1.200 prefeitos brasileiros chegam ao ano eleitoral de 2024 com suas contas no vermelho, o que representa um sério obstáculo político

Prefeituras em todo o Brasil estão enfrentando dificuldades financeiras significativas, levando a atrasos no pagamento do 13º salário de servidores públicos e problemas com fornecedores, de acordo com um levantamento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM). A pesquisa, realizada entre 25 de outubro e 27 de novembro de 2023, envolveu 4.362 prefeituras, das quais 1.246 (28,6%) indicaram que não conseguiriam cumprir a obrigação de pagamento do 13º até o final do prazo estabelecido. Além disso, 1.969 prefeituras (44,2% dos municípios consultados) reportaram dificuldades para pagar fornecedores.

A situação é especialmente crítica em alguns estados. Em Minas Gerais, por exemplo, 306 das prefeituras ouvidas (41,2%) relataram atrasos no pagamento do 13º. No Rio de Janeiro, 21,8% dos municípios ouvidos enfrentam a mesma situação. No Sul, Paraná lidera com 143 prefeituras (38,1%) adiando o pagamento. Entre os Estados do Nordeste, a Bahia se destaca, com 79 prefeituras (28,5%) atrasando o 13º. No Norte, o Pará tem 33 cidades (38,2%) nessa condição, e no Centro-Oeste, o Mato Grosso com 32 municípios (26,7%) enfrenta o mesmo desafio.

Este cenário financeiro é agravado pelo fato de que mais de 1.200 prefeitos brasileiros chegam ao ano eleitoral de 2024 com suas contas no vermelho, o que representa um sério obstáculo político. A situação é particularmente grave no Acre, Pernambuco e Maranhão, onde a maioria das cidades enfrenta dificuldades financeiras severas. Este contexto de crise nas finanças municipais é um reflexo de diversos fatores, incluindo a queda na arrecadação de impostos como o ICMS e desafios no recebimento de fundos federais, como o Fundo de Participação dos Municípios (FPM).