Hissam Hussein Dehaini empregou vários familiares na prefeitura, inclusive a sogra

Hissam Hussein Dehaini está em seu segundo mandato como prefeito de Araucária, no Paraná. Seu nome ganhou projeção nacional nos últimos dias não por seu feitos políticos, mas por ter se casado com uma jovem de 16 anos. Ele tem 65.

Um dia após se casar com a adolescente, no mês passado, Hissam nomeou a sogra como secretária municipal.

A primeira eleição que disputou para prefeito foi em 2012, mas perdeu. Conseguiu se eleger em 2016 com 37,2 mil votos e foi reeleito em 2020 com 47,6 mil. Seu slogan era: Com trabalho é possível construir uma feliz cidade.

A nomeação de parentes não é novidade. Em 2017, ele empregou a então esposa, Cristiane, as filhas Ryam e Yasmim, o cunhado José Roberto e o genro Eduardo em cargos na administração.

Em 2019, a família foi alvo de investigação por nepotismo, mas o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu não seguir com o caso.

Em abril de 2020, o prefeito mudou de companheira. Aline, a segunda esposa, é, até hoje, assessora executiva da prefeitura com salário de quase R$ 12 mil, de acordo com o Portal da Transparência.

As filhas de Hissam também permanecem nos cargos administrativos na prefeitura, com salário superior a R$ 20 mil.

Sobre o seu terceiro casamento, com a adolescente Kauane Rode Camargo, de 16 anos, o prefeito disse que “está feliz”.

– Ela me faz bem e eu faço bem a ela e juntos não estamos fazendo mal a ninguém – declarou ao jornal O Popular, do Paraná.

CPI DO NARCOTRÁFICO

Hissam Hussein foi investigado pela CPI do Narcotráfico entre o início dos anos 90 e início dos 2000. Sobre o político pesava as acusações de envolvimento com tráfico de drogas, furto e desmanche de veículos, concussão, extorsão, corrupção ativa e passiva. No processo, ele chegou a ser apontado como “chefe maior do narcotráfico” no estado.

Empresário, Hissam teria em uma de suas propriedades uma pista de pouso para helicópteros e um laboratório para o refinamento de cocaína. O prefeito, por sua vez, negou na época, alegando que apenas operava uma empresa de transporte aéreo. Ele prestou serviços de transporte aéreo para o governo do Paraná e várias empresas, como a Petrobras.

Em março de 2000, Hissam ficou preso por 60 dias pela Polícia Federal, a pedido da CPI. Sete meses depois, em outubro do mesmo ano, o político voltou a ser preso, ficando desta vez por 104 dias na Prisão Provisória do Ahú, em Curitiba. Na época, fora acusado de tráfico de drogas, proteção a traficantes e pagamentos a policiais.

Em depoimento enquanto era investigado, Hissam justificou o patrimônio equivalente a R$ 5 milhões adquirido em pouco mais de dez anos com atividades de hotelaria, revenda de combustíveis e transporte.

Potr portal Novo Norte