O tempo, por mais benevolente que seja, ainda é o grande algoz para todos que acreditam que o “deixar de lado” ainda é a melhor maneira de separar conflitos, de enfrentar desafios e especialmente de atender a ansiedade das pessoas.
Impiedoso como a força da natureza, o passar dos dias decreta sim o fim de qualquer objeto, sentimento ou atitude falha, não bem trabalhada e, no contexto político, iniciativa que prevaleça a esperança daqueles que foram às urnas, para decidir um novo futuro para a cidade.
Hoje o tempo é, sem sombra de dúvidas, o maior inimigo do governo ‘da mudança’. Tanto por conta de tudo que não foi feito, embora prometido, quanto para todas as chances de fazer o que, de fato, foi esperado pelo povo.
Não por culpa do tempo-natureza, mas sim por falta de habilidade do tempo-prazo, os principais patrimônios públicos da cidade estão sucumbindo ao descaso e ao abandono, deixando assim a principal marca deste penúltimo ano de gestão do prefeito/médico.
A começar pelo Ginásio Poliesportivo, passando para o Estádio Cláudio Moacyr de Azevedo e chegando ao Parque da Cidade, o tempo perdido pelo governo, força a sociedade a conviver com situações que não refletem a pujança dos cofres públicos, abastados por repasses do petróleo e pelas receitas próprias.
Agora, sem tempo para iniciar obras, o governo tenta correr o máximo para evitar que a imagem de superação e vitória seja substituída por destruição e ruína, aspecto que se vê em quase todos os pontos de Macaé, mesmo com obras e projetos em curso.
Como uma inflexão necessária, Macaé precisa avaliar bem quais foram os feitos e avanços alcançados pela cidade ao longo dos últimos seis anos, um cenário ruim mesmo para quem ainda acredita na mudança.
E por repetir os mesmos erros do passado, retrocedendo aos tempos em que a política local estava baseada na briga familiar, Macaé vive hoje uma realidade muito distante daquela que foi esperada pela população em 2013. Um tempo que não volta, e corre o risco de ser perdido de vez, daqui para frente.