País tem, pelo menos, 195 projetos voltados para essa tecnologia
Pelo menos 195 projetos que utilizam o reconhecimento facial para ações de segurança pública são contabilizados no Brasil, de acordo com a pesquisa Panóptico do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC). Iniciativas desse tipo foram identificadas em todos os estados brasileiros, conforme constatado pelo coordenador do centro, Pablo Nunes.
Entre 2019 e 2022, 509 casos de prisões com base na aplicação dessa tecnologia foram identificados pelo estudo. No entanto, Nunes observa que “o número de prisões com essa tecnologia é muito superior ao que conseguimos monitorar”.
O grupo coletou dados em 2019, os quais indicam que, dentre as 184 prisões reconhecidas naquele ano, mais de 90% envolviam indivíduos negros. “A observação aponta para um perfil cada vez mais acentuado de prisões por reconhecimento facial, predominantemente focado em jovens negros detidos por delitos não violentos, sobretudo relacionados à Lei de Drogas, que contribui significativamente para o aumento da população carcerária”, afirma Nunes.