Por Beatriz Bulla, correspondente
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, usou o Twitter para questionar na manhã desta sexta-feira, 21, a veracidade da acusação de assédio sexual que foi levantada contra o juiz indicado por ele para assumir uma cadeira na Suprema Corte, Brett Kavanaugh. A professora universitária Christine Blasey Ford acusa Kavanaugh de abuso sexual na década de 1980.
Nesta sexta, Trump quebrou o silêncio sobre a acusação e pediu que Christine traga documentos de possíveis denúncias feitas à época do assédio. “Não tenho dúvidas de que, se o ataque à Doutora Ford foi tão ruim quanto ela diz, as acusações teriam sido feitas junto às autoridades locais por seus pais amorosos”, escreveu Trump, pedindo que documentos contemporâneos ao fato sejam apresentados ao público.
Também usando as redes sociais, Trump defendeu seu indicado e disse que Kavanaugh é “um homem bom, com reputação impecável”. Ele acrescentou que o juiz está “sob ataque de políticos radicais de esquerda que não querem ouvir respostas, mas apenas atrasar (a votação)”. “Eu passo por isso com eles todos os dias em D.C.”, escreveu Trump.
Análises de especialistas que vieram à tona após a onda conhecida como #MeToo, o movimento que denunciou casos de abuso praticados por famosos, apontam que há subnotificação dos casos de assédio sexual.
A professora está disposta a prestar testemunho sobre o assédio perante o Comitê Judiciário do Senado americano, que analisa a indicação de Kavanaugh e, antes do escândalo vir à tona, estava prestes a aprovar sua nomeação.
Depois do Comitê Judiciário votar a indicação, a maioria do plenário do Senado ainda precisa aprovar o nome indicado por Trump para compor a Suprema Corte. O depoimento de Christine Ford está marcado para a próxima semana.
Na manhã desta sexta, em Washington, amigas e parentes de Kavanaugh organizam um evento para dar testemunhos favoráveis ao juiz.