O ex-governador do Ceará articulou sua crítica em torno da decisão de Santana e a vinculou ao Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

Ciro Gomes, ex-candidato à presidência pelo PDT, acusou Camilo Santana, atual Ministro da Educação e ex-governador do Ceará, de ser o “maior traidor da história”. A crítica veio após Santana autorizar a abertura de 95 novos cursos de medicina privados, atitude que, segundo Gomes, representa uma decepção. Os dois, que no passado compartilharam alianças políticas e campanhas eleitorais, hoje se encontram em campos opostos. Santana, membro do PT, governou o Ceará de 2015 a 2022 e recentemente se tornou senador pelo estado, enquanto Ciro mantém uma postura crítica ao Partido dos Trabalhadores.

A declaração de Ciro foi feita durante a gravação do programa “Brasil Desvendado”, na última sexta-feira (17). O ex-governador do Ceará articulou sua crítica em torno da decisão de Santana e a vinculou ao Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Gomes argumenta que a autorização para cursos em instituições privadas é uma estratégia para injetar dinheiro público no setor privado, através do Fies. Ele também comentou sobre a recente lei federal que permite renegociação de dívidas do Fies, citando a inadimplência de cerca de 1,2 milhão de pessoas, que devem aproximadamente R$ 54 bilhões.

No contexto político mais amplo, a tensão entre Ciro Gomes e o PT se acentua. A controvérsia envolve não apenas Santana, mas também o irmão de Ciro, Cid Gomes, que atualmente ocupa uma cadeira no Senado. Cid, ao contrário de Ciro, tem demonstrado apoio a alianças mais amplas, incluindo o PT, o que gerou uma crise interna no PDT do Ceará. Recentemente, Cid Gomes reassumiu o comando do diretório estadual do partido após uma decisão judicial. Enquanto isso, Ciro se alinha mais estreitamente com André Figueiredo, deputado federal e membro de uma ala do PDT que se opõe ao PT. Com informações de Pleno News.