Abastecida 100% com gás oriundo do pré-sal, complexo no Rio de Janeiro facilita migração para fontes menos poluentes e atende a demanda crescente por energia elétrica

A cidade de Macaé, no Rio de Janeiro, terá a primeira termelétrica vencedora dos leilões de energia abastecida exclusivamente com gás oriundo do pré-sal. Com início da operação previsto para 2023, Marlim Azul é uma joint venture da Shell Brasil com o Pátria Investimentos e a Mitsubishi Hitachi Power Systems. Além de atender a demanda crescente pelo gás natural, a instalação vai impulsionar o processo de transição energética.

O modelo de comercialização do projeto também é inovador, como explica Sanny Macedo, gerente de Desenvolvimento de Negócios de Gás e Energia da Shell Energy Brasil, responsável por liderar a negociação do contrato de suprimento de gás para o consórcio.

“Montamos um modelo em que a Shell vende o gás do pré-sal para Marlim Azul, e 90% dessa energia vai para o mercado regulado. Mas, o excedente, Marlim Azul vende para a Shell Energy Brasil, o braço comercializador da companhia. Esses 10% vão ser vendidos no mercado livre”, detalha Sanny.

Marlim Azul é fundamental para alavancar a estratégia global Impulsionando o Progresso, pela qual a Shell se compromete a zerar emissões líquidas de carbono até 2050. Com capacidade de gerar 565 megawatts (MW), suficientes em potência para atender ao consumo de uma população de 2,5 milhões de habitantes, a termelétrica apresenta uma solução integrada entre produção de gás, geração e comercialização de energia elétrica.

O projeto permite ao consumidor migrar para fontes energéticas menos poluentes. Ao mesmo tempo, ajuda a garantir a demanda por energia elétrica, que deve crescer com a retomada econômica do país.

“O gás tem um papel fundamental no futuro do Brasil, porque complementa o desenvolvimento das novas energias. Estamos olhando para renováveis, mas elas são intermitentes. É preciso fazer um backup de gás para suprir a demanda dos consumidores, sejam eles indústrias ou pessoas físicas”, avalia Christian Iturri, presidente da Shell Energy Brasil.

Em paralelo à termelétrica, a Shell tem projetos em andamento para geração de energia solar, soluções baseadas na natureza e biocombustíveis, além de oportunidades em eólica offshore. O investimento em energias renováveis tem como objetivo oferecer soluções mais limpas para a sociedade, mas sem comprometer o atendimento ao consumidor final.

Guilherme Perdigão, executivo responsável por Marlim Azul e diretor de Renováveis e Soluções de Energia da Shell Brasil, destaca a importância do gás natural para garantir que as matrizes energéticas sejam complementares no abastecimento do país:

“O Brasil é um país abençoado no sentido de ter várias alternativas para a geração de energia. Não temos uma bala de prata, uma única solução que vai conseguir atender ao desafio de uma transição energética. Temos que usar todos os recursos disponíveis para atender a demanda”.

Outro avanço recente do mercado de energia do Brasil é o destravamento promovido pela sanção da Lei 14.134. Conhecida como Nova Lei do Gás, a legislação permite a comercialização de gás para o consumidor final por novas operadoras e promove concorrência entre agentes do mercado como a Shell.

“Foi um grande avanço. Um bom exemplo de como é importante abrirmos oportunidades para novos players. Mas o Brasil tem outros desafios pela frente, como os tecnológicos na escolha das fontes renováveis e os de captura e armazenamento do carbono. Setor privado e governo precisarão trabalhar em parceria para avançarmos ainda mais. Da mesma forma, é preciso uma regulação clara. Estabilidade de regras e previsibilidade são fundamentais ao investidor”, pontua Monique Gonçalves, gerente de Estratégia e Planejamento da Shell Brasil.

Participando ativamente de toda essa transformação do mercado de energia, Sanny Macedo é uma das protagonistas da campanha Energia que Vem da Gente, que destaca pessoas por trás dos negócios e projetos sociais da Shell Brasil.

“Fico motivada quando vejo o resultado do meu trabalho impactando diretamente no desenvolvimento do Brasil. De forma mais competitiva, atraímos mais investimentos para o país. Estamos fazendo história com Marlim Azul e Shell Energy”, conclui a executiva.

Valor Econômico