O ministro Alexandre de Moraes, do STF, autorizou na sexta-feira (11) a prisão domiciliar do deputado federal Chiquinho Brazão, acusado de ser um dos mandantes do assassinato de Marielle Franco. A decisão foi baseada em laudos médicos que indicam risco elevado de morte súbita devido a problemas cardíacos, diabetes e insuficiência renal.
A medida contrasta com decisões anteriores do ministro em relação aos réus dos atos de 8 de janeiro. Moraes negou, por exemplo, domiciliar ao idoso Jaime Junkes, de 69 anos, mesmo com câncer e problemas cardíacos. Também recusou o benefício à ré Joanita de Almeida, internada após surto psicótico, e ignorou alertas sobre a saúde de Cleriston Pereira, que morreu na Papuda em novembro.
Chiquinho Brazão cumprirá a prisão em casa, no Rio, com tornozeleira eletrônica e proibição de redes sociais e contato com outros investigados. A PGR se manifestou contra a domiciliar, argumentando que o tratamento poderia ocorrer no presídio de Campo Grande (MS), onde o deputado estava preso desde março.
A discrepância entre os tratamentos causou indignação entre familiares de presos e juristas. O mesmo STF que nega socorro a idosos e doentes graves manda para casa um deputado acusado de mandar matar uma vereadora. Que justiça é essa?