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‘Top Up’ coloca nas grades 8 militares, 3 civis e 2 empresários

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Comandante da PM de Rio das Ostras, Vander Salgueiro, e Washington de Oliveira Magalhães, dono da empresa responsável pelo depósito, foram detidos na operação por corrupção - Arquivo pessoal

Megaoperação organizada pelo Ministério Público, desarticulou uma quadrilha, cujos agentes militares faziam parte da ‘Máfia dos depósitos’, local onde os veículos ficam apreendidos

O Ministério Público em conjunto com as polícias Civil e Militar desarticularam, na manhã de quinta-feira (11), em Casimiro de Abreu, uma quadrilha conhecida como ‘Máfia dos depósitos’, que praticava esquemas de corrupção. Os envolvidos são policiais civis, militares e empresários, que cobravam propina para a liberação indevida de veículos apreendidos.

O esquema de corrupção envolvia 17 pessoas, entre elas, 8 policiais militares da ativa e um da reserva, 3 policiais civis, também o ex- comandante da guarda municipal de Rio das Ostras, e 2 homens apontados como empresários, que foram detidos por integrarem a quadrilha que cobrava propina para a liberação de veículos apreendidos, que ficavam no depósito de Casimiro de Abreu.

Durante as investigações realizadas pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, que começaram em 2017, foi identificado que o esquema de corrupção era liderado pelo Policial Militar Vander Salgueiro, junto com o empresário Washington de Oliveira Magalhães, dono da empresa responsável pelo depósito, e Luiz Rogério Batista Machado, gerente do estabelecimento.

De acordo com o promotor de justiça, Eduardo Fonseca, a quadrilha atuava há anos na região e exigia propina dos proprietários de veículos para conseguir a liberação dos automóveis no depósito. “Os envolvidos no esquema definiam quais veículos deveriam ser levados para o depósito W.O. Magalhães e quais seriam liberados com o pagamento da propina. O objetivo da organização criminosa era obter vantagens”, disse Eduardo.

A polícia apreendeu um notebook no carro do dono da empresa responsável pelo depósito.
O equipamento eletrônico e todos os documentos que já foram apreendidos na operação serão analisados e poderão dar início a uma nova fase da Operação ‘Top Up’, caso contenham mais provas da organização criminosa, declarou o promotor de Justiça, Marcelo Arsênio.

Segundo o MP, Vander Salgueiro era comandante da 3ª CIA da Polícia Militar de Rio das Ostras, e aproveitava a condição policial para solicitar, receber e dar vantagem indevida para a liberação ilegal de veículos apreendidos.

Já o empresário era quem solicitava e autorizava a troca de peças boas dos veículos por outras danificadas. Em Cabo Frio, agentes do Gaeco do MP, prenderam o policial civil da Deam, Celso Alves, denunciado por ser o responsável por comandar o esquema de troca de peças de veículos na 121ª DP de Casimiro de Abreu.

Além de cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão, por formação de organização criminosa, peculato e corrupção passiva, a operação ‘Top Up’ tinha como alvo o principal policial militar da reserva Luiz Cláudio Cardoso de Oliveira, conhecido como ‘Velha Guarda’. Ele foi apontado como suspeito de atuar no tráfico de drogas.

O ex-secretário de Segurança Pública de Rio das Ostras, tenente coronel da PM, Carlos Eduardo, é alvo de mandado de busca e apreensão de prisão. Ele não foi encontrado, mas os policiais apreenderam R$ 120 mil em dinheiro e R$ 240 mil em cheques.

Ainda de acordo com o MP, foi através de interceptações telefônicas que os agentes do MP descobriram o envolvimento de Luis Cláudio com o tráfico de drogas. Em uma das escutas os investigadores flagraram o policial da reserva negociando grande quantidade de cocaína com os suspeitos identificados como Thaís de Sousa e Henrique Martins. Os três foram denunciados por associação para o tráfico.

Ao todo, 17 pessoas foram denunciadas. A megaoperação realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do MP, contou também com o apoio do 35° Batalhão de PM, em Itaboraí, e ocorreu em Cabo Frio, Casimiro de Abreu e Rio das Ostras.

O atual comandante do 32° BPM de Macaé, tenente-coronel André Henriques, disse que não teve acesso ao teor da denúncia, mas que a corregedoria do órgão já estava atenta a esses policiais.

Corregedoria se pronuncia

A assessoria de comunicação da Polícia Militar do Rio informou que, tanto no período da investigação como na execução da operação, demonstra que o Comando da Corporação não só repudia como combate com todo o rigor qualquer desvio de conduta de policiais militares. “Além de acompanhar o processo na Justiça Comum após a denúncia do Ministério Público contra os acusados, a Corregedoria da PM instaurou Inquérito Policial Militar para apurar a participação dos membros da Corporação na organização criminosa”.

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