A definição de novos marcos regulatórios para as concessões de áreas com potência de elevar o fator de recuperação dos chamados “campos maduros” aproxima as estratégias compartilhadas pelas agências reguladoras do segmento de óleo, gás e energia do Brasil e de Angola.
Ao identificar o planejamento bem sucedido do Brasil, em promover o reinvestimento nas operações de poços da Bacia de Campos com a taxa de produção em declínio, a delegação da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG) de Angola firmou cooperação junto à Agência Nacional do Petróleo (ANP) brasileira para aprimorar as regras que possam elevar investimentos em áreas com potencial de gerar a chamada “produção incrementada”.
“O Brasil já passou por esta experiência e naturalmente ninguém melhor que o Brasil para nos assessorarmos, primeiro porque falamos a mesma língua, e segundo porque já tem a experiência de promover essa produção incrementada. Um dos pontos que queremos reforçar é o nosso quadro regulatório, criar a regulação apropriada. É por isso buscamos a experiência da ANP e assinamos este acordo de cooperação”, destaca o presidente do Conselho de Administração da ANPG, Paulino Jerónimo.
A cooperação foi oficializada nesta terça-feira (27) na Rio Oil and Gas. A ANPG participa como expositora desta edição da segunda maior feira do segmento offshore do mundo, e tem promovido encontros como troca de experiências para estratégias que possam elevar, não só a capacidade de produção de petróleo e gás de Angola, mas também atrair o interesse e investimentos da grandes operadoras de energia do mundo.
“Com a origem da ANPG em 2019, novos incentivos para a indústria foram definidos pelo governo de Angola, atraindo investimentos de cerca de U$ 35 bilhões por ano”, explica Paulino.
O planejamento da ANPG de estabelecer novos leilões de áreas em fase de prospecção também é apresentado na Rio Oil and Gas, proposta que tem atraído o interesse de empresas que já atuam no mercado de energia brasileiro.
“Um dos objetivos definidos para a ANPG é a produção de novas áreas. Nós existimos há três anos e já estamos no terceiro leilão. Temos a estratégia aprovada pela executiva angolano que já estabeleceu quais serão os blocos que serão licitados entre 2019 a 2025. Há uma grande área que chamamos de “bacias interiores” que estão em zonas de fronteiras onde nunca houve exploração. Estamos nesta altura fazendo o trabalho de levantamento de dados, de coleta de amostras. Fizemos um estudo aerogravimétrico para ver a profundado da bacia. Estamos fazendo a avaliação para, logo assim, fazer a divisão da bacia e também as novas concessões”, explicou Paulino.