Sepultamento ocorreu na tarde deste domingo (5) no Cemitério de Santana
Faleceu na manhã deste domingo (5), o comerciante aposentado José Vieira Rangel, mais conhecido em Macaé como Zé Mengão. Vitimado por um câncer de próstata que há alguns anos vinha sendo tratado, Zé Mengão viveu uma história que passou pela transformação da cidade, cognominada de Princesinha do Atlântico para Capital Nacional do Petróleo.
Não era conflitante com nenhum dos seus fregueses que encontravam no seu bar a confraternização onde os adversários políticos se encontravam, assim como os amantes do futebol. Mas o detalhe do local era o nome: Zé Mengão.
O seu estabelecimento, sucedeu ao Café Glória, de Tião e José Carlos, ponto de encontro da antiga Macaá quando existia como ponto de referência na esquina da Rui Barbosa com Rua Conde de Araruama, o Bar e Restaurante Belas Artes, onde Zé Mengão se tornou conhecido antes de se estabelecer como comerciante.
Com as portas abertas quase 24 horas por dia quando a Rua Direita, ainda tinha tráfego em dois sentidos, o bar do Zé Mengão atendia a todos os gostos. Do cafezinho (nem sempre pago por alguns consumidores), ao chope bem gelado, passando pelo lanche e pratos especiais para os mais apressados, o café com leite era o mais preferido, pela pressa de quem gostaria de uma alimentação rápida.
Pelo Bar do Zé Mengão passaram as mais diferentes figuras políticas não só macaenses. Virou ponto de encontro de algumas personalidades. Um exemplo, foi a visita do ex-governador e senador Amaral Peixoto com o industrial Lacerda Agostinho, dono da Fábrica Lynce, que presidiu o MDB.
O deputado Cláudio Moacyr que se notabilizou no cenário político e foi o responsável direto pela eleição dos vereadores Dr. Pery Gonçalves dos Santos, Benedito Carlos Ferreira e Marlo Fabiano Seixas, além de Nacif Salim Selem e Augusto Veloso de Assis, tinha agenda permanente com outros políticos influentes e correligionários sempre tendo como referência o bar de Zé Mengão. Testemunha desses fatos para contar histórias desses encontros, o advogado Ronaldo Madeira tem uma série de lembranças envolvendo os mais diferentes personagens.
Zé Mengão nunca demonstrava partidarismo. Natural de Carapebus, ele tinha um carinho especial pelo ex-vereador, vice-prefeito e, depois, prefeito Nacif Salim Selem, que chegou a residir no Edifício Elias Agostinho.
Ladeando o bar de Zé Mengão, a Sapataria Imparcial de um lado, e a Casa Borges de outro. Em frente, o prédio da Associação Comercial e Industrial de Macaé, cujo presidente na ocasião, Armando Borges, debatia com as pessoas o presente e o futuro de Macaé quando a Petrobras aportou suas unidades neste município e tinha como testemunha principal o comerciante Orlando Benjamin de Aguiar.
Zé Mengão tornou-se uma figura popular, importante, nunca foi filiado a partido político, mas seu estabelecimento era o ponto onde as pesquisas eleitorais boca a boca se confirmava nas eleições.
Ele participou de ações sociais sem aparecer. Foi membro do Lions Clube e até aluno da Academia Shiro Matsuda, quando cansado das intensas atividades do dia a dia, encontrou no Judô e Shiatsu, uma maneira de se reencontrar, depois de viajar bastante.
Falar em Zé Mengão, sua família, sua história, e os momentos vividos no principal ponto de encontro de Macaé é uma tarefa hercúlea para quem apenas guarda na memória os bons momentos. Gumercindo Moura, que atualmente preside o Lions Clube, foi autor de pelo menos dois artigos publicados no jornal O Debate, ressaltando não só a figura dele, mas as suas qualidades e ações em benefício dos mais carentes.
José Vieira Rangel, ou Zé Mengão como era mais conhecido, faleceu na manhã deste domingo (5). Ele foi vitimado por câncer de próstata, o velório ocorreu no Memorial da Igualdade e o sepultamento no cemitério de Santana por volta das 17 horas com pesar de familiares e amigos, consternados com sua morte.