Apesar de adiadas, as eleições que vão acontecer no país no dia 15 de novembro, mesmo com o advento da grave pandemia que assola o mundo e não tem estimativas cientificas de quando vai ter um fim, e com os testes de vacinas em vários países estarem em estado avançado, parece que não diminuiu a vontade dos pré-candidatos pelo país afora, a ter medo e, sim, enfrentar este invisível vírus e cair de corpo e alma na pré-campanha eleitoral, para que seus nomes sejam homologados nas convenções que agora terminam em 10 de setembro.

Mas todos sabendo que as aglomerações são perigosas e para evitar novos surtos em lugares onde a pandemia começa a ser controlada, quem pretende ser eleito para vereador ou prefeito, encontrou quase a fórmula mágica para se apresentar aos eleitores, utilizando as plataformas digitais, sabendo que a internet é um vasto mundo de opções e tornou-se território livre para aqueles que ainda preferem o ataque virtual, imaginando que ficará esquecido das garras da Justiça, que também vem mudando os métodos não só de fiscalização, como acompanhando em tempo real, o que acontece nesse mundo digital que até antes de 2018, era desconsiderado pelos numerosos e importantes grupos de comunicação, a começar pelos Estados Unidos, quando o atual presidente Donald Trump, venceu a Democrata Hilary Clinton, utilizando a via digital e insurgindo-se contra o Nova York Times, um dos maiores e mais poderosos veículos de influência no mundo.

Como por aqui não foi diferente, a eleição de 2018 mostrou que a internet é um instrumento poderoso e levou o presidente Jair Bolsonaro ao poder, também enfrentando os mais poderosos veículos de comunicação do país, principalmente a Rede Globo, que vem massacrando o governo no dia a dia, mas também sofrendo os ataques dos bolsonaristas que, a cada minuto, através de uma imensa rede de internautas, conseguia com a velocidade da luz, criar fatos sobrepujando o poder de convencimento dos telespectadores, desacreditando as informações falsas, período em que as atenções se voltaram para as fake news, ou notícias falsas, para o bom entendedor.

Depois de tantas acusações de parte a parte e os poderes constitucionais sendo atacados de todos os lados, se transformando numa “guerra” jamais observada pela população, a Justiça decidiu, por um lado, abrir um inquérito para apurar os responsáveis pelas fake news, ao mesmo tempo em que determinou a prisão de alguns profissionais blogueiros e de portais que disseminam as acusações contra o Supremo Tribunal Federal atacando seus ministros, bem como quebrando o sigilo fiscal e telefônico dos listados no inquérito. Por outro lado, também o Congresso Nacional decidiu agir e através de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, investigar as fake news, enquanto no parlamento vem sendo apreciado projeto de lei que ordena o uso da internet e pune os responsáveis pela emissão de fakes.

A partir daí, quase desapareceram das plataformas digitais e aplicativos diversos, o enorme volume de ataques e os comentários mais ácidos passaram a ficar mornos, com certeza, temendo os autores, uma punição rigorosa, quando o processo chegar ao fim.

Nos mais de 5.570 municípios brasileiros, a “guerra” das fake news reverbera pois é, em tempo de pandemia, principalmente, que os adversários aproveitam a oportunidade de estar num palanque, imaginando-se livre de qualquer punição, que os ataques são feitos e, sem conhecimento da legislação eleitoral, principalmente, acreditam que estão com a bola cheia. Mas pode ser de encrencas futuras, pois o que antes era considerado propaganda extemporânea, quando um pré-candidato era mais badalado do que seu rival, a minirreforma permitiu agora a pré-campanha para os pré-candidatos. Daí a razão de, embora dentro de estúdios sentados muitos dos quais improvisados, devem todos colocarem os pés no chão e cuidar-se para lá na frente, seu sucesso não ser transformado numa grande dor de cabeça. Todo o cuidado, é pouco.