Ginásio do Juquinha ficou completamente lotado de petroleiros em assembleia realizada na manhã desta terça-feira (27)

Petroleiros das bases Imbetiba, Parque de Tubos e Edinc avaliaram contraproposta apresentada pela Petrobras

Os petroleiros das bases de terra da Petrobras (Imbetiba, Parque de Tubos e Edinc) realizaram, na manhã desta terça-feira (27), uma assembleia histórica da categoria em Macaé. Cerca de duas mil pessoas compareceram ao Ginásio do Juquinha (Tênis Clube), no Centro, para avaliar o indicativo dos sindicatos petroleiros e da Federação Única dos Petroleiros (FUP) de rejeição à terceira contraproposta apresentada pela estatal.

Além desse indicativo, a categoria avalia a “Manutenção da negociação coletiva sobre os pontos divergentes”, “Prorrogação dos efeitos do atual acordo coletivo de trabalho enquanto durarem as negociações, demonstrando boa fé negocial” e “Aprovação de greve em data a ser definida pela FUP e seus sindicatos, no caso de ataques ao patrimônio jurídico coletivo da categoria, durante o processo negocial”.

A concentração dos petroleiros no Ginásio do Juquinha começou por volta das 7h. A assembleia teve primeira chamada às 9h30 e a segunda chamada às 10h. Logo em seguida os portões foram fechados. O sindicato disponibilizou transporte para os trabalhadores de Imbetiba, Parque de Tubos e Edinc até o local da votação.

Durante essa assembleia que durou mais de três horas aconteceram apresentações do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis Zé Eduardo Dutra (Ineep), com Rodrigo Leão; sobre a geopolítica do petróleo e do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), com Iderley Colombini, a respeito de como a Petrobras gera riqueza para o país e das perdas econômicas que a categoria está tendo.

A Assessoria Jurídica, através do Dr. Carlos Eduardo, falou dos itens da proposta que estão sendo retirados e da importância da categoria reconhecer que ela tem Acordos Coletivos há 40 anos, fruto da luta coletiva. Já Normando Rodrigues falou do artigo da CLT que diz que os contratos não podem ser suprimidos pelas empresas de forma unilateral e explicou como funciona a mediação no Tribunal Superior do Trabalho.

“Mediação é a continuação da negociação com o ministro do TST. Se ela não der resultado, não pode ser julgado como dissídio coletivo”, afirmou.

Normando foi muito aplaudido quando ressaltou a importância da decisão coletiva e que tudo na vida é política. “Estar nessa assembleia é um ato político. Até participar de assembleia de condomínio é um ato político. Vocês vão decidir aqui o futuro do coletivo, isso é democracia e na democracia não pode ter voto de cabresto”, ressaltou.

Os coordenadores da FUP, José Maria Rangel, e do Sindipetro-NF, Tezeu Bezerra também falaram. Rangel alertou para o fato da nova gestão querer destruir a Petrobras e que isso passa por destruir o Acordo Coletivo dos petroleiros e sua organização.

“Essa assembleia foi no ginásio para que os debates ocorressem com calma. Temos que ficar atentos porque a Petrobras querer individualizar as negociações é um risco para todos nós. Para destruir nossos direitos, a empresa colocou duas pessoas do mercado e nós não podemos aceitar isso”, alertou Tezeu Bezerra.

A votação secreta começou por volta das 12h. O Sindipetro-NF só irá divulgar o resultado da região depois que acabarem todas as assembleias que vão até o dia 30. Nesta quarta-feira (28), às 10h, haverá assembleia na sede do sindicato em Campos dos Goytacazes.