A principal alegação contra eles é a omissão durante as depredações das sedes dos três poderes

Na contramão das investigações conduzidas pela CPMI dos atos de 8 de janeiro, a oposição ao governo Lula apresentará um relatório paralelo que pretende sugerir o indiciamento do ministro da Justiça, Flávio Dino, e do ex-GSI general Marco Edson Gonçalves Dias. A principal alegação contra eles é a omissão durante as depredações das sedes dos três poderes. Os crimes em questão estão sendo avaliados, mas há a possibilidade de pedidos de indiciamentos por prevaricação (quando o servidor público deixa de cumprir sua função) e omissão lesiva do Estado.

O relatório em questão será elaborado por Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin e atual deputado federal pelo PL-RJ. Para que seja validado, precisa passar pela aprovação dos demais integrantes da bancada bolsonarista na CPMI, incluindo nomes como o senador Magno Malta (PL-ES), Marcos Rogério (PL-RO) e Damares Alves (Republicanos-DF). Na visão da oposição, tanto Dino quanto Gonçalves Dias receberam diversos alertas de órgãos como a Polícia Federal, o Exército e a Agência Brasileira de Inteligência, porém não adotaram medidas efetivas para evitar os ataques. O único movimento do governo federal destacado pela oposição foi o deslocamento de sete batalhões da Força Nacional para a Esplanada em 8 de janeiro, número considerado insuficiente para lidar com a crise.

Além dos pedidos de indiciamento, os parlamentares da oposição também almejam propor uma mudança legislativa relacionada ao comando de CPIs e de CPMIs. A intenção é garantir que o autor da proposta de investigação participe da mesa diretora, assegurando assim o direito da minoria em outras Comissões Parlamentares de Inquérito. Entretanto, diante da falta de maioria no colegiado, é improvável que o relatório paralelo seja aprovado. A expectativa é que a relatora Eilizane Gama (PSD-MA) apresente seu parecer dentro das próximas duas semanas.