Ex-ministro será ouvido pelo colegiado nesta quinta-feira

O ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Marco Edson Gonçalves Dias, conhecido como GDias, foi autorizado a adotar o silêncio em relação a assuntos que possam implicá-lo, durante seu depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos de 8 de janeiro, conforme a decisão do ministro Cristiano Zanin do Supremo Tribunal Federal (STF). A determinação ressalta que o escopo do silêncio do GDias abrange apenas tópicos que possam conotar culpa e que ele não está eximido de responder perguntas objetivas que não estejam ligadas a esse contexto, uma vez que todos são obrigados a ser verídicos em relação a formulações não abrangidas pela proteção constitucional.

A oposição considera o depoimento do GDias, o primeiro ministro a deixar o governo Lula (PT), como extremamente crucial. Os opositores alegam negligência por parte do governo em relação às invasões de prédios públicos em Brasília no dia 8 de janeiro. As suspeitas de cumplicidade aumentaram, especialmente após a divulgação de vídeos que registraram GDias orientando invasores sobre a saída do Planalto. A solicitação para que GDias fosse ouvido pela comissão foi aprovada em 20 de junho, porém, a data do depoimento ainda não tinha sido definida. Anteriormente, GDias já havia testemunhado perante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) sobre os eventos de 8 de janeiro, em que ele afirmou que não recebeu alertas sobre possíveis ataques e alegou ter feito tudo ao seu alcance. Ele também mencionou que um subordinado que trabalhou sob o comando do general Augusto Heleno, seu predecessor no ministério, havia assegurado que tudo estava normal naquele dia.