Ramagem afirmou que nunca ordenou o monitoramento de autoridades utilizando o sistema First Mile, uma ferramenta capaz de invadir redes de telefonia para localizar aparelhos celulares

Alexandre Ramagem, ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo de Jair Bolsonaro, defendeu-se de acusações relacionadas à criação de uma “Abin paralela”. Em vídeo publicado no Instagram em 3 de fevereiro de 2024, Ramagem afirmou que nunca ordenou o monitoramento de autoridades utilizando o sistema First Mile, uma ferramenta capaz de invadir redes de telefonia para localizar aparelhos celulares, durante sua gestão na Abin.

Ele detalhou que, ao assumir o cargo, solicitou uma revisão geral dos processos e ferramentas da agência, incluindo uma investigação sobre o uso do First Mile, e negou ter mandado apagar registros de uso do sistema. Ramagem apontou Paulo Maurício Fortunato Pinto, ex-secretário de Planejamento e Gestão da Abin e posteriormente exonerado, como o responsável pelo controle do uso do First Mile.

O ex-diretor também mencionou a apreensão de uma grande quantia em dinheiro na casa de Fortunato Pinto pela Polícia Federal (PF) e ressaltou que este retornou a uma posição superior na Abin durante a gestão atual. Além disso, Ramagem comentou sobre a lista de autoridades supostamente monitoradas ilegalmente, que inclui nomes de ministros do Supremo Tribunal Federal e políticos de diversas esferas, destacando que a PF não confirmou tais informações.

Ramagem, agora deputado federal, aguarda para depor à PF no dia 27 de fevereiro sobre as investigações do uso da Abin durante o governo Bolsonaro. Ele reitera a legalidade de suas ações e questiona a existência de provas contra ele no uso indevido do First Mile, enfatizando sua iniciativa em auditar e investigar o sistema durante sua administração.