batalhão Polícia Militar (BPM) de Macaé. Segundo dados do batalhão, de janeiro a julho deste ano, foram apreendidos 50 simulacros, sendo 7 de fuzis e 43 de pistolas, 95% encontrados durante abordagens a motociclistas nas ruas de Macaé e Rio das Ostras.

Essas armas falsas são vendidas livremente em lojas físicas e pela internet. Os policiais têm muita dificuldade para diferenciá-las do armamento real, mesmo se observadas a uma curta distância.

A opção dos criminosos pelas réplicas é fácil de explicar. Pistolas de calibres 9 mm, ponto 45 e ponto 40 custam em torno de R$ 5 mil no mercado negro, a depender do fabricante. Uma “arma” do tipo Airsoft tem preço médio entre R$ 250 e R$ 500. Um fuzil sai entre R$ 50 mil e R$ 70 mil na ilegalidade. Já uma réplica, muito parecida com arma verdadeira, custa R$ 2 mil ou menos.

Já a maior parte das armas de fogo autênticas tem sido apreendidas nos locais onde há confrontos com traficantes (desde 24 de julho foram 21 armas). De acordo com o comandante do 32° BPM de Macaé, tenente-coronel Rodrigo Ibiapina, a Polícia Militar está trabalhando de forma incansável, abordando e buscando manter a população em segurança através de sua presença ostensiva.

No último encontro do Café Comunitário, realizado no mês passado no Hotel Personal, o comandante disse que o recolhimento de réplicas pelas formas policiais aumentou 40%. Com a farsa, bandidos intimidam as vítimas e têm o caminho facilitado para cometer os roubos.

Por isso, a polícia recomenda que, mesmo desconfiando, a vítima não reaja. A maioria das cópias é de pistolas. Segundo Rodrigo Ibiapina, os cuidados que se deve ter são os mesmos com relação às armas originais.

“As últimas ocorrências mostram um aumento na parcela de crimes realizados com réplicas que são utilizados, em sua maioria, para o roubo. A maioria é de airsoft, por se parecerem mais com as reais. O infrator sabe que só será preso com um simulacro se for apreendido no contexto de um crime. Desse modo, a impunidade, a reincidência e a legislação benéfica são fatores que causam o aumento dos índices de criminalidade”, afirmou.