Presa injustamente por defender suas convicções, cidadã compartilha sua experiência de prisão e os impactos em sua vida e de seu filho

Uma cidadã brasileira, que participou de manifestações em defesa da transparência nas urnas eleitorais, compartilhou seu relato após passar sete meses na prisão, injustamente detida. Em um manuscrito enviado a jornalistas, ela descreveu as condições precárias da detenção, as humilhações sofridas e o impacto na vida de seu filho.

A manifestante, que preferiu não se identificar, viajou para Brasília em janeiro deste ano com o intuito de participar de um protesto em defesa da transparência das urnas eleitorais. No entanto, seu relato descreve uma série de acontecimentos que a levaram à prisão em um contexto de conflitos entre manifestantes e forças de segurança.

Ela relatou ter sido submetida a revistas e, posteriormente, ter buscado abrigo no Palácio do Planalto junto com outros manifestantes após a intensificação da violência por parte das forças de segurança. Neste ponto, o relato menciona a atitude corajosa de um policial do Exército que interveio para evitar o fuzilamento em massa de manifestantes, disparando tiros para o alto.

O conflito culminou com a prisão de todos os manifestantes, que foram tratados de maneira desumana. A cidadã descreveu as condições insalubres da prisão, incluindo a alimentação inadequada, a falta de itens básicos de higiene e a negligência médica. Ela alega que foi forçada a tirar a própria roupa e que as agentes penitenciárias a ameaçaram com armas de calibre 12.

O relato revela também o impacto profundo na vida de seu filho, que passou a sofrer com pesadelos e problemas de comportamento, inclusive mencionando tentativas de suicídio. A cidadã descreveu a angústia de não poder estar presente para apoiar seu filho durante esse período difícil.

Além disso, ela compartilhou as consequências financeiras da sua prisão, incluindo a perda de sua renda como profissional de tosa e banho de pets, o preconceito enfrentado por causa da tornozeleira eletrônica e as dificuldades em encontrar trabalho.

A manifestante deixou claro que sua motivação para se envolver em manifestações políticas foi seu apoio ao então presidente Jair Bolsonaro e sua preocupação com a possível eleição de Luiz Inácio Lula da Silva. Ela alega que o resultado das eleições a motivou a participar de protestos em busca de transparência eleitoral.

Neste momento, a cidadã permanece em prisão domiciliar, monitorada por uma tornozeleira eletrônica e enfrentando desafios em sua vida diária devido ao estigma. Seu relato lança luz sobre os eventos que culminaram em sua prisão e suas consequências profundas, não apenas para ela, mas também para seu filho.