A previsão é de que, entre os anos de 2022 e 2026, sejam investidos R$ 2,43 bilhões no desmonte de estruturas vinculadas a 680 poços no Espírito Santo

A desativação de poços e o desmonte de plataformas de produção de petróleo e gás, que são transformadas em sucata após o fim da vida útil, poderá resultar em um uma série de oportunidades para profissionais e empresas nos próximos anos.

A previsão é de que, entre os anos de 2022 e 2026, sejam investidos R$ 2,43 bilhões no descomissionamento de estruturas vinculadas a 680 poços no Espírito Santo.

O levantamento consta na 5ª edição do Anuário da Indústria do Petróleo e Gás Natural, elaborado pela Federação das Indústrias do Estado (Findes), por meio do Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies).

Conforme o estudo, o montante será aplicado nas seguintes atividades:

  • abandono permanente (59,9%);
  • remoção de linhas (23,3%);
  • remoção de instalações associadas às unidades de produção terrestres (4,5%);
  • recuperação ambiental (5,2%); 
  • desmobilização de unidades de exploração de petróleo (6,9%).

Para se ter ideia, já em 2022, o programa de descomissionamento de instalações deve movimentar R$ 639,3 milhões em investimentos no Estado, valor que deve diminuir nos anos seguintes, para depois atingir um pico de R$ 831,1 milhões em 2026.

Embora a maior parte dos poços a serem desativados esteja em áreas onshore (terra), é o desmonte de estruturas de produção de óleo no mar que deve receber os investimentos mais altos. Em cinco anos, serão investidos R$ 1,88 bilhões no descomissionamento de 19 poços em áreas offshore (mar), e outros R$ 546,48 milhões por 661 poços em terra.

Os investimentos são um alento para o Estado, que é o terceiro maior produtor de petróleo do país, e quarto maior produtor de gás, e, nos próximos anos, deve encarar a desaceleração da produção de petróleo, em função do amadurecimento dos poços.

A economista-chefe da Findes e gerente-executiva do Observatório da Indústria, Marília Silva, observa que, além deste fator, os campos produtores perderam espaço na carteira de investimentos das grandes petroleiras, sendo mantidos com a produção abaixo da capacidade.

“Esse panorama, atrelado às fases de declínio natural da produção da maioria dos campos produtores, proporcionou um cenário de queda no nível de atividade do setor no Espírito Santo.”

A perspectiva é de que, até 2025, a produção de petróleo em mar (offshore) tenha queda média anual de 2,17%, alcançando uma produção de 64,4 milhões de barris. Já no ambiente onshore (em terra), a redução média anual é estimada em 3,58%, atingindo 2,5 milhões de barris.

Por A Gazeta