A conferência “Descomissionamentos - Desafios e expectativas futuras” colocou em pauta as reais dimensões das operações

O processo envolve a desativação de instalações offshore ao final de sua vida útil

Um dos assuntos de grande repercussão no mercado de petróleo e gás, o descomissionamento, foi tema de uma Sessão de debate na Feira Brasil Offshore. Os espaços ocorreram em parceria com a Society of Petroleum Engineers (SPE) e com curadoria do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) e palestrados por grandes nomes do setor como a Petrobras.

A atividade de abandono permanente dos poços de petróleo faz parte do escopo de descomissionamento de um campo sendo realizada quando não há interesse na reentrada futura em um poço, seja por razões operacionais, econômicas ou estratégicas. O principal objetivo do abandono de poços é manter o poço em condição segura, sem que haja fluxo de fluidos para o poço e meio ambiente, além de evitar a contaminação do aquífero.

A conferência “Descomissionamentos – Desafios e expectativas futuras”, colocou em pauta as reais dimensões das operações e o Gerente de Descomissionamento da Petrobras, Eduardo Zacaron, discutiu sobre as alternativas de reaproveitamento de plataformas para sistemas submarinos. “Hoje a nossa maior expectativa é continuar operando pelo maior tempo possível. Há muitas soluções sendo buscadas para a continuidade da operação, então ainda há muitas discussões para acontecer”, afirmou.

A sessão contou com a participação de palestrantes do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), da Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O foco foram assuntos técnicos que estão em desenvolvimento nas universidades do Brasil de tecnologias e soluções para o descomissionamento. O objetivo foi compartilhar com o público as soluções que estão em desenvolvimento no mercado e academia nacional.

Segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP), das mais de 160 plataformas de produção offshore no Brasil, 67 estão em operação há mais de 25 anos e, em breve, precisarão ser desativadas. Outras 24 sondas têm entre 15 e 25 anos de uso e cerca de 70 sondas têm menos de 15 anos de uso. Atualmente, o descarte dos poços de petróleo pode ser considerado como um grande desafio para a indústria de produção.

A necessidade de adequação da regulamentação, da ampliação da capacitação técnica e do desenvolvimento da cadeia de serviços com soluções específicas para o descomissionamento são questões relevantes. A Agência está em processo de revisar as orientações sobre questões relacionadas ao processo, incluindo a revisão da Resolução ANP nº 27/2006. Com as diretrizes revisadas e implementadas, as operações devem ganhar o mercado.

O foco dos players é continuar produzindo, além de aumentar o fator de recuperação. Com o assunto ganhando evidência, é o momento dos estudos e projetos tomarem forma. “Nós temos oito projetos em andamento, e os próximos anos serão de muito estudo, até conseguirmos um mercado mais consolidado”, finalizou Eduardo Zacaron.