Por Bruno Capelas

A partir desta terça-feira, 25, os brasileiros têm mais uma opção no mercado de serviços de streaming de música. E a novidade vem de um velho conhecido: às 13 horas, começa a funcionar no Brasil o YouTube Music, nova plataforma do Google para o setor, hoje liderado por nomes como Spotify e Apple Music Com assinatura de R$ 17 por mês, o serviço, que também terá versão gratuita, mas com anúncios, chega ao País três meses depois do lançamento nos Estados Unidos – hoje, o Google já oferece o serviço em 21 países.

É um mercado bastante disputado e com pouca diferenciação entre as empresas – a maioria delas compartilha o catálogo global das gravadoras, hoje em torno de 40 milhões de músicas. Para se destacar, o YouTube aposta em sua vasta biblioteca de vídeos, que também estarão disponíveis pelo aplicativo oficial. “No YouTube, você não tem só a música, mas também o clipe, o vídeo com a letra, a versão ao vivo e até as covers feitas por fã no mundo todo”, destaca Sandra Jimenez, chefe da área de música do YouTube para a América Latina.

Além disso, a empresa também espera converter em assinantes os usuários que hoje ouvem música pelo site de vídeos – segundo o Google, o Brasil está entre os cinco países que mais consomem canções pelo YouTube. Não à toa, o maior canal do País na plataforma é o do produtor KondZilla, responsável por clipes dos maiores hits recentes do funk, como Bum Bum Tam Tam, do MC Fioti, primeiro clipe brasileiro a ultrapassar 1 bilhão de visualizações.

Para o mercado, o serviço não vai canibalizar a audiência do YouTube, mas sim ajudar o Google a faturar mais com algo que já tem disponível para o mercado brasileiro. “É uma forma racional de seguir em frente”, destaca Maurício Bussab, presidente executivo da gravadora e distribuidora Tratore.

Ele, no entanto, afirma que a competição será dura. “Está todo mundo tentando tirar fatias de mercado do Spotify”, diz, em menção ao atual líder global do setor, com 83 milhões de assinantes. A assinatura do Spotify custa R$ 17 no País.

Como funciona

O YouTube Music estará disponível para celulares Android e iOS e terá um aplicativo dedicado; haverá também uma versão específica para PCs, via navegadores. O serviço terá ainda um plano família, no qual é possível dividir uma assinatura em até seis contas, por R$ 26 ao mês. Para quem quiser usar o YouTube Music de graça, haverá limitações: entre elas, a impossibilidade de baixar músicas para ouvir offline e a interrupção das listas de canções com anúncios.

Além disso, no celular, será impossível ouvir as músicas em segundo plano – será preciso deixar o aparelho com a tela ligada e dentro do app para o som continuar tocando. É um dos pontos fracos do serviço. Outro aspecto importante é que o YouTube Music vai substituir o Google Play Música, atual streaming do Google no País – segundo a empresa, quem assina hoje o Play já terá acesso liberado à nova plataforma. “Faremos uma migração natural, com calma”, explica Sandra.

Premium

Também chega ao Brasil nesta terça-feira, 25, o YouTube Premium, serviço que permite aos usuários remover anúncios do site, bem como baixar vídeos para assistir offline. Sua assinatura vai custar R$ 21 por mês e incluirá a assinatura do YouTube Music – já o plano família, dividido em até seis contas, sairá por R$ 36 ao mês.

Além das funcionalidades, os assinantes do YouTube Premium também terão acesso ao catálogo de produções originais, que inclui a série Cobra Kai, inspirada nos filmes da série Karate Kid.

O serviço, lançado originalmente em outubro de 2015, ainda como YouTube Red, teve uma expansão global lenta. É a arma do YouTube para entrar no mercado de Netflix e Amazon Prime Video, por exemplo – segundo Sandra Jimenez, a empresa também estuda produzir séries originais no Brasil. É algo que a Netflix já faz no País e, conforme apurou o jornal O Estado de S. Paulo, a Amazon também pretende fazer por aqui. Em entrevista coletiva realizada na última semana, Jimenez disse que “ainda não há previsão de ter originais no País, mas estamos torcendo para que isso aconteça.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: Estadão conteúdo