Embarcação de abastecimento ao lado de uma plataforma de perfuração de petróleo. Costa do Brasil, bacia de Campos, offshore do estado do Rio de Janeiro

Levantamento destaca ainda a exploração de quatro campos de produção e indícios de novos campos produtores. Presente na maior conferência de petróleo do mundo, delegação da Firjan apresentou os números para potenciais investidores

A revitalização da Bacia de Campos começa a mostrar resultado. Segundo o levantamento da Firjan “Números do Petróleo 2024 – Visão Rio”, que está sendo apresentado na OTC Houston, nos Estados Unidos – uma das maiores conferências desse mercado no mundo -, em 2023 a Bacia de Campos teve um aumento de 17% nos volumes produzidos, alcançando média anual próxima de 800 mil barris/dia – número que em 2022 foi de 680 mil barris/dia. O estudo indica ainda perspectivas positivas, diante de quatro novos campos que serão explorados nos próximos anos e da descoberta de indícios de possíveis novos campos produtores.

“A Firjan se dedicou durante anos ao processo de revitalização da Bacia de Campos, e é com satisfação que recebemos os primeiros resultados, que por sinal, já vinham sendo refletidos na geração de empregos. Um trabalho contínuo, como este dos Estados Unidos, onde destacamos todo o potencial da região para novos negócios. Temos uma expertise única que poderá contribuir também para viabilizar projetos de transição e integração energética, que são igualmente fruto da atenção da federação, ao lado das necessárias e urgentes melhorias em infraestrutura que a região necessita”, disse o presidente da Firjan Norte Fluminense, Francisco Roberto de Siqueira.

Dentre os diversos fatores que contribuíram para o sucesso alcançado neste processo de revitalização, destacam-se a expansão das atividades e a maior diversidade de produtores. Além disso, duas novas plataformas entraram em produção na porção fluminense da bacia em 2023: a FPSO Ana Nery e a FPSO Anita Garibaldi, ambas no campo de Marlim, a cerca de 110 km do Farol de São Thomé.

Iniciativas governamentais como o Promar (Programa de Revitalização e Incentivo à Produção de Campos Marítimos), que contou com participação ativa da indústria, incluindo a Firjan, também foram fundamentais para a viabilização de maiores volumes em campos considerados maduros. Com isso, o Estado do Rio deteve 80% dos volumes produzidos na Bacia de Campos em 2023, o que reforça a relevância do Rio mesmo em uma região com longo histórico de produção.

Perspectivas positivas

No ano passado, foram formalizados, junto à ANP, quatro novos campos que deverão iniciar a produção nos próximos anos. Além disso, a perfuração de poços exploratórios na região encontrou quatro indícios de hidrocarbonetos, que podem indicar novos campos produtores no futuro. O resultado, contudo, ainda depende de estudos complementares que vão avaliar o potencial dos reservatórios e a viabilidade econômica da exploração.

Mesmo após perder protagonismo para a Bacia de Santos, cuja produção no pré-sal alavancou os patamares atuais do país, o aumento da produção na Bacia de Campos contribuiu para os valores alcançados em termos de arrecadação de royalties e participações especiais no país, cerca de R$ 93 bilhões em 2023, sendo este o segundo maior da série histórica. Dada sua representatividade na produção e o consequente impacto das atividades petrolíferas nas regiões afetadas, o estado e os municípios receberam cerca de R$ 42 bilhões do montante total.

Firjan na OTC Houston

O estudo, apresentado pela delegação da Firjan na maior Conferência de Tecnologia Offshore do planeta, confirma o potencial do estado do Rio de Janeiro na produção de petróleo e gás no país. De 2022 para 2023 o número de novos poços destinados ao processo de produção de petróleo e gás no país subiu 33%, passando de 54 novos poços no ano anterior para 72 em 2023. Já a produção média cresceu 13%.

O levantamento também destaca a necessidade de maior atenção quanto à reposição de reservas, dado que a atividade de perfuração de poços exploratórios segue em queda. Mesmo com o Rio reforçando seu potencial ao representar 75% dos poços de exploração perfurados em 2023, frente à 63% em 2022, os poços de exploração perfurados no país caíram de 11 para apenas oito.

A edição deste ano da OTC Houston contou novamente com a participação da Firjan SENAI SESI, em estande próprio no Pavilhão Brasil da OTC Houston. Parceria com a ApexBrasil, cuja atuação é divulgar o potencial do Brasil para o mundo, a federação fluminense apresentou às empresas internacionais os serviços oferecidos pelos Institutos de Tecnologia (ISTs) e de Inovação (ISIs) do SENAI e do SESI, os cursos de qualificação profissional, assim como as parcerias internacionais vigentes. Participaram da conferência o vice-presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano, o vice-presidente da federação Raul Sanson e empresários do mercado de óleo e gás.