Por Gabriel Bueno da Costa

Vários sindicatos, movimentos sociais e partidos oposicionistas realizam nesta segunda-feira na Plaza de Mayo um protesto contra o governo de Mauricio Macri na Argentina. Na terça-feira, haverá greve geral no país, convocada por lideranças sindicais contrárias ao modelo econômico e ao ajuste conduzido pelo presidente, informa a imprensa local.

Dirigente do sindicato dos caminhoneiros, Pablo Moyano afirmou em entrevista coletiva que a paralisação também é contra o acordo do país com o Fundo Monetário Internacional (FMI), segundo a agência estatal Télam. O governo Macri chegou a um acordo com o FMI para tentar acalmar o quadro de tensão nas finanças locais, sobretudo no câmbio. Atualmente, as duas partes revisam o acordo, um pacote de ajuda de US$ 50 bilhões, montante que pode ser elevado.

Os sindicatos, porém, se mostram contrários ao ajuste promovido pelo governo, que inclui o corte de subsídios, além de demissões no setor público. Lideranças de trabalhadores pedem mudanças na política econômica, o fim das demissões e suspensões de contratos, um freio para as importações e um recuo no Orçamento almejado para o próximo ano e no acordo com o FMI. Também reclamam do impacto sofrido pelos trabalhadores com a alta inflação, em um quadro de aumento no desemprego e na pobreza.

Hoje, a expectativa é que o trânsito em Buenos Aires se complique pelas manifestações. Na terça-feira, a Central Geral de Trabalhadores (CGT) da Argentina convocou paralisação de 36 horas, com a participação de outras centrais sindicais. Nesta terça-feira, devem ser afetados voos, inclusive internacionais, os serviços públicos, o transporte público em geral, os bancos e a coleta de lixo.

A agência Télam lembra que, com a desta terça-feira, Macri tem enfrentado uma greve geral nacional a cada oito meses. O presidente assumiu em 2015 e pode tentar a reeleição no próximo ano.